sábado, 31 de maio de 2008

Encha aí


Ontem, à noite, a cantora Amy Winehouse, vedeta do festival Rock in Rio, chegou atrasada e actuou (?) de copo na mão e rouca.

E então? Não sabiam já o que a casa (do vinho) gasta?

Grau zero


É difícil um político descer mais do que Menezes ao convocar uma conferência de imprensa para dar opiniões que ninguém pediu e que a ninguém interessam.

Enfim, foi apenas mais uma conferência de imprensa, tão pomposa, inútil e absurda como as que, diariamente, os heróis de Viseu repetiram entre o tédio e o ridículo...

Ficção em tempo real


No âmbito da Semana da Protecção Civil, a estrada marginal, em Oeiras, esteve esta manhã encerrada devido a um simulacro de acidente seguido de incêndio, operação destinada a mostrar às populações os meios de intervenção disponíveis.

É uma ideia notável que deveria ser retomada por todo o país, uma vez que se há coisas que o povo português desconhece são os acidentes rodoviários e os incêndios...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Inquisição


Só nas áreas de Lisboa e Porto já estão a correr 12 processos de despedimento de funcionários, com os patrões a invocarem justa causa baseada no fumo.

Já aparecem anúncios exigindo que os candidatos sejam não fumadores.

À entrada de centros comerciais e outros locais, os fumadores amontoam-se, quase envergonhados, só lhes faltando uma estrela amarela de tom escuro que simbolize o vício.
São os novos leprosos. Isto promete...

Língua devassa


Não deixa de ser curioso que o Acordo Ortográfico suscite tanta indignação e que, ao mesmo tempo, ninguém se insurja contra os erros de sintaxe ou a invasão de termos anglo-saxónicos perfeitamente dispensáveis.

Ainda hoje ouvi, por várias vezes, falar na legislação relativa ao carjacking. Políticos, jornalistas, comentadores, todos usam o termo americano como se em português não houvesse o simples assalto a carros. Podem acrescentar sequestro, se quiserem, mas falem português.
Porquê o timing quando temos tempo, altura, oportunidade, prazo, ocasião?
Para quê o ranking se há tabela, pauta, lista, classificação?

Isto para não falar dos inacreditáveis direccionar, recepcionar, contratualizar ou empresarializar.
É verdade, bato muito nestas teclas. Porque me parece importante fazê-lo.

E porque me diverte...

Mudança de rumo


Era inevitável. O preço do combustível atingiu valores incomportáveis para as magras receitas desta Estação de Correios que se vê na penosa obrigação de fazer o que fazem os grandes gestores em tempos de cólera e de crise, fechar sucursais e despedir pessoal.
Claro, dão-lhes outros nomes como reajustamentos de recursos humanos, por exemplo.

Mas eu sou mais directo e, com a brutalidade que me apetece usar, informo que prescindo, a partir de hoje, dos serviços do Estafeta, já que não ganha para o petróleo.

Simultaneamente, encerramos a nossa secção "Sesimbra", e só em circunstâncias altamente excepcionais admitimos, o Escriba e eu, voltar a distribuir correspondência destinada aquela localidade.
Os interessados que façam pela vida...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

"Público" simpático


Alguém que assina jpg diz-nos (e eu acredito) que o "Público" citou ontem um texto meu intitulado "Bembaventurado".

É, que eu saiba, a quarta vez que aquele jornal trancreve textos do Carteiro.

Pelos vistos, há quem goste. Acontece...

Doping? Não sei, eu cá nunca...


Uma biografia de Zinedine Zidane está a causar grande incómodo em França, ao ponto de duas casas terem sido assaltadas para roubar computadores e documentação.
Foi trabalho exímio de profissionais que se introduziram nos domicílios do editor do livro e de uma jornalista.
Ao que parece, há revelações sensíveis sobre contratos publicitários, investimentos e doping.
Apesar destas tentativas de sabotagem a obra vai mesmo ser publicada.

Diz quem sabe que,
em Portugal,o uso de doping é um escândalo bem mais grave do que a corrupção na arbitragem.
Porque falseia igualmente os resultados e, sobretudo, porque tem repercussões na saúde dos jogadores.
Diz quem sabe que seria um verdadeiro terramoto se antigos jogadores quisessem contar o que fizeram, viram fazer e ouviram contar.

Mas ninguém está interessado em assumir culpas nem responsabilidade. Por isso, não é crível que venha aí algum chá dourado ou alguma pastilha prateada...

Ó Elvas...


No início da maratona Casa Pia, o ex-provedor Abrantes contou que, em tempos, fora instaurado um processo disciplinar a Carlos Silvino (o Bibi), acusado de violar uma criança.
Contudo, o processo foi arquivado porque no auto não foram mencionados o local e a hora.
E o senhor provedor Abrantes achou que o arquivamento tivesse sido uma coisa justa e natural, já que regras são regras e se verificou uma falha processual.

Ou seja, determinante e fundamental é indicar a hora e/ou o local. Se houve ou não violação, se houve ou não crime, isso é apenas um pormenor que nem valeu a pena investigar.

Vem isto a propósito dos malabarismos a que Carlos Cruz está a recorrer para tentar provar que não esteve na casa de Elvas no dia 29 de Março.
Não sabemos se lá esteve ou não nesse dia. Muitos outros factos, dados, argumentos, pistas, poderão levar (ou não) à convicção dos juízes sobre o seu envolvimento no processo.
Agora, a fixação obsessiva numa data é estranha e leva-nos a recordar que um ano tem 365 dias...

Branco é...


A dona Idalécia era uma mulher muito esperta, daquelas que sabem tudo antes das outras e nunca dão ponto sem nó.
O que causava alguma admiração e muita inveja lá no bairro.

Um dia alguém reparou que a dona Idalécia recorria aos serviços de um jovem visivelmente efeminado para lhe lavar a roupa no tanque.
E isto aconteceu ao fim de muitos anos em que tal função fora desempenhada por várias mulheres. Intrigadas, as vizinhas trataram de lhe pedir a explicação.
De mão na anca e sorriso maroto, a dona Idalécia disse que se limitara a dar ouvidos à publicidade.
E que, de facto, homo lava mais branco...

O Grande Timoneiro 2


Os grandes estadistas recortam-se no horizonte graças à sua capacidade excepcional de tomar medidas de vasto alcance, larga visão e sentido de antecipação.

Todos estão recordados das críticas feitas a este executivo camarário por oferecer aos trabalhadores da autarquia transporte gratuito porta-a-porta.
Mentes perversas insinuam que tal mordomia se mantém por receio do presidente em correr o risco de uma impopularidade que lhe poderia vir a custar a reeleição.
Ora, o que esses precipitados e injustos críticos não perceberam é que Augusto Pólvora adivinhou a crise dos combustíveis e defende os seus trabalhadores chamando a si (ou seja, aos cofres da autarquia) os encargos com o gasóleo, beneficiando assim todos quantos, de outra forma, teriam de suportar os sucessivos aumentos que asfixiam os restantes munícipes que pagam as larguezas da generosa governação arquitectada pelo senhor presidente.

Temos de reconhecer que o homem é brilhante. Um grande timoneiro não é aquele que se limita a manobrar o leme no confronto rotineiro com as vagas do quotidiano, mas sim o que sabe ver ao longe, pressentir e prevenir as rudes e tenebrosas tempestades.

Por isso, o mar da ansiedade dos sesimbrenses está raso, o povo pode estar tranquilo, o homem do leme perscruta o horizonte, controla os ventos, não perde de vista a Fortaleza.
Não duvidem, Sesimbra está bem entregue...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Basbaques

Na RTP 1 acabou de passar um documentário sobre o Maio de 68. Com leves oscilações, os depoimentos de todos os entrevistados afinaram ideologicamente pelo mesmo diapasão, prodigalizando as virtudes do levantamento parisiense e a sua influência nos pátrios destinos deste nosso rectângulo. Teria sido interessante fazer ouvir algum parecer doméstico próximo das ideias de Sarkozy, referidas de passagem durante o programa, ou dar guarida, de qualquer forma, a expressões politicamente incorrectas. Mas não se ouviu uma voz contra a corrente. Somente o coro uníssono e reverente de meia dúzia de embasbacados. Há nisto uma ironia trágica: na democracia portuguesa, o canal do regime celebra sem qualquer espécie de contraditório um marco histórico libertário que tem muito que se lhe diga. E há depois o que mais me custa: um provincianismo irremediável e trôpego.

Tartufos


Eu compreendo que algumas pessoas não gostem de ver aqui expostos comportamentos e atitudes que, na nossa opinião, são merecedores de reparo.
Acontece que algumas dessas pessoas desempenham cargos públicos, são pagas com o nosso dinheiro, e têm obrigações e deveres, embora tentem olhar apenas para o que consideram ser direitos seus.

As críticas que aqui fazemos nunca são abstractas nem gratuitas, antes são servidas numa bandeja recheada de factos concretos e tangíveis.
Incomodadas, essas pessoas fingem não ler blogues e nunca foram capazes de contestar com argumentos. Escolhem antes o comentariozinho anónimo, venenoso, mas pateta, porque tentam atacar o autor sem contestar o fundamento.
Claro que nós não publicamos.
Quando tiverem a dignidade suficiente para refutar com correcção e argumentos válidos, é sinal de que perceberam que os blogues são um espaço de liberdade, de informação, de diálogo e de progresso.
Entretanto, continuarão na intifada manhosa. Cada um é para o que nasce...

Traz a bola!


Antigamente, para venderem melhor os jornais da tarde, (o "Popular" e o "Lisboa") os ardinas tinham o cuidado de, a seguir ao pregão, acrescentar a fórmula mágica "Traz a bola".
Também disso (mas não só) se deve ter lembrado Carlos Cruz que, pasme-se, está transformado num homem de fé. Aliás, é curioso como o misticismo está a envolver certas pessoas, pois, por exemplo, também Pinto da Costa diz que acredita na Justiça Divina.

Carlos Cruz é mais pragmático, mas anda mal informado. Imaginem que o ex-apresentador de televisão levou hoje para o tribunal uma bola de futebol para tentar demonstrar que, num certo dia, não estava na célebre casa de Elvas, mas a assistir a um jogo entre meninas.

Francamente, senhor Cruz, uma vela, uma ferradura, uns cornichos, ainda vá que não vá, mas uma bola já deixou de ser um amuleto eficaz.
Já houve tempo em que tudo era permitido desde que se pertencesse à seita (pouco) secreta dos donos da bola. Mas isso foi chão que deu fruta, senhor Cruz.

Se eu fosse ao senhor, não me agarrava tanto à bola...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Desculpas e pagadores


Nestes dias agitados pela grave crise do preço dos combustíveis, a atitude dominante dos governantes é a resignação.
E a palavra mais ouvida é preocupação.

Ao mesmo tempo, a explicação para a espiral imparável é estarmos perante uma realidade que escapa a qualquer controlo, é o mercado a funcionar, dizem eles.
Quando ouvimos isto, quase ficamos com a sensação de que o mercado é um fenómeno natural, autónomo, espontâneo, como um tornado ou um tsunami.
Ora o mercado funciona segundo regras que foram definidas e postas em prática por pessoas, não são provocadas por uma Natureza toda-poderosa e inatingível.

Por isso, é difícil entender esta submissão, esta confissão de impotência generalizada e que soa a falso pois o mercado,
sectorial ou globalizado, mais não é do que uma criação do homem.
Será que a criatura escapou ao criador?
Ou esse é apenas o álibi para a cupidez intolerável do capitalismo selvagem?

À luz do petróleo


Esta campanha para a presidência do PSD tem despertado menos entusiasmo do que um campeonato de sueca organizado pelo núcleo do Sporting.

Passos Coelho causou algum frenesim inicial, mas depressa o entusiasmo arrefeceu, enquanto Santana Lopes teima em fazer piruetas a que já ninguém acha graça.

Manuela Ferreira Leite é demasiado séria para ser política e ainda não percebeu que o país não quer pessoas sérias que falem verdade.
Esta é a ditosa pátria dos Valentins e dos Jorges Nunos.

Por isso, se não houvesse esta crise dos combustíveis, de que falariam os candidatos?

As águas de Marte


A sonda americana que se encontra no planeta Marte está à procura de água e de sinais de vida. Custa muitas centenas de milhões de dólares e ninguém imagina o comprimento da mangueira necessária para fazer chegar as águas de Marte até aos desertos da Terra.
E enquanto esses incalculáveis milhões voam no espaço, as catástrofes naturais estão a fazer milhões de mortos, feridos e desalojados, crianças que morrem à sede e à fome, como se viu em imagens captadas na Etiópia e que se tornam uma quase banalidade, uma espécie de ex-libris da desgraça que sai sempre aos mesmos na rifa
da fatalidade.

Algumas pessoas correm o risco de serem consideradas tacanhas e retrógradas, mas sempre vão ousando dizer que os muitos milhões gastos pelas Nasas todas talvez fizessem mais falta aqui perto, já ali adiante, à esquina de África, à beira da Ásia, deixando para mais tarde os quase insondáveis desígnios espaciais, por não ser vital nem urgente saber hoje se é pau, é pedra, se é o fim do caminho, as águas de Marte...

O código genético

O lamentabilíssimo episódio de que o Carteiro aqui nos deu conta ontem à noite, envolvendo, uma vez mais, as esferas camarárias da Cultura, vem mostrar à puridade que a rejeição do comunismo não é mera questão ideológica. É, sobretudo, e antes de mais, como eu já aqui escrevi, um gravíssimo problema civilizacional. A refutação teórica do comunismo há muito que foi feita. Persistir no erro só é explicável por uma obstinada profissão de fé no dogma da vontade. O desrespeito pelo compromisso assumido, a agitação infundada e o exercício irracional da força são a marca atávica desta gente. É certo que, por puro calculismo, a coisa pode ficar uns tempos em banho-maria e, assim, entregando-se ao simulacro, os netos de Estaline dão-se beatificamente uns ares de tolerância e abertura "pour épater le bourgeois". E, então, lá vêm, em causa própria, os escritos laudatórios dos corifeus, sugerindo o monopólio comunista da honestidade, da transparência e da competência, mormente no domínio da cultura. Porém, o que se passou nos dias imediatamente anteriores ao lançamento do livro de Cagica Rapaz oferece formal desmentido ao mirífico estado de coisas apregoado. O código genético é irrevogável.

Out of Sidney


O realizador (e actor) Sidney Pollack deixa um espólio digno de admiração, em particular com o seu "Out of Africa", inesquecível, do melhor que o cinema nos deu. Puro, belo, intenso, poético, mágico. E, graças a Sidney e a Deus, sem efeitos especiais...

Pois, Sidney Pollack morreu. Aos 73 anos. De cancro, diz o SOL. Nos Estados Unidos.

Não teve a sorte de viver em Portugal, porque, nesse caso, nunca teria morrido de cancro.
Na pior das hipóteses, teria falecido de doença prolongada...

O grande timoneiro


O nosso confrade "O Outro Lado do Espelho" mostra uma fotografia deliciosa da inauguração do monumento dedicado ao "Homem do Leme", junto da Fortaleza.
E lá vemos o senhor presidente da Câmara, de braços cruzados, visivelmente incomodado pela triste figura que estava a fazer. Além dele, a dra. Odete Graça, um senhor da capitania, um vereador e um funcionário camarário.
Uma impressionante multidão.
O ridículo não mata, é verdade. Se tal acontecesse, teríamos eleições à vista.

Mas esta oportuna fotografia revela, na sua crueza, os critérios bacocos do senhor presidente quanto às escolhas dos eventos culturais a que empresta a sua augusta presença.
Claro, abaixo dele há outras pessoas que trazem na lapela o emblema da Cultura, mas que só ouvem a voz do patrono que, mesmo de braços cruzados, não deixa de ser o carismático homem do leme...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

DemocraCIA


Não sei se o 25 de Abril, afinal, chegou a Sesimbra ou não. Nem sei se vivemos em Portugal ou na Coreia do Norte.
A dona Guilhermina, dona da Biblioteca, não gostou de se ver criticada e vetou a apresentação de um livro no seu quintal.

Disponível e convicto, o presidente da Junta, Félix Rapaz, achou que um livro sobre Sesimbra, escrito por um sesimbrense, merecia apoio.
E tratou de garantir a sala do Clube Sesimbrense onde estavam expostas fotografias da mesma Sesimbra retratada no livro. Parecia ser ouro sobre azul do mar dos Ursos que acreditaram na boa vontade da Câmara que se prontificara a fornecer a aparelhagem sonora, talvez para disfarçar a vergonha da censura da senhora Guilhermina.

Mas como as pessoas são o que são, em cima do acontecimento, negaram a aparelhagem e levantaram grandes dificuldades em ceder a sala para as 18 horas, alegando haver risco para as fotografias cuja autora, por sinal, esteve presente a assistir ao lançamento.
Valeu na circunstância a gentileza e a eficácia profissional da Sesimbra FM para resolver o problema.
Resumindo: houve censura prévia e boicote na forma tentada.
Só não conseguiram colocar umas algemas no entusiasmo do Félix nem uma mordaça no autor do livro.
Aqui fica o registo desta bela jornada cultural e desta admirável lição de democracia e de respeito pela liberdade que o executivo camarário nos deu.
Assim se vê que muito incomoda quem lê...


QUEM É QUEM?

Dão-se alvíssaras a quem, na caixa de comentários do João Aldeia, ajudar a identificar as dezenas de circunstantes que, já lá vão uns anitos bons, ficaram neste retrato. Dou uma ajuda: o senhor de óculos, com cabelo preto e barba cerrada que está na segunda fila é o Professor António Telmo, então recentemente regressado do Brasil e ao tempo docente no Colégio Costa Marques. Seis anos depois, publicava a História Secreta de Portugal. E foi o que se soube.

É assim...

Hoje, o senhor eng. Sócrates garantiu que o Governo não cederá à tentação do facilitismo nesta questão dos preços dos combustíveis.
Admito que não, acho bem que se fique no teimosismo e no convenientismo de manter as taxas sobre os combustíveis que tanto arranjismo fazem ao governismo deste socratismo praticado em tempo real.

Eu gostaria de ver o dr. Vasco Graça Moura esquecer por uns dias o acordo ortográfico e olhar para esta fina gente tão focada nos empreendedorismos casuísticos que desde logo vão de encontro à nossa pobre gramática...

Anda, Gomes


Eu não sou bruxo, mas acontece-me andar por lá perto.
Sugeria eu que a frenética Ana Gomes interrogasse Sócrates sobre a vinda de Bemba para Portugal quando descubro (no SOL) que a senhora pediu explicações a ... Durão Barroso, manifestando a suspeita de ter havido ali dedinho do Zé Manel.

O engraçado da coisa é que, mesmo que assim tenha sido, Portugal é um país soberano e cabe ao Governo português (não à Comissão Europeia) decidir quem pode ou não beneficiar de asilo político no nosso território.
Por muito porreiro que seja o Zé Manel, é o Zé Sócrates que manda em nossa casa.
Coisa que parece desconhecer a tia Ana...

Bembaventurado


Jean-Pierre Bemba, ex-governante congolês, foi detido em Bruxelas, no passado sábado, acusado de crimes de guerra e crimes contra a Humanidade.
O senhor vivia tranquilamente no Algarve, com a família, rodeado de seguranças, gozando as delícias deste nosso país que acolhe gente deste calibre.
Bem sei que já cá tivemos Mobutu e Nino Vieira, talvez por distracção, não sei.
Mas como é possível que um homem procurado pela Justiça internacional possa ter assentado arraiais em Portugal como qualquer inocente e cândido cidadão britânico
reformado?
Mais: o ilustre cidadão congolês beneficiava da protecção da PSP, num gesto que confirma a cumplicidade do nosso Governo.
Quando acabar de folhear os processos dos voos da CIA, talvez a dra. Ana Gomes possa inquirir o amigo Sócrates sobre este assunto...

Pela boca...


A senhora Hillary Clinton acaba de cometer uma falta que poderá ter pesadas consequências para as suas já débeis esperanças de alcançar a nomeação como candidata democrata.
Quando muitos a aconselham a desistir, Hillary, para justificar a sua obstinação, lembrou que Robert Kennedy foi assassinado em plena campanha, deixando entender que a Obama poderá acontecer o mesmo.
Foi uma lembrança infeliz, talvez um acto reflexo que denota algum desespero.
Provavelmente, a senhora Clinton não pensou na hipótese de ser ela própria vítima de um atentado. Se calhar porque sabe que ninguém perde tempo a derrubar o concorrente que vai atrás.

Seja como for, há lapsos irrecuperáveis e este foi um deles.
Pela boca, Hillary pode ter deitado
tudo a perder.
O mesmo já sucedera com o marido que caiu em desgraça igualmente pela boca.
Da menina Lewinsky...

domingo, 25 de maio de 2008

Rescaldo


Tal como anunciado, teve ontem lugar a apresentação do novo livro de António Cagica Rapaz que ofereceu a este obscuro Carteiro a honra de ver os seus textos dados à estampa num livro a sério.
É uma gentileza que nunca esquecerei.

Quando, no final, lhe dirigi duas palavras de agradecimento, o António pediu-me para aqui deixar duas notas mais vincadas sobre os dois amigos que mais contribuíram para a sua ousadia de publicar livros.
Primeiro, o Manel Alves Pinto que (frisou sentidamente) não é, como se costuma dizer, o irmão que o António não teve. O Manel é o irmão que ele tem.

Depois, passando em revista o panorama da Cultura local, pergunta a si mesmo como pode Sesimbra não aproveitar o talento e a dimensão intelectual de alguém como Pedro Martins.
A mediocridade de uma pessoa como Guilhermina Ruivo salta à vista e ficou ainda mais sublinhada a vermelho neste lamentável episódio que todos sabemos.

Em Sesimbra, há, neste momento, três nomes consensuais no plano cultural, cada um com as suas características, mas todos reconhecidamente dignos de apreço.
São eles, António Reis Marques, João Aldeia e Pedro Martins, cabendo a este último o direito legítimo de aspirar a mais altos voos no campo da filosofia portuguesa.

Ontem, na maré cheia de improvisações, o António não chegou a exprimir estas ideias, pelo que tenho todo o gosto em retribuir a sua generosidade, oferecendo-lhe este espaço para concluir as suas considerações.
E eu é que lhe agradeço...

O bom filho...

Pela mão do Estafeta, regressa o Escriba ao nosso convívio, ainda que de forma esporádica, devido aos seus afazeres profissionais.
Nesta estação de correios transmissores de boas notícias, mais um elemento da valia do Escriba, com provas dadas e pena certeira, eis um reforço que me enche de satisfação.

Tanto mais quanto confirma os ditados segundo os quais o bom filho à casa torna e não há dois sem três...

ÀS TRÊS PANCADAS, # 1

A esporádica coluna de um regressado Escriba



A realidade, essa impertinente

1. Como é sabido, o generoso Dr. Cristóvão Rodrigues permitiu-se conceder, a si e às suas hostes, seis meses de remansosos preparos na abordagem prática à realidade política concelhia. Entretanto, a realidade, sempre impertinente, decidiu não esperar tanto tempo e, tal como o Estafeta aqui previra, o Partido Comunista, pela voz de Florindo Paliotes, uns dos seus mais destacados militantes locais, resolveu colher e embrulhar, nas páginas do último “Nova Morada”, os louros que brotam dessa árvore frondosa que é a Biblioteca Municipal de Sesimbra, a qual, “com os seus variados locais e actividades viradas para todas as camadas da População”, será, segundo Paliotes, um dos exemplos da “política cultural integrada no projecto concelhio da CDU em Sesimbra que, com respeito integral e total pela cultura do Povo Sesimbrense, leva à prática os princípios programáticos do PCP”. Ora toma!

2. Bem sei que, no tocante à Biblioteca, o Dr. Cristóvão meteu prudentemente a viola no saco, pois que lhe há-de ser difícil encetar o solfejo da pauta escrita pelo lápis azul da Dr.ª Guilhermina. (Não por acaso, pudemos ontem escutar um desassombrado Félix Rapaz dizer, alto e bom som, para quem o quis ouvir, durante o lançamento das “Conversas Com Versos e Com Ventos” no Clube Sesimbrense, que não lhe tinha sido fácil, em termos partidários, promover a apresentação desta obra de António Cagica Rapaz.) Claro está que, com o seu silêncio, o Dr. Cristóvão não perdeu apenas uma boa oportunidade para se dar ao respeito e ganhar crédito junto do eleitorado. Abdicou ainda de manifestar a réstia de soberania a que podia aspirar na condução política da censória vereadora sua correligionária, deslize que os comunistas, como se viu, não perderam tempo a aproveitar.

3. Aquilo que o Dr. Cristóvão autorizou pelo mutismo, terão agora os netos de Estaline vindo caucionar de modo tácito. É, pelo menos, o que um bom entendedor pode depreender das meias palavras de Florindo Paliotes, quando este, na folha condense, verbera as “medidas de alienação, elitistas e sobranceiras”, que, em matéria de política cultural, devem ceder o passo à bota cardada de “uma actividade permanente e abrangente, cujo destinatário é a população em geral, sem faixas privilegiadas e redutoras”. Envolta na habitual cangalhada ideológica, a mira da fórmula, se assenta como uma luva nos extintos colóquios de filosofia portuguesa e na audácia literária de Cagica Rapaz, deixa por explicar como é que “os princípios programáticos do PCP” se coadunam com “a multiplicidade e diversidade cultural” do concelho, “das suas gentes, dos seus usos e costumes”. Qualquer pessoa medianamente instruída, e com dois dedos de testa, sabe que o comunismo visa a realização final dessa monstruosidade suprema que é o “ser genérico”. Pela minha parte, prevenido que me encontro pelo pensamento demolidor de um Orlando Vitorino, continuarei a divertir-me com a leitura dos entimemas arqueológicos do senhor Paliotes. Mas, ao Dr. Cristóvão, jamais lhe poderei perdoar a deserção perante a realidade, essa impertinente.

Escriba

sábado, 24 de maio de 2008

God bless Ireland...

Medo da Nostalgia?


No princípio era a "Nostalgia", rádio com música dos anos sessenta, poucos anúncios e rara conversa.
Há tempos, mudou de nome, passou a "Rádio Clube" intermitentemente apelidado de "Português".

Hoje, vem no "Expresso" um grande anúncio em que
a estação diz que "Dá voz às palavras".
É um slogan como outro qualquer, mas o que retive é que apresenta como assinatura RÁDIO CLUBE Português, assim mesmo, com o qualificativo a figurar por baixo, meio envergonhado, como que a desejar passar despercebido.

Que diabo! O velho "Rádio Clube Português, Parede, Portugal" era uma estação com títulos de nobreza e um historial brilhante. RCP é um marco glorioso no panorama da Rádio no nosso país.
E foi a Emissora da Liberdade no 25 de Abril.

Por isso, não percebo e muito me choca ouvir os seus locutores falarem, em regra, de "Rádio Clube" e, de longe em longe, acrescentarem um "Português" suave e tímido.

Será que têm vergonha?

Invejosos


Era de esperar.
Ao saberem que hoje vai ter lugar, em Sesimbra, a apresentação de uma palpitante
obra literária, a Feira do Livro apressa-se a abrir as portas, à fossanga, deitando os bofes pela boca, em desvario, à beira da apoplexia.
Tudo para a inauguração poder ter lugar às 15 horas. Coitados, Pais do Amaral e seus rivais fazem o que podem, a vida custa a todos, temos de ser condescendentes.

No Clube Sesimbrense, as Conversas começam, tranquilamente, pelas 18 horas, com um moscatel à mistura...

Eden


Uma equipa que tem um equipamento (de alterne) cor-de-rosa e que põe Flores no banco merece entrar no Jardim das Delícias.
Agora é que vai!

Arrogância e telhados de vidro


Sectário, incompetente, demagogo, moralista, eis alguns dos epítetos que José Sócrates cola aos seus interlocutores directos na Assembleia da República.
Revela o SOL que é uma estratégia do primeiro-ministro posta em prática nos debates quinzenais.

Há quem pense que Sócrates mentiu descaradamente aos portugueses, prometendo o que sabia não poder cumprir.
Há quem ache que o diploma de engenheiro é uma triste história da carochinha.
Há quem considere imperdoável a fuga ao referendo do Tratado de Lisboa.
Há quem julgue ridícula a exibição da corridinha matinal em cada visita ao estrangeiro.
Tão ridícula como o pedido de desculpa por ter sido apanhado a fumar e, pior ainda, pela promessa agarotada de não voltar a pecar.

Há quem tenha estas e muitas outras opiniões sobre Sócrates, mas tenha a decência de não levar o pinóquio a passear no picadeiro...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Presunção


Ao que ouvi, o senhor Petit achou útil e oportuno anunciar agora que, após o Euro, renuncia à selecção. Parece que isto é notícia. E é, neste ridículo universo do futebol.

O senhor Petit quis imitar Figo, Rui Costa e Pauleta, mas cometeu (pelo menos) dois erros.
O primeiro foi o momento que escolheu para o anúncio que a sua augusta pessoa deve achar fracturante.
Como se houvesse alguma urgência.

Depois, é o facto de não se ter visto ao espelho do quarto do hotel onde pernoita.
É que Figo é Figo, um craque, um senhor, uma personalidade, um capitão, um indiscutível.
Enquanto que Petit tem jogado, é certo, mas nunca foi titular inquestionável.
E esta decisão anunciada de forma tão desajeitada está à altura do jogador que é apenas Petit...

Avião dourado


Após inúmeras insistências de Ana Gomes e outros deputados e depois de repetidas negações, o Governo acaba de reconhecer a passagem de aviões da CIA no espaço aéreo e com escala em português.
Trata-se de aeronaves provenientes de e com destino a uma base americana em Guantânamo.

Não me choca por aí além que Portugal tenha feito o jeito ao amigo americano. Já se sabe, são as malhas da política, são as CIN (Conveniências de Interesse Nacional).

Agora o que vergonhoso é este jogo de esquiva, de evasiva, de manobras dilatórias, de recusa de admissão da realidade, com toda a gente a perceber que havia avião escondido com a cauda de fora.
E qual é a credibilidade dos organismos que superintendem no controlo do espaço aéreo e dos aeroportos nacionais? Alguém os mandou calar?

Este Governo, à imagem do seu patrão Sócrates, não prima pela clareza nem pela frontalidade, e o fumo do engenheiro não foi suficiente para esconder os aviões da CIA.

À imagem de outro escândalo recente, esta assunção fica como a confissão de uma mistificação na forma tentada...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Alô, alô


A arquitecta Helena Roseta acaba de dizer, na SIC Notícias, que acha estranho o recuo da Galp que, esta noite, acabou por não subir os preços como fez a BP.
E adianta que, a seu ver ( e eu concordo), alguém terá telefonado à Galp aconselhando a que parasse com a escalada.

Este episódio faz-me lembrar o convite que um falso Cavaco fez, por telefone, ao iluminado filósofo do Desporto que é Manuel Sérgio.
Deslumbrado, o homem aceitou sem pestanejar, sem reflectir nem desconfiar, tendo sido apanhado, ao pecar por presunção.

No caso da Galp, suspeito que a ANAREC (os distribuidores de combustíveis) tenha recorrido ao mesmo imitador...

Carta ao Capítulo


Esta amabilidade do Estafeta não me surpreende. Ele sabe que no fim do ano não escapa à avaliação que eu lhe farei com maior rigor do que os professores. Daí que tente mostrar-se simpático.
Mas estas coisas são muito curiosas.
Há dias, o virtual director do "Jornal de Sesimbra" deixou aqui um comentário através do qual me pedia para felicitar o António Cagica Rapaz pelo livro que aí vem, ao mesmo tempo que recordava os tempos em que ele escrevia naquele mensário.
No fundo, foi uma forma subtil de me acusar de certa forma de plágio.
Eu
admito. E explico.

No início da década de 80, o António assinou naquele jornal uma série de crónicas sob o título genérico "Quando Morre a Madrugada", após o que publicou vários textos sob forma de cartas que, de forma original, dirigia a pessoas de Sesimbra.
Recordo-me (por ser leitor fiel) das cartas ao Julião, ao Capitão Domingos ou ao Luís "Papa-Rebuçados", entre outros.
O malandro (ele não leva a mal) até escreveu uma carta ao Tó Manel.
E, sobretudo, uma ao Carteiro.

Era aqui que o João Capítulo queria chegar, de pantufas, como quem não quer a coisa.
Pois bem. É possível (Freud saberia explicar) que essa imagem tenha atravessado o meu espírito quando escolhi este pseudónimo, talvez levado pelo prazer que a leitura das crónicas do António em mim causava.
Felicito o João Capítulo pela subtileza da sua mensagem subliminar e não me custa reconhecer que, bem vistas as coisas, o que aqui tenho feito, nesta "Magra Carta", mais não seja do que uma pobre imitação do estilo e do talento do António que fez (de braço dado com o Pedro Martins) do "Sesimbra e Ventos" um marco na curta história dos blogues da região.
Só alguma ruivas pessoas não terão gostado, mas a essas sempre lhes resta o recurso de ver os bonecos...

Mais vale sê-lo do que para selo…


Confesso-vos que este nosso Carteiro não pára de me surpreender. Não contente em distribuir sem parança a correspondência abundante que todos os dias chega à estação da "Magra Carta", agora ainda arranjou maneira de debruar os sobrescritos franqueados com pequenas imagens alusivas aos temas glosados, que são assim a modos que autênticas vinhetas. Desta sorte, o Carteiro retoma uma tradição ilustrativa vetusta, veneranda e hoje quase perdida, submersa que está no aluvião de imagens próprio da era do vazio. De resto, o Carteiro, fiel a um lema que já foi a nossa divisa, mingua o presumível desconsolo da Maga e dos seus avatares, pois o que abunda não prejudica e bonecos para ver sempre deram certo jeito aos iletrados. O nosso Carteiro é assim, homem íntegro e generoso, amigo do seu amigo, mas imune quanto baste às palmadinhas nas costas. É assim, ninguém duvide, e mais vale sê-lo do que para selo…

Monstros


No Quénia, onze mulheres, acusadas de bruxaria, foram queimadas vivas.

Em pleno século XXI, neste mundo globalizado onde as fronteiras praticamente desapareceram, com a informação a chegar a toda a parte, com satélites e câmaras que captam o menor gesto no mais recôndito tugúrio, a Idade Média ressurge do nada, na terra dos Mau-Mau, no país dos
míticos safaris, no coração de uma África mortificada.

Enquanto isso, na civilizada Áustria, outro monstro cometeu crimes inimagináveis, no seio da própria família.

A besta humana não tem raça nem cultura pré-determinadas...

Drama TERRYvel


A final de ontem veio, uma vez mais, demonstrar a crueldade e a injustiça do apuramento do vencedor de forma tão aleatória.
Terry não merecia (nem o Chelsea) perder tão ingloriamente.

Mantenho a ideia de que o número de cantos conquistados seria a fórmula mais justa para decidir o vencedor, em caso de empate após prolongamento.

A cartilha


Pelo "Público" de hoje fico a saber que os militantes socialistas vão ter de seguir um argumentário em matéria de política social, para fazer face às investidas da oposição (mais à esquerda, claro está). O papão comunista a tanto obriga. A cartilha, segundo parece, está em vias de ser elaborada pelo ministro Vieira da Silva e irá fornecer um manancial de perguntas e respostas, destinado aos militantes mais combativos. Para quem tivesse dúvidas, eis o socialismo em liberdade...

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Cerejo com caroço


O nosso primeiro-ministro foi, há uns anitos, responsável pela pasta do Ambiente, numa altura em que o nosso Governo não fazia tanto PIN como agora.

Ora sucede que, agastado com maldades escritas por um jornalista do Público, o já então eng. Sócrates escreveu-lhe uma carta que o tribunal achou lesiva do bom nome do senhor Cerejo.
Resultado: o nosso Primeiro vai ter de pagar 10 mil euros ao jornalista, esperando-se que aprenda a lição.
Já não vai a tempo de pedir desculpa nem adianta que prometa não voltar a chamar nomes feios a um jornalista.

Decididamente, Sócrates anda em maré de azar com jornalistas.
Primeiro foram as suspeitas à volta da anunciada contratação dos serviços de Fernanda Câncio pela RTP e agora este desagradável episódio-Cerejo.
Custa a engolir...

Grandes naus...


Eu não sei quanto devem os clubes portugueses ao fisco, à Segurança Social ou à banca, mas julgo saber que lá por fora há casos espantosos de endividamento, mesmo em equipas de topo.

A final dos Campeões Europeus coloca frente a frente, logo à noite, dois colossos que carregam no saco dos equipamentos dívidas impensáveis.

O Chelsea deve 935 milhões de euros, 578 dos quais a Roman Abramovich que fez um investimento sob forma de empréstimo, não de doação.
Por seu lado, o Manchester United tem um passivo de 960 milhões de euros.

Todos falam do Boavista, mas afinal a firma Loureiro merece uma medalha de mérito por uma gestão mal compreendida...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Uma questão de fé...


Há quem não aprecie muito os métodos de Jorge Jesus, mas o facto é que ele consegue resultados.
Nessa perspectiva, o homem parece ser bom.
Talvez por isso o assédio foi forte, tão forte que ele virou as costas à Cruz de Cristo e passou a ser o bom Jesus de Braga...

JAZZINTA


Estas coisas são assim mesmo, há que buscar originalidade, singularidade e estranheza.
Talvez por isso, há pouco tempo, Mariza nos apareceu com um "Fado Curvo".

Agora é uma cantora de jazz, de seu nome Jacinta, que presta homenagem a José Afonso com um trabalho intitulado "Convexo".

Não sei se encontrou inspiração num livro em que há conversas e com versos, mas pressinto que venha a caminho um disco de cantares alentejanos que, obviamente, só poderá chamar-se "Redondo"...

A casa de Irene


Manoel de Oliveira não teve a sorte de ser contemplado com uma medalha de bronze da Câmara de Sesimbra e lá se contentou com uma Palma de Ouro do Festival de Cannes. Acontece...
É verdade que não gosto das fitas do nosso Manoel, mas ontem fui ver um filme português que me leva a pensar que o nosso cinema não tem melhoras.
A coisa intitula-se "Goodnight Irene", tem uma fotografia razoável, mas a história é pueril, pretende ser poética, intelectual, e acaba por ser uma sucessão de banalidades incoerentes.

Mas, voltando ao nosso Manoel, é sabido que o senhor é endeusado pelos críticos e ignorado pelo grande público.
Por isso, a meu pérfido ver, o grande número de prémios que lhe dão só tem uma explicação: ver se ele se retira, se deixa de fazer filmes.
Mas o nosso Manoel não percebe que o querem ver pelas costas e agradece os aplausos com mais um filme.
Azar o nosso...


O circo está de volta


Esta manhã, na Antena 1, um historiador de Viseu falava sobre a epopeia de Viriato, a sua bravura, a forma heróica como se opôs aos romanos, só tendo sido vencido à traição.
E logo fez o paralelo com os novos guerreiros que são os jogadores da selecção, tirada gloriosa rematada com alguns acordes do Hino Nacional.

Está o país em recessão mal disfarçada, com o petróleo cada vez mais caro, o desemprego a aumentar, a economia a estagnar, a pobreza a alastrar, e vêm estes vendilhões do templo da bola com a exaltação de uma Pátria em perigo e o clamor de uma guerra santa, numa pantomina orquestrada ao mais alto nível para fazer esquecer a triste realidade que a grande maioria dos portugueses sofre na pele.

Enquanto a contestação cresce à volta das estações de serviço, os craques, perdão, os novos guerreiros, chegam ao local de estágio ao volante de Porsches, de Bentleys e outras máquinas poderosas.
Vai longe o tempo em que o país era cinzento e tinha por ídolo um humilde Joaquim Agostinho.
Sejamos modernos, esqueçamos a precariedade, os recibos verdes, as taxas de juro, e estejamos de corpo e alma com os nossos rapazes, coitados, que mal dormem a pensar como poderão comprar outra mansão no Algarve e um Maserati vermelho...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Nem tudo o que luz é raio...


Desconheço os critérios por que se rege a Câmara de Sesimbra para atribuir as suas condecorações, em cada feriado municipal.
Mas não posso deixar de me sentir incomodado quando alguém como o actor João Vasco recebe a mesma distinção de vários funcionários da autarquia.
Não ponho em causa o mérito desses funcionários, mas estamos perante realidades bem distintas.
Mais estranho ainda é ver incluído no mesmo escalão (Grau Bronze), o CECAS do senhor José Pedro Xavier. Qual é o mérito deste senhor? Pôr um jornal (insignificante, mas jornal) às ordens de quem mais ordena?
Pobre João Vasco, que mal acompanhado estiveste! Que mal fizeste a esta gente?

Já o padre Abílio Vieira teve direito ao Grau Prata. Porquê?

O que vale é que o João está muito acima destas distinções de pechisbeque.
Mas não deixa de ser um triste espectáculo, este da banalização do mérito...

Vai um tirinho?


O líder da comunidade islâmica em Portugal revelou que membros de uma organização terrorista esteve em Portugal com o objectivo de recrutar elementos para levarem a cabo atentados suicidas.
Parece que a campanha de sedução foi um fracasso total e nem admira que assim tenha sido.
Com efeito, nenhum jovem português, por mais distraído que ande, acredita na conversa das 72 virgens.
Depois, há sempre a desconfiança de que aquilo não passe de uma armadilha para os "apanhados" ou de uma rábula dos Gato Fedorento.
O pessoal já está muito calejado nestas manobras de violinos ideológicos, já ouviram as testemunhas de Jeová, os pastores da IURD, os simpáticos do Bloco de Esquerda, os alunos de Apolo, os vendedores de kits do Benfica e o burro da Euribor.
Nem o Malato e o Fernando Mendes, juntos, em peso, nos levam à certa...

Conversas, Com Versos e Com Ventos


Da editora "Terra Prática", recebemos um convite para o lançamento do quinto livro de António Cagica Rapaz, em sessão que terá lugar no Clube Sesimbrense no próximo sábado, 24, pelas 18 horas.
O autor terá a seu lado o jurista e escritor Pedro Martins (que assina o brilhante posfácio) bem como o Eng. Manuel António Alves Pinto, o amigo de sempre.

Para agradecer o convite, entrámos em contacto com António Cagica Rapaz que nos disse que gostaria de contar com a presença de quantos lhe quiserem dar esse prazer e também de outros que não saibam como fingir que não foram informados.

Magra Carta toma a liberdade de lembrar à dra. Guilhermina Ruivo que ficaria bem à vereadora da Biblioteca assistir ao lançamento de um livro sobre Sesimbra e da autoria de um sesimbrense.

Honni soit qui mal y pense...

Fim de festa

As coisas são simples para quem é isento.
O Sporting foi um justo vencedor e o árbitro errou para os dois lados.
O primeiro golo invalidado aos leões foi um erro. Jogador em linha está em jogo e, na dúvida, benefício para quem ataca.

Polga cometeu uma falta para grande penalidade e outra para livre fora da grande área.
Sem dúvida.
Paulo Bento deveria deixá-lo sair porque o homem é duro de rins, lento e pouco inteligente.
Um defesa só deve entrar à queima, de rompante, quando tem a certeza de antecipar, de chegar primeiro à bola. Em caso de dúvida, simula, aguenta, espera e contém o adversário.

Polga não tem pernas nem o instinto, a premonição da entrada, calcula mal e, quando chega, a bola já lá não está, só o adversário. E é falta. Inevitavelmente.
Um jogador inteligente é prudente, não comete erros tão flagrantes e potencialmente fatais.

Bruno Alves é um perigo à solta, violento, demolidor com a cabeça, os braços e os punhos. Futebol não é luta livre.

Jesualdo vai ter de explicar ao patrão a ausência de Bosingwa e é uma falta de classe vir desculpar-se com a arbitragem.

Agora vamos voltar a aturar o Scolari...

domingo, 18 de maio de 2008

O leão rugiu duas vezes

O Sporting deve estar grato ao circunspecto professor Jesualdo por ter deixado Bozingwa de fora.
Foi um equívoco ditado pela arrogância que lhe custou a Taça.

E vai sendo mais que tempo de alguém travar a fúria carroceira de Bruno Alves que, qualquer dia, deixa um adversário incapacitado para o jogo.

De resto, foi apenas o castigo para a sobranceria de quem esperava um milagre caído de um apito que não soou...

Com sais de frutos...



Tal como se pode verificar pela imagem colhida hoje, decorrem a bom ritmo as "obras" de "ressurreição" de Vitorino Magalhães Godinho nas placas toponímicas da Urbanização do Loureiro. O "averbamento do óbito" já foi cancelado no "assento de nascimento". Não nos foi possível tirar o caso a limpo com a edilidade, mas não seria para admirar que, antes do próximo dia 9 de Junho, data do seu nonagésimo aniversário, o insigne historiador recuperasse do estado mórbido a que a edilidade sesimbrense tão levianamente o votou. Uma certeza, porém, não pode ser abalada: eles lêem certos blogues. Com sais de frutos, é certo, mas lêem...

Desvio para os buracos

Quem planeou as obras de alargamento da ponte da Aiana-de-Cima certamente previu a necessidade de um itinerário alternativo.
Ora, o que fizeram foi apenas indicar um desvio que atira os automobilistas para uma estrada velha, poeirenta e cheia de buracos que, no mínimo, deveriam ter sido tapados.

Mas não. O máximo que as criaturas foram capazes de fazer foi colocar aqui e ali as placas a dizer "Desvio", e cada um que se amanhe.
Claro, os inúmeros funcionários da Câmara conhecem a dita estrada, mas só lá passam com as viaturas do patrão autarca, ou seja, mais buraco menos solavanco, pouco importa, a comunidade é rica.
Assim (não) funciona esta Câmara. E era tão simples...

sábado, 17 de maio de 2008

O importante é a rosa...

Numa entrevista ao jornal gratuito "Sexta", Isaltino Morais diz que será lembrado por ganhar eleições e que o resto é conversa.
Mais afirma que não há provas de que tenha beneficiado alguém.
O que é bem diferente de garantir que nunca o fez, acrescento eu.

Este curioso discurso faz-me lembrar outro notável que quer ser lembrado porque ganhou campeonatos.
Mas que talvez acabe por não ficar na história só por isso...

Falo barato

Na Islândia, abriu este mês o Museu Falológico, ou seja, o museu do pénis.

Mal soube da notícia, o dinâmico Manuel Pinho telefonou ao ministro da Cultura e logo decidiram que Portugal, nessa matéria, deveria fazer valer os seus créditos, tantas foram as nossas incursões por paragens nunca antes penetradas.

Cioso do seu ALLgarve, Manuel Pinho já pensava em contratar Zézé Camarinha para conservador do futuro museu, mas o senhor da Cultura entende que o local apropriado seria as Caldas.
- Mas porquê? - reage Pinho.
- Elementar, meu caro, no Allgarve é tudo mais caro.
- Sim, talvez, mas...
- E depois, é evidente... pénis... Caldas... é lógico. Eu sei do que falo...

Um...um...agredido por dois

Segundo relata o SOL, o presidente do Benfica e o seu motorista, na 2ª feira, agrediram um homem numa agência da Caixa Geral de Depósitos, em Telheiras.

A vítima apresentou queixa na PSP e recebeu tratamento no hospital de Santa Maria.

As câmaras de vigilância filmaram tudo.

Depois dos que se queixaram das escutas telefónicas, vai haver agora quem conteste a constitucionalidade das câmaras de vigilância...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O(c) tanas

Diálogo numa estação de serviço.

- Desculpe, isto aqui, 95 é o quê?

- Então...são octanas, gasolina super com 95 octanas.

-Ah, sim senhor. E o preço vai baixar?

- Baixar? O tanas!

Ensaio sobre as cataratas

Há coisas muito estranhas na esfera governamental.
De repente, o Governo descobriu que havia muitos milhares de portugueses a precisar de serem operados às cataratas. Levou tempo, mas,
é caso para dizer, abriram os olhos, .

Quando o primeiro autarca algarvio levou um batalhão de quase invisuais a Cuba, a coisa deu que falar, mas o Governo não (ou)viu.
Outros casos se seguiram e o silêncio continuou.
Até que agora, de súbito, arranjaram esquemas, com mais ou menos incentivos, e vá de anunciar milhares de intervenções, dispensando mesmo a colaboração das Misericórdias.

Porquê esta repentina corrida às operações às cataratas?
Onde têm estado escondidos os lasers destes oftalmologistas?
Terá sido milagre de Fátima?

Mulher séria destoa...

Se Manuela Ferreira Leite precisasse de um sinal de que é a pessoa com mais e melhores condições para liderar o PSD, acaba de o ter.
Pode não ganhar, porque as manobras e os compadrios, os jogos de bastidores, tudo isso pode funcionar de forma aparentemente democrática mas pouco séria, já que nestas coisas de eleições é a quantidade que vence.

Luís Filipe Menezes ainda julga que o partido lhe obedece e continua a conspirar.
Desta vez, lembrou-se de tornar público que receberá todos os candidatos que quiserem ir a Gaia, à excepção de Manuela Ferreira Leite.

Muito mal estava o PSD para Menezes ter chegado ao topo da hierarquia, ainda que fugazmente.

Muito mal ficará o PSD se Ferreira Leite não ganhar.

O pior, para aquele partido, é que, mesmo que a senhora ganhe, aquela gentalha não a merece...

Talvez Chalana...

É evidente para qualquer pessoa que o treinador é uma peça fundamental num clube, apesar de não marcar golos.
Por isso, a escolha desse elemento deve ser muito criteriosa, sob pena de fracasso.

Ocorre-me isto ao ler que o Benfica pretende contratar Quique Flores que treinou o Valência.
É possível que se trate de um bom técnico, mas conviria observar antes alguns factos, apenas para ponderação.
A história é simples.

O Benfica foi buscar Koeman e foi uma desilusão.
O Valência achou que Quique não servia e despachou-o, caindo na esparrela de convidar Koeman.
Há poucas semanas, Koeman foi corrido de Valência.
Agora o Benfica deseja a vinda de Quique.

Alguém percebe?

Português suave

A vida tem destas ironias.
O Parlamento discute e vota hoje a proposta de resolução do Segundo Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico.

Enquanto isso, 230 mil alunos estão a realizar uma prova de aferição de Língua Portuguesa, teste que não conta para a nota.

É um taimingue fixe e bem direcionado, desde logo muito à séria...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Waterloo


Temos de reconhecer que Pinto da Costa consegue (não sei até quando) fazer frente a esta onda de acusações que lhe caiu em cima.
Um homem inocente e de consciência tranquila poderia adoptar uma atitude discreta, de indiferença e de moderado distanciamento.

Mas não, o velho dragão chispa chamas de uma ironia grosseira, forçada, esgar desesperado, embora aparentemente seguro.
Ontem, Pinto da Costa provocou o juiz ao dizer que Carolina Salgado nunca foi sua esposa. Filomena, sim, é a sua única esposa.

Foi uma tirada infeliz e inútil, apenas mais meio minuto perdido, nada que altere a verdade dos factos.
E a verdade dos factos é que foi Carolina que Pinto da Costa levou à presença do Papa.
E não era sua mulher.
E Filomena? Vai levá-la à presença de Deus?

O sarcasmo tem limites que Pinto da Costa já não consegue distinguir...

O que vem à rede...


O título é sugestivo "PC a favor de contrato civil para casais homossexuais".

Além disso, é verdade, faltando apenas descodificar: PC é Passos Coelho, jovem candidato à liderança do PSD que pretende deitar a sua rede em mares nunca dantes cruzados por traineiras alaranjadas.

Há quem veja nesta abertura um sinal de modernidade, mas também há quem olhe para a manobra da traineira do candidato PC como algo arriscada pois pode deixar entender que uma franja dos votantes poderá não ser avessa a atracar pela popa...