segunda-feira, 31 de março de 2008

De véspera

À beira de mais um Dia das Mentiras, nada melhor do que um impagável Fernando Patrício para abrilhantar a festa que a Dr.ª Felícia já quis transformar em concurso. O chorrilho de tretas vem publicado no “Notícias da Zona” que saiu hoje, num artigo de opinião que bem merecia uma medalha de ouro oferecida pela senhora vereadora. Por uma questão de método, e para geral ilustração, convém ir por partes. E, para não ser muito maçador, limitar-me-ei a apontar os sete momentos mais altos deste núncio de Augusto Pólvora.

1 - Pela quarta ou pela quinta vez, Patrício inaugurou as rotundas do Marco do Grilo e da Vila Alegre na comunicação social. A primeira foi paga pela Administração Central e a segunda feita a meias com o Seixal. Como sempre, a coisa saiu-lhe pífia.

2 – Diz também que o Parque da Vila, na Quinta do Conde, deixou de ser uma eterna promessa para se tornar uma realidade. O inenarrável Patrício procura não lembrar que a decisão só foi tomada em 2005, poucos meses antes da tomada de posse comunista. E opta por fazer esquecer que, com Augusto, a obra se tornou uma contrapartida prestada ao município por uma média superfície, para desespero dos comerciantes locais.

3 – Refere ainda o alcatroamento da Avenida Principal, que, segundo opina, está a devolver à principal rua da Quinta do Conde a dignidade que nunca deveria ter perdido. Não sei se Patrício, quando fala em dignidade perdida, se refere aos famosos bicos de pato a que, já lá vão uns anos bons, Augusto Pólvora, com a sua proverbial capacidade de concepção e planeamento, deu azo em tudo o que era entroncamento com a Avenida Principal. No mais, é pena que Patrício, o defensor dos pequenos comerciantes, se tenha esquecido de dizer que quem vai pagar a factura da obra é uma grande superfície comercial que acabou de abrir portas por aquelas bandas.

4 – Patrício não deixa de falar em muitas ruas em processo de asfaltamento na Quinta do Conde. Ter-se-á esquecido que os louros deste trabalho, já anteriormente planeado, irão direitinhos para um partido da oposição, que por acaso detém o pelouro das obras municipais?

5 – É curioso que Patrício trate a devolução de parte da Fortaleza de Santiago – um tiro de pólvora seca já com barbas – como um marco histórico. Já que o próprio afirma prestar contas, convinha que explicasse muito bem ao pagode o que vai Augusto Pólvora fazer perante a recente exigência da GNR, que, para abrir mão de outra parte do monumento, quer receber seis apartamentos turísticos, construídos a expensas da Câmara, ou seja, com o dinheiro dos contribuintes? Será que Augusto Pólvora cede às exigências dos militares? Ou será que o processo vai continuar a marcar passo indefinidamente? É que, em Maio de 2006, Augusto prometeu a abertura do Museu do Mar na Fortaleza para daí a dois ou três anos. Estamos à espera…

6 – Entre várias declarações genéricas, Patrício diz que agora se defende a pesca e se investe no turismo. Não duvido que o arraial do POPNA esteja no congelador, donde não deve tardar a sair. Mas gostava de saber onde é que estão os hotéis?

7 – Patrício tem uma obsessão quase socrática com a dívida do município. Diz que os seus camaradas reduziram em 4 milhões a dívida herdada, mas omite a impassibilidade do vereador Augusto Pólvora perante os sucessivos orçamentos, relatórios e contas que, entre 1998 e 2004, nunca ousou reprovar. E depois há uma coisa que me faz espécie! Para quê levar dois anos a reduzir uma dívida em 4 milhões de euros, para, logo de seguida, contrair um empréstimo de 5 milhões, como agora aconteceu? Se a matemática ainda é uma ciência exacta, a dívida herdada acabou de aumentar.

Como se pode ver, trabalho não falta ao Dr. Cristóvão.

Anda, Pacheco

A Primavera e a mudança da hora estão a perturbar algumas mentes entre as quais as de Jaime Gama e Pacheco Pereira.

Jaime Gama ainda se safa porque, numa pirueta oportuna, sempre pode dizer que, enquanto presidente da Assembleia da República, não pode ser responsabilizado pelos surpreendentes juízos do militante socialista do mesmo nome. E vice-versa.
Curiosamente, o seu vice (no Parlamento) versa, compõe, declama e protesta.
Ninguém o cala, até.

Já Pacheco parece estar possuído por um ardor bélico implacável contra Menezes a quem pretende afastar da liderança do PSD nem que seja à bomba.

Eu cá por mim não me importo, e apenas sugiro ao nosso Pacheco que (tendo em conta quanto custa encher um depósito), se tiver de ser à bomba, que seja de gasolina...

O SEU ( penteado) É O LIMITE

Quem se dirige a Sesimbra, antes de chegar à bomba da gasolina da BP, na Venda Nova, depara com dois grandes cartazes publicitários, no lado esquerdo.
Um deles louva a qualidade dos serviços de um tal "HAIR LOOK e estética", situado na Cotovia.

Arrisco-me a palpitar que se trate de um simples salão de cabeleireiro, embora a frase-choque, o chamariz, seja do mais radical e arrojado que se possa imaginar.
Em vez de sublinhar a arte, a suavidade, a graça, a beleza, o encanto, o charme e o glamour, o que nos lançam é um repto terrível: DESAFIA OS TEUS LIMITES.

Por mais voltas que dê à cabeça, não consigo descobrir que limites pode alguém desafiar num ambiente de permanentes, brushings, madeixas, unhas arranjadas e bigoudis, ao som de música do Tony Carreira e entre as páginas da Caras e da Lux.

Eu sei que o ridículo não mata, mas quem concebe frases destas, precisava era do cabelo rapado à escovinha e a cabeça tonta desinfectada com DDT....

Tristeza

Hoje de manhã estive nas urgências do hospital Garcia de Horta, em Almada, tentando descobrir um amigo que lá se encontra há dias. Não consegui.

Aquele serviço é um parque de estacionamento de macas, cadeiras e camas predominantemente ocupadas por pessoas idosas.
Olhando aquele quadro desolador e deprimente, rezo para que a eutanásia seja uma realidade muito em breve.

Muitos daqueles seres já não são doentes, são moribundos adiados a quem um pessoal caloroso, simpático e atento transmite a ilusão de que ainda são pessoas pelas quais o esforço vale a pena.
Presto a minha homenagem a algumas enfermeiras que tratavam os doentes com carinho e uma dose de optimismo que me deixaram impressionado. Admirável e digno dos maiores elogios. Muito sinceramente o digo.

Se alguém se sente deprimido, antes de tomar Prozac ou outra droga, faça um desvio, passe por lá, e vai ver que, ao sair, se sentirá quase feliz.

Eu aceito a morte como coisa natural, não me assusta a ideia.
Mas
o sofrimento inútil, a crueldade e a indignidade da degradação física e mental, isso revolta-me.

Porquê? E para quê?

sábado, 29 de março de 2008

Mais depressa se apanha...

O neurocientista Paul Ekman declarou que, pelas expressões faciais, percebeu imediatamente que Bill Clinton estava a mentir quando afirmou não ter praticado sexo com Monica Lewinski.

Com o devido respeito pelo cientista, é possível que Clinton acreditasse estar a falar verdade, pela simples razão de que, segundo os seus parâmetros, teria sido a jovem estagiária a fazer sexo com ele.
Pode ser como nos casos de corrupção em que há um agente activo e outro passivo.
Ou como nos verbos na voz passiva em que há um sujeito e um agente da passiva.
De facto, Clinton pode ter sido sujeito a um abuso da (pouco) passiva menina Lewinski cuja voz não foi audível por óbvias razões.

Já agora, se Paul Ekman é capaz de detectar, através das expressões faciais, se alguém mente ou não, talvez fosse bom convidá-lo para ouvir os discursos em que Sócrates prometeu não aumentar os impostos, em fazer o referendo ao Tratado de Lisboa, em construir o aeroporto na Ota, etc.

E daí, talvez não valha a pena...

Só viste-o...

O vereador José Sá Fernandes é o herói de uma reportagem da Al Jazeera que o SOL está, neste momento, a mostrar em dois vídeos.
Lisboa aparece como uma cidade de terceiro mundo, imunda, onde só o Robin dos Bosques Fernandes luta contra a ganância e a corrupção.

E lá vem o intrépido Sá a entalar a Bragaparques, no célebre episódio sopraniano do dinheiro sujo que o mano do Robin não quis aceitar.

No fundo, temos de estar todos gratos à Al Jazeera porque, ao dar uma imagem tão miserável de Lisboa, colocou a nossa pobre capital fora dos alvos do terrorismo.
Qual é o bombista que se preze que perde tempo com este antro de perdição?

E temos de agradecer a José Sá Fernandes a luta feroz que tem travado contra o bicho ruim que é a corrupção.
E por ter dado o peito às balas com galhardia e elegância.
Até quando aceitou os vinhos finos e as soberbas iguarias oferecidas, no Natal, pela EMEL (e que Roseta recusou), só o fez para não ofender quem tão amável soube mostrar-se.

No fundo, Lisboa precisa de visibilidade, não é?
É o que se procura com o ALLgarve e é que a AL Jazeera nos oferece, gentilmente.

É também a pobre Lisboa. E o intrépido José...

Dia de negas

Jornais e televisões davam ontem e hoje Mourinho com um pé no Inter.
Agora é o próprio José que garante não ter ido a Milão nem conhecer o presidente do clube.
Ora, nada mais natural que o interesse do Inter e do treinador num acordo.
Mas então para quê e porquê tanta notícia, Real Madrid, Barcelona, Inter? É estranho...

Entretanto, Ferguson assegura que Queirós não virá para o Benfica.
Aqui entre nós, só se o Carlos não estivesse bom da cabeça.
Há anos, ele deu um passo em falso ao ir para o Real Madrid.
O Manchester (leia-se Ferguson) perdoou e acolheu o filho pródigo. Mas talvez não repita a bondade.

Neste interregno, a SIC Notícias não tem tocado no assunto, mas é muito provável que Humberto Coelho continue disponível...

Amor à camisola

Antes do jogo com a Grécia, houve jogadores que acharam pouco uma diária de 200 euros.
Pelos vistos, estamos a voltar ao que aconteceu em Saltillo, no Mundial de 2002 e no Euro 2004, com o vil metal a saltitar diante dos olhos dos jogadores.

Se vencerem o Euro 2008, cada um receberá 300.000 euros, é bom lembrar.
Bem podem dar-lhes equipamentos novos (bem feios, por sinal), bem podem insistir com eles para que finjam cantar o hino, o que os craques querem é dinheiro.

Assim se vê o patriotismo dos mininos de Scolari, outro que anda ao mesmo.

Se calhar, eles é que têm razão, os tempos não estão para romantismos.
Os palermas que ponham as bandeiras à janela enquanto eles põem os milhões no banco.

Os burros não são eles...

In dubio...

Pacheco Pereira diz que Bush e Blair não mentiram porque estavam convencidos de que existiam armas de destruição maciça no Iraque.

É uma visão piedosa e ingénua das coisas porque uma decisão de desencadear uma guerra não pode assentar numa simples convicção ou num acto de fé.
Só provas absolutamente indiscutíveis teriam podido servir de pretexto para carregar no botão da guerra, não uma convicção cujo grau ninguém conhecerá alguma vez.

Até no futebol, em caso de dúvida, não se marca penálti.
A não ser quando o árbitro usa apito dourado.

Eu não gostaria de ter Bush a apitar um jogo, nem que fosse a feijões.

E espanta-me que Pacheco Pereira ainda lhe dê o benefício da dúvida...

Má escolha?

Até ver, a nova ponte sobre o Tejo será entre Chelas e Barreiro.

Como não sou competente para tal, apenas deixo uma opinião de profano.

Não sei qual é o objectivo principal a alcançar com a nova ponte, mas o que me parece é que vamos continuar a ter o mesmo congestionamento na Ponte 25 de Abril.

Não creio que alguém tenha sido capaz de identificar a origem dos utentes desta ponte, mas talvez não seja errado pensar que não haverá desvio significativo para o eixo Barreiro-Chelas.

No caso de Sesimbra, haverá ainda (até quando?) o estrangulamento aberrante de Fernão Ferro.

Mas manda quem sabe...

sexta-feira, 28 de março de 2008

Cuba mais livre

Enquanto em Portugal o telemóvel está na ordem do dia associado a libertinagem e indisciplina, em Cuba ele surge como um prenúncio de liberdade e democracia.

Com efeito, Raul Castro acaba de autorizar o uso de telemóveis por todos os cubanos.
Até aqui só funcionários e estrangeiros podiam usar aqueles equipamentos.

Pode não ser muito, mas é alguma coisa.

Se a liberdade em Cuba ainda não é muito visível, pelo menos, já se faz ouvir...

Digo eu

Eu bem sei que o hábito não faz o monge, mas nem por isso me parece adequada a indumentária que alguns dos nossos deputados levam à Assembleia da República.

Neste preciso momento está a falar José Miguel Gonçalves de "Os Verdes", um jovem, em mangas de camisa preta.

A seu lado, e em claro contraste, o deputado Honório Novo, do PCP, com casaco e gravata.

Há dias, outro jovem deputado, do PCP, também se apresentava de forma pouco cuidada, apenas com uma camisola ligeira.

A gravata pode não ser adereço suficiente para garantir dignidade a uma pessoa, mas o Parlamento deveria justificar um mínimo de decoro...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Exemplar

Há minutos, na SIC e ainda a propósito do episódio do telemóvel, o advogado Rogério Alves (ex-bastonário da Ordem) fazia uma comparação com o futebol e dizia que há uma justiça desportiva, mas que, se um jogador quase matar outro, a polícia pode intervir.

É um exemplo curioso e infeliz porque o senhor advogado implicitamente reconhece que, num campo de futebol, só uma situação extrema pode levar a acção penal séria.

Todos sabemos que, ao longo de décadas, aconteceram inúmeras agressões claras, inegáveis, de que resultaram
pernas e braços fracturados, traumatismos cranianos e mesmo carreiras brutalmente ceifadas.
Sem que qualquer acção judicial tenha sido movida.

O país inteiro está em polvorosa porque uma miúda idiota mal empurrou uma professora e não lhe provocou a menor beliscadura física. Quase querem queimar a rapariga na praça pública.

Em contrapartida, ninguém acha criminoso que um adulto, jogador de futebol, agrida um adversário à cabeçada, de forma violenta e cobarde.
Ninguém estranha, ninguém reclama, ninguém se indigna porque o rufia foi punido apenas com dois jogos de suspensão.

É este o país que temos, o espantoso povo que somos...

Teimosia

Eu conservo um dicionário velhinho que me consola quando desconfio de candidatos a neologismos feitos a martelo e metidos à pressão.
Um deles é o catita casuístico que a gente fina cá da terra emprega (sempre) a torto e (nunca) a direito.

O meu dicionário diz-me que a casuística é a parte da teologia moral que trata dos casos de consciência.
Daí que casuístico signifique "relativo à casuística". Ou ainda, muito minucioso.

Ora, os nossos ilustres oradores usam o adjectivo casuístico no sentido de
caso a caso, ocasional, ao acaso, fortuito, errático.

O que talvez seja errático, mas é certamente errado...

Mas parece que faz escola e, qualquer dia, está nos dicionários.

Nos novos, porque o meu já me disse que não quer lá coisas dessas...

UFF !!

Segundo conta o "Público", o santuário de São Bento da Porta Aberta foi vandalizado e roubado.

Eu sei que tudo serve para notícia, mas, francamente, numa época em que assaltam bancos
dotados de cofres fortes e câmaras de vigilância, guardados pela polícia, quem se admira que alguém roubasse a caixa das esmolas num santuário de Porta Aberta?

São Bento deveria impor respeito e algum temor, mas já nada é sagrado, nem a casa do primeiro-ministro.

Ao saber da notícia, e feliz por nada de mal ter acontecido a Sócrates, Durão Barroso apressou-se a enviar um SMS ao amigo. Dizia a mensagem:
Porreiro, pá!

De Caras

Então foi assim.
A ex-mulher de João Pinto, Carla, e a ex-esposa de Nuno Gomes, Isméria, travaram-se de razões, há quatro anos, e o caso foi parar a tribunal, com julgamento marcado para amanhã.

Carla terá (sempre alegadamente) acusado Isméria de andar envolvida com João Pinto, o que terá causado enorme surpresa nos corredores do jetesete da bola onde as comadres mais entendidas acusavam a amiga Isméria de mau gosto pois o seu Nuno é bem mais jeitoso do que o João da Carla.

Daí até que se dissesse que qualquer semelhança entre João Pinto e um sedutor Isméria coincidência...

Seria justo

Hoje, pelas 21.00, a RTP transmite, em directo, uma peça intitulada "O Dia das Mentiras", encenada por Rui Mendes a partir de textos de Almeida Garrett.

Contudo, a representação poderá ser suspensa pois consta que uma vereadora da Câmara de Sesimbra terá tentado interpor uma providência cautelar, reclamando direitos de autor, alegação que (alegadamente, claro) seria confirmada por dezenas de professores que estarão lembrados da original iniciativa daquela incansável "empreendedorista" intelectual...

Será?

Depois de prolongado silêncio, Pinto da Costa desdobra-se em entrevistas onde repete, palavra por palavra, a mesma ladainha, esforçando-se pateticamente por se mostrar irónico, já que arrogante não consegue.

Admira que um bom jornalista como Carlos Magno vá da Antena 1 até ao Rádio Clube servir a sopa ao senhor Jorge Nuno.
Eu não sei se há um modelo comportamental recomendável a pessoas nesta situação de suspeitos, mas talvez o silêncio e a contenção fossem mais compreensíveis do que este esbracejar incontinente.

Faz lembrar Carlos Cruz quando, há uns anos, fez a via sacra de todas as televisões, de lágrima ao canto superior esquerdo do olho direito, jurando que estava inocente.

Será a isto que os entendidos chamam desespero?

Não será?

Quando vejo a forma devastadora como Bruno Alves e outros jogadores disputam bolas de cabeça, temo o pior.

Podia ter acontecido ontem a João Moutinho, mas é um risco sério e crescente neste futebol que está cada vez mais resumido a lances de choque nas áreas, com livres, cruzamentos e cantos, lotaria violenta, talvez espectacular, mas mais circo romano do que arte e técnica.

Se o objectivo fosse jogar de cabeça, não se trataria de football, mas de headball...

A pensar morreu...

Apesar de ter feito uma triste exibição, Portugal acaba (ironicamente) por ser derrotado com dois golos de livres (muito bem executados, mas) resultantes da fraca massa cinzenta de jogadores que abusam da violência.

No primeiro, Pepe, em vez de enfrentar
o adversário, vira-lhe as costas, mas deixando a perna a jeito de o derrubar. Na zona frontal. Genial!

O segundo livre foi o castigo para um pé em riste de Bruno Alves.
Nada justificava a falta, a não ser a falta de inteligência do jogador cujo instinto demolidor o leva a excessos irresponsáveis.

Se o burro é Scolari, não é o único. Esta parelha não lhe fica atrás...

quarta-feira, 26 de março de 2008

Ética socrática

http://br.youtube.com/watch?v=vIS1Wg5BMWA

Vejo e revejo o vídeo a que este "link" conduz. São imagens breves, mas definem um homem. Em 18 de Outubro do ano passado, durante um dos actos públicos da Presidência portuguesa da União Europeia, José Sócrates fez menção de dar um aperto de mão ao seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, ao mesmo tempo que se lhe dirigia um sonoro e vibrante “parabéns”. Mas, perante a aproximação de um governante estrangeiro, o primeiro-ministro desfaz-se em solicitude e o seu gesto de saudação muda subitamente de rumo, deixando de mão estendida, e sem pinga de sangue, um atónito Luís Amado. Se bem me lembro, a cena haveria de repetir-se, dois meses depois, junto ao portal sul dos Jerónimos, no dia da assinatura do Tratado. Mais palavras para quê?

Escola de adultos

Eu não resisto.
O fino "Público" está a anunciar que Nicolas Sarkosy e Carla Bruni Sarkosy visitam o Reino Unido com pompa e circunstância.

Eu, timidamente, ouso imaginar uma visita com pompa, cavalos a fazer sapateado, passadeiras vermelhas, foguetes, bichas de rabiar, a música a tocar, vénias, minuete e contradança...

Mas como será uma visita com circunstância?

Se alguém souber, faça favor de explicar...

Só nós dois é que sabemos

O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, diz que o pior da crise financeira internacional ainda não passou.

Que ousadia! Fazer uma tal declaração no dia em que o intrépido Sócrates baixou o IVA e decretou o fim da crise orçamental!

Com gente desta não vamos a lado nenhum, há que recambiar o senhor Trichet para França e pôr lá o competente Constâncio.

Não nos levem é o Sócrates!!

Nem que proponham o Barroso a custo zero!

Compagnons de route

Pensando nas eleições autárquicas, o dr. Narciso Miranda vai lançar um livro de reflexões políticas.
Qualquer dia, será difícil encontrar um português que não tenha publicado um livro.
Há até quem os escreva pelo seu próprio punho, imagine-se.

Sendo Matosinhos terra de mar, talvez se possa deduzir que a brisa salgada constitua factor de inspiração, não sendo por isso de estranhar que, em Sesimbra, estejam para sair livros de meditações, introspecções ou elucubrações.
Candidatos não faltarão, ideias é que podem rarear.

Mas cada um vai rezando aos seus santinhos e aqueles que irão andar em campanha nas estradas já começaram a acender velas a S.Cristóvão...

SMS, Somos Muito Saloios

A protagonista do filme de terror "Massacre com Telemóvel" por pouco não era enviada para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Ou para Haia, para o Tribunal Penal Internacional que julga os grandes criminosos de guerra.

Francamente, levar a gaiata ao Tribunal de Menores é um exagero grotesco.
Que se saiba, ela não fez parte do bando que torturou e assassinou o travesti Gisberta, valha-nos a Santa Inquisição.

Este caso, desagradável e intolerável, deve ser resolvido dentro da escola, com os mecanismos constantes do regulamento disciplinar interno. Ponto final.

Não era sem tempo

Assim é que se governa, com pulso firme, determinação e de peito feito.

No ano passado, enquanto ministro da Administração Interna, António Costa teve a fantástica ideia de fixar a data de início dos incêndios, salvo erro para 15 de Maio.

No lugar dele, eu teria marcado para Dezembro, o que nos daria a garantia de um Verão sem fogos, pois ninguém se atreveria (nem a Natureza) a ir contra um decreto ministerial.

Alguém lhe deve ter feito notar o absurdo e o ridículo de tal decisão que foi prontamente anulada.

Hoje é Sócrates que decreta o fim da crise orçamental.

Santinho!

Ele aí está!

José Sócrates acha que a coisa está bem encaminhada e toca de baixar o IVA para 20%, nada que a gente não esperasse.
Como dizia o outro, o cherne, só não sabíamos era quando.

Se alguém tivesse dúvidas, o homem está em plena campanha eleitoral legislativa.

Ficam-me duas suspeitas que partilho convosco:

- o IRS há-de baixar também

- o homem vai ser candidato outra vez

Não digam é que fui eu que vos contei...

A sombra que o Pedro faz...

O ano de 2007 é considerado por António Cândido Franco como o ano de Teixeira de Pascoaes.
Com efeito,
Na edição de hoje do "Jornal de Letras", Cândido Franco escreve sobre as
várias obras consagradas ao grande poeta e filósofo, distinguindo nomes como Pinharanda Gomes, Pedro Sinde e Pedro Martins, este último, sesimbrense de adopção e figura de primeiro plano no panorama cultural da terra.

O seu livro "O Anjo e a Sombra" é entendido como uma leitura do "Regresso ao Paraíso" à luz da heterodoxia das festas medievais do Espírito Santo, com referências a Jaime Cortesão, Agostinho da Silva, António Quadros e António Telmo.

Está de parabéns Pedro Martins cujo mérito é reconhecido por um intelectual da craveira de António Cândido Franco.
Poderia Sesimbra estar igualmente de parabéns se soubesse, por sua vez e a nível oficial, dar valor a quem o tem.

Infelizmente (ou talvez não) a Cultura versão-CDU, tabernalmente, ignora Pedro Martins, enquanto a vereadora da Biblioteca acha preferível passar fitas aos sábados a perder tempo com filosofias e filósofos.

O contrário é que seria surpresa...

terça-feira, 25 de março de 2008

Há mais Marias...

Em Junho, o homem comprou a companhia aérea Air Luxor ao grupo Mirpuri.

Em Setembro, a transportadora perdeu a licença de operador.

Menos de um ano depois, o Tribunal de Comércio de Lisboa decretou a insolvência da Air Luxor.

No âmbito do processo, o Ministério Público considerou a insolvência como culposa.

O homem em causa chama-se Pinto da Costa, Vítor Pinto da Costa.

O outro, o senhor Jorge Nuno, vai mesmo a julgamento, acusado de corrupção activa.
O jogo foi com o Beira-Mar, em 2004.

Devagar, mas vai...

Só pode ser...

A notícia reza que um sexagenário foi apanhado com 150 quilos de droga.
Pergunto eu: por que razão o meliante, o traficante, tem de ser qualificado em função da idade? Haverá alguma relação directa entre a idade do homem e os quilos de droga?
Se tivessem esperado dez anos para lhe deitar a unha, acaso ele teria 200 ou mais quilos consigo?

Muitos dos meus amigos que andam na casa dos sessenta tencionam organizar uma marcha da indignação sexagenária, argumentando que não há memória de notícias destas fazerem alusão a trintenários, quadragenários ou quinquagenários.

Porquê esta sanha contra os sexagenários?

Há quem pense que é por despeito porque, de todas os escalões etários, é o único que inclui sex...

Dura lex, sed lex

Este lamentável episódio do telemóvel, leva algumas pessoas a advogar a proibição absoluta dos aparelhos na escola, hipótese drástica que se percebe, mas que, na minha opinião, é excessiva e algo perversa.

O telemóvel não é indispensável, mas pode ser útil para os alunos e para os familiares, em qualquer momento, dentro e, sobretudo, fora da escola.

Suprimi-los, pura e simplesmente, seria interpretado como uma retaliação violenta que os levaria à posição de vítimas, coisa de que eles muito gostam.

O que me parece importante é instituir um sistema e um clima de responsabilidade e firmeza.
Os alunos têm o direito de ter telemóvel, mas têm igualmente o dever de não o usar por forma a causar perturbação nem qualquer outra forma de desrespeito ao correcto funcionamento da actividade escolar.
E as regras são para cumprir.

É apenas disto que se trata...

Luís Palmela

Durante anos, boa parte dos turistas (na altura, banhistas) que arribavam a Sesimbra eram alentejanos.
Durantes esses mesmos anos, a imagem do cabo-de-mar era a do papão que não deixava jogar a bola na praia nem dispensava os homens de usar camiseta de cavas.

Até que, nos anos 60, Sesimbra teve um alentejano que passava o dia inteiro na praia, a de banhos e a da lota. Era um cabo-de-mar que seria tudo menos papão.
Bem pelo contrário, era uma personagem admirada e cobiçada, sobretudo pelo sexo feminino.

O porte altivo, o boné bem recortado, a camisa branca da farda, tudo contribuía para que a figura de Luís Palmela se tornasse quase uma atracção na praia de Sesimbra.
Um tanto solitário, aparentemente distante, havia nele algo de misterioso, parecendo mesmo não se aperceber da sedução que exercia.

Afinal, era apenas um homem tímido, marcado por uma infância difícil, saído de um universo modesto, razão pela qual nunca tivesse tido plena consciência da sua aura de homem atraente nem disso tivesse sequer pensado tirar partido.

Dobrado o cabo dos 80 anos, continua a ser uma pessoa de grande sensibilidade, discreto, afável, apreciador de poesia, capaz de se comover com um gesto, uma palavra.

E não perdeu o toque de classe, a silhueta que deixou um rasto romântico que ia da porta da Capitania à praia do Espadarte...

Mostrar serviço

A nova Comissão Política do PS é liderada por um homem particularmente sensível às questões do património e da cultura, e com algumas provas dadas nesses domínios. Espera-se, portanto, que comece por aí. O processo da Fortaleza de Santiago é pura nebulosa e o do Santuário do Cabo resvala perigosamente para a política de fachada, a que a Casa da Ópera empresta a majestade das suas ruínas. No mais, não há política cultural. Para evitar trapalhadas, a Dr.ª Felícia Costa remete-se ao papel, cómodo e prudente, de gestora de palcos, e a Dr.ª Guilhermina parece ter concentrado o melhor das suas forças na criação de uma Noite dos Óscares sob a égide da Biblioteca Municipal. Eu bem sei que o Dr. Cristóvão incluiu a referida Dr.ª Guilhermina na sua lista de unidade, o que, à partida, não lhe augura grande soltura de movimentos. Mas tem, contudo, de perceber rapidamente que, a um ano e pouco da coisa ser a doer, deve começar a mostrar serviço. Rapidamente e em força. Por todas as razões, mas sobretudo por ser esta a linguagem que o Partido Comunista domina como ninguém.

É assim...

Esta manhã, foi a vez do professor Júlio Machado Vaz dizer "há uns dias atrás".
Logo a seguir o verboso António Macedo anunciava que podemos reouvir o professor .
Acontece isto na Antena 1 que tem uma rubrica diária sobre a língua portuguesa...

Eu confesso que já não sei bem o que é correcto ou não, tantas são as cambalhotas, as variações e as cirurgias reconstrutivas.
Por isso, gostaria de perguntar aos Antónios Macedos deste país se, todos os dias, reouvem, refalam, recomem e reurinam?

Acharão eles que faz sentido fazer preceder de re tudo quanto se faz de novo?
Será que voltar a casar é recasar? E roubar outra vez será reroubar?
Deixo à consideração...

Há minutos, no Rádio Clube, um senhor que falava sobre o Ambiente disse que a opinião pública é das principais actoras do processo.

Eu não invento, limito-me a apanhá-las no ar...

O meu travesseiro

O meu travesseiro disse-me ontem ao ouvido que Augusto Pólvora não irá desencadear o processo de revisão do PDM até às eleições. Claro está que não acreditei. Nunca o Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra iria sacrificar deliberação tão urgente quão virtuosa ao calculismo político imposto pelo calendário eleitoral.

Sopa no mel

Depois do que ontem aqui escrevi sobre o caldo, as declarações de Mário Nogueira, sindicalista afecto à CGTP, hoje publicadas pelo “Diário de Notícias”, segundo as quais lidar com a indisciplina escolar não é uma prioridade, caem que nem sopa no mel.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O pior da fita

No caso da rapariga que usou de violência para a professora, por causa do telemóvel, o comportamento que me parece mais criticável não é o da jovem, mas sim o do alarve do colega que teve a brilhante ideia de filmar a cena.

A aluna poderá ter a desculpa de ter perdido o controlo, de se ter deixado levar pelos nervos, não sei, mas o rapazola que preferiu não intervir e decidiu tirar partido do incidente, é simplesmente nojento.

Salvaguardando as proporções, foi como se alguém, perante um acidente rodoviário, se recreasse a filmar, não prestasse assistência e se afastasse.
A frieza e o desprezo pela professora marcaram a atitude do imbecil armado em realizador que se deu ao luxo de invectivar os colegas que lhe iam estragando o gozo da filmagem.
Seria bom que o rosto desse idiota fosse igualmente mostrado na Internet...

Branca e radiante...

O Fisco quer obrigar todos os portugueses casadinhos de fresco a declararem quem lhes organizou a boda, quanto pagaram, quem ofereceu o vestido de noiva ou o fraque do jovem, em quanto importou, etc.
Mais pressionam os noivos para denunciarem outros eventos (casamentos ou baptizados) que tenham ocorrido no mesmo local, à mesma hora.
Já agora, deveriam perguntar quanto custou a lua-de-mel, quem ofereceu, qual o destino e que tal foi (com pormenores ou pormaiores) o desempenho do mancebo.

Em breve deverá sair outro pacote inquisitivo sobre os funerais, o tipo de caixão, a marca da viatura funerária, as coroas de flores, sempre na óptica do quanto custou e quem ofereceu.

O Governo é nosso amigo, quer fazer-nos reviver os acontecimentos que marcam as nossas vidas.

Só não se lembra de apurar quem casa nas Ilhas Caimão e noutros paraísos fiscais.
Ou quanto declaram, para efeitos de IRS, os jogadores de futebol, os empresários, os dirigentes, etc.

Talvez conviesse incluir no simpático inquérito se a noiva usa piercings, e em que partes do corpo...


Língua recheada

Esta manhã, o dr. José Miguel Júdice dissertava acerca das tensas relações entre alunos e professores.
E, a certa altura, talvez tenha achado que seria pouco interessante falar de actos censuráveis, pelo que preferiu proferir a erudita expressão censurabilidade dos actos.

Mais adiante, lá veio o inevitável culpabilizar em vez do velhinho culpar.
Pirueta que o locutor de serviço imitou ao falar de contratualização em vez da antiquada contratação.

Outro ilustre senhor disse que algo ocorrera há semanas atrás. Será que há semanas não chega? Ou então semanas atrás.
Agora, há semanas atrás é assim a modos que descer pra baixo. Ou não será?

Fiquem-se com estas singularidades que ponho na mesa, e não em cima da mesa como toda esta fina rapaziada diz.

Têm por aí alguma para a troca?

O caldo

Por muito que lhes custe, o caldo de cultura que conduziu à barbárie do escarcéu na escola do Porto é o mesmo em que vicejam os karaokes, em que medram as play stations e em que se iluminam as night parties. Trinta e tal anos de trabalho de sapa nos gabinetes da 5 de Outubro tinham fatalmente de dar nisto: o culto de um entretenimento que imbeciliza; uma permissividade sumamente nefasta; e o inculcar, nos espíritos imberbes, dessa crença obscena numa tecnologia toda-poderosa e embrulhada em inglês técnico, que, além de negar a essência etimológica da educação, ainda lhes afiança que não precisam de trabalhar, memorizar e pensar para aprenderem. O problema, agora, é que o caldo se entornou, arrastando miúdos e graúdos numa Onda Jovem onde de nada serve saber fazer skimming.

Stalin, comme d’habitude

Na sua página na Internet, vem agora a Câmara Municipal de Sesimbra dizer que começou a recuperação do Santuário do Cabo Espichel, mais esclarecendo que este, depois de décadas de chuva, vento e vandalismo, está finalmente a receber as primeiras intervenções, que consistem no arranjo do terreiro e das janelas, na caiação dos edifícios e na criação de um parque de estacionamento e de infra-estruturas de telecomunicações e águas. Já todos conhecemos os tiques estalinistas que marcam a política de pseudo-informação da dupla Augusta Pólvora e Felícia Costa, mas nunca é de mais lembrar que, há uns anos, a Igreja de Nossa Senhora do Cabo (ao que julgo saber, ainda é parte integrante do Santuário) foi toda restaurada, num trabalho notável e exemplar, que aliás reclamou um investimento bastante avultado, na ordem dos cento e tal mil contos. Mas isto, pelos vistos, não convém que se saiba e, por isso, não deve ser lembrado. Importa é criar no leitor desprevenido a ilusão de que a recuperação começou, porque antes é que nunca e agora é que sim. Nada de mais falso. Nada de menos sério. A recuperação teria verdadeiramente começado se fosse para continuar, e todos sabemos que não será assim no futuro próximo, muito menos a expensas da Câmara, que não tem dinheiro para mandar cantar um cego. Os biscates agora engendrados são apenas para inglês ver. Augusto Pólvora, porém, joga tudo na cosmética com que tende a semear ilusões entre os papalvos. Isto, claro está, se a oposição não lhe denunciar o embuste.

domingo, 23 de março de 2008

Um leão sem estrela

Continuo a pensar que, em caso de empate, a decisão deveria ser consequência do número de pontapés de canto conseguidos.
Simplesmente porque só quem ataca conquista cantos.
A marcação de grandes penalidades encerra boa dose de lotaria, desnecessária e evitável.

Ontem, ficou provado (se é que era preciso) que Polga é um jogador muito tosco.
Não por ter falhado mais um penálti, mas por chutar para onde está virado, ser lento e não possuir o mínimo de técnica exigível a quem aspira jogar no Sporting com que os adeptos sonham.
Só cabe neste triste Sporting. Que saudades de André Cruz!

A dupla de centrais do Vitória é muito superior à dos leões.

O único jogador do Sporting com pontapé forte é Rony. Que não é titular.

A alegria, o querer e a confiança dos setubalenses contrastaram com a impotência flagrante do Sporting, uma equipa destroçada física e animicamente.

O leão só não está moribundo porque tem muita juventude, mas é um doente que finge acreditar na recuperação...



sábado, 22 de março de 2008

Higiene

Vão ler um comentário, que é o sexto, no “post” intitulado “Na berlinda”, se fazem favor. E depois venham falar comigo.

Eles fazem sempre tudo ao contrário. Numa Sexta-feira Santa, dão sinais de vida através de um mensageiro. É pessoa bem informada, muito próxima da Dr.ª Felícia Costa, e procede com uma subtileza em tudo idêntica aos simpáticos chineses que lidam com o Tibete: sempre a mesma prosa reles e untuosa, sempre o mesmo contorcionismo realista, sempre a mesma baixeza do ataque pessoal, que não consegue discernir do debate político acalorado. Desta vez nem alguns comentadores deste blogue, como Rui Viana ou Farol do Cabo, escapam à rasoira estalinista.

Dizem as criaturas que divulgaram, no boletim municipal, o empréstimo de peças para a exposição. Não me vou dar ao trabalho de conferir, porque, caso seja verdade, deve ter sido uma breve numa página bastante recôndita daquele veículo de propaganda. Abstraindo do ponto de vista do umbigo, são coisas parecidas, não haja dúvida. Divulgarem a exposição propriamente dita: nanja!

E, volto a fazer a pergunta: por que não promoveram visitas ao Museu dos Coches? Por que valorizam mais a memória alheia, com as célebres passeatas aos pequenos museus do distrito, do que a própria?

Estão a fazer diligências para trazer a exposição para cá desde a altura em que dela tomaram conhecimento? Eu começarei por dizer que isso, vindo do tal mensageiro, vale aquilo que vale. Seja como for, ao fim de tanto tempo – uma exposição destas leva sempre larguíssimos meses, por vezes anos, a ser preparada – ainda não têm uma ideia, uma resposta? Quem acredita?

A terminar, o agente vermelhusco sugere-me alguns espectáculos musicais em cartaz no Cine-Teatro João Mota. Eu bem sei que eles passam a vida a dar música à gente, mas depois de ler a sua prosápia redonda, isto só lá vai com a Missa de João Sebastião Bach. A higiene da alma a tanto obriga.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Aleluia

Embora os nossos dentes
Não sejam o que eram dantes
Festejemos com amêndoas
Indo a elas e comendo-as


Para todos, santa Pazcoa !

quinta-feira, 20 de março de 2008

Para meditar

A região de Barcelona está a braços com graves problemas de seca, razão pela qual a companhia das águas da Catalunha negociou com a sua congénere de Marselha o fornecimento de 25.000 m3 de água, por dia.

É este um sinal dos tempos, exemplo da importância do "ouro azul" num futuro muito próximo.

Marselha recebe a sua água dos Alpes. Enquanto há...

Sobreiro, pá!

Quando era ministro do Ambiente, José Sócrates assinou um despacho que autorizava o abate de 700 sobreiros, em Setúbal, de forma a viabilizar um daqueles maravilhosos e abençoados projectos de supremo interesse para o país, ou seja, mais um mega-empreendimento imobiliário.
O então ministro da Agricultura, Capoulas Santos, também concordou. Tudo harmonia, tudo jóia.

Na altura, nem sequer havia plano de pormenor, mas não seja esse o problema, lá está a Câmara de Setúbal que acaba de dar luz verde. Quem se admira?

Que diferença haverá entre estes sobreiros e os da Portucale que o CDS traz atravessados na garganta?

E será este Sócrates o mesmo que mandou no Ambiente?

Ou será que pouco importa, pois sobreiros há muitos?

Topas esta cena?

Na escola Carolina Michaelis, no Porto, uma professora de Francês tentou tirar o telemóvel a uma aluna e foi por esta agredida.
A insólita cena foi filmada e já corre no You Tube.

Será esta uma cena de bullying praticado pela professora?

Quem faz a avaliação deste acto?


Subtil

O Comité Olímpico convidou Cavaco Silva a assistir à inauguração dos Jogos Olímpicos, em Agosto.

Cavaco, polidamente, declinou o honroso convite. Por razões de agenda.

O Dalai Lama sorri, satisfeito. E eu também...

Que país é este?

Sempre aconteceu, é de todos os tempos os miúdos mais fortes das escolas exercerem violência sobre os indefesos.
Em muitos casos havia roubo, extorsão, perseguição, até sadismo.

Relativamente ao que sucede nos nossos dias, o que varia é talvez o "requinte" posto nos actos violentos, porventura resultante da desenvoltura e do cinismo dos mais poderosos a que não será alheia a influência do cinema e dos jogos de vídeo.
E, onde dantes havia berlindes e bonecos da bola, hoje há roupa de marca, telemóveis ou relógios.
Mas, na essência, o fenómeno é o mesmo.

Com a diferença que agora é designado por bullying.
Ouvi há pouco o professor Daniel Sampaio dizer várias vezes esta palavra e confesso que não compreendo a necessidade do termo inglês.
Parece que hoje há (em Braga, não sei ao certo) um congresso sobre Bullying.

Bullying, piercing, timing, shopping, feed back, target, estamos reduzidos a isto.

Eu acho (se calhar, mal) que, em vez de andarmos a debater a questão do acordo ortográfico, alguém deveria olhar para esta saloia descaracterização da língua portuguesa.

Por toda a parte, só vemos inscrições em inglês. Será que Portugal está transformado num imenso ALLgarve?

Se isto não é uma tristeza, digam lá o que é, que eu não sei.

Lamento, mas não sei. I am sorry...

Mediocridade

Há quase três décadas, num debate parlamentar, um deputado teve esta tirada admirável:"Vocês têm razão, mas nós temos a maioria absoluta".
Parece que é assim a democracia.

Todos os dias assistimos a uma competição entre os políticos toda ela numa óptica de vitória /derrota, não numa cooperação (ainda que com confronto) pelo bem comum.
Daí,aquela visão da garrafa meia cheia ou meia vazia, consoante serve ou não os seus interesses sectários.

O uso da palavra recuo é a expressão clara dessa rivalidade doentia.
Quando uma das partes corrige, altera, emenda, importa é que seja para melhor.
E de cada vez que reconhece que a sua medida não era a desejável, não está a recuar, mas a avançar, a progredir, nunca a (retro)ceder.

É má política esta do despique maldoso que só serve para envenenar as relações e alimentar a intriga rasteira, a única que a nossa pobre Comunicação Social cultiva...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Uma austera, apagada e vil tristeza

Workshop's
Karaoke
Peddy Paper
Hip Hop e House
Skimming
Play Station
Body Painting
24 Outdoor
Squeeze Theeze Pleeze
SVE Night Party

Não, caro leitor. Não se trata de um qualquer exame de inglês técnico realizado na extinta Universidade Independente. Trata-se de cerca de metade (para mais e não para menos) das actividades que constam do programa da Ond@ Jovem 2008. No entanto, manda a verdade que se diga: em matéria de dementação, a senhora doutora vai na peugada do senhor engenheiro.

Finalmente

Afinal, sempre temos ministro da Cultura.
Depois da confusão dos nomes, do convite que foi parar à casa errada, lá tivemos no Parlamento o dr. José Pinto Ribeiro a defender o acordo ortográfico, os monumentos e os conservatórios.

E parece que o homem falou bem, respondendo com desembaraço às perguntas dos deputados.
Até mesmo quando Matilde Sousa Franco se equivocou e interrogou Pinto Ribeiro sobre a situação do projecto que visa atribuir a Coimbra o estatuto de património mundial.

Pronta e despachadamente, Pinto Ribeiro explicou que esse assunto não é da sua responsabilidade, antes compete ao ministro Mariano Gago.

Não sei se a deputada socialista ficou
ou não satisfeita com a resposta, mas pelo menos uma coisa ficou a saber, é que ministro da Cultura que fala assim não é Gago...

Ao fim e ao Cabo

O sociólogo António Barreto, no programa "A Regra do Jogo", na SIC Notícias, dedicou a sua última intervenção ao Cabo Espichel, local que considera maravilhoso e mágico, para lamentar o estado de abandono em que continua.
Mais aludiu à existência de um grupo empresarial estrangeiro que tenciona (ou gostaria de) construir uma pousada e outros equipamentos naquele sítio de características raras.

Todos nós ansiamos por ver o Cabo Espichel recuperado e valorizado, não vandalizado nem conspurcado pela exploração e pela especulação.

Nesta linha de pensamento, não pude deixar de sentir uma pontinha de receio quando António Barreto fez referência ao interesse que o presidente da Câmara de Sesimbra terá manifestado no projecto.

Podemos ficar preocupados...

Na berlinda

Para quem não sabe, o Museu Nacional dos Coches (MNC) possui a mais notável colecção do mundo no seu género. Ora, durante alguns meses, e até há pouco tempo, esteve patente no MNC uma exposição intitulada O Giro de Nossa Senhora do Cabo e as Berlindas Processionais, cujo interesse, na óptica sesimbrense, não carece de demonstração, e onde inclusivamente foram expostas algumas peças do acervo do Museu Municipal de Sesimbra, especialmente cedidas para o efeito. Que fez, então, o pelouro da Cultura, detido pela preclara figura da Dr.ª Felícia Costa? Divulgou localmente o evento? Promoveu visitas à exposição, à semelhança das belas passeatas recentemente promovidas com destino a alguns pequenos museus do distrito de Setúbal? Tratou, ao menos, de trazer a exposição para o concelho? Nada. Ao contrário do permanente espectáculo carnavalesco que desgraçadamente nos enleia, a identidade e a memória locais, tratadas a um nível de excelência, por certo não dão votos, e excursões a Lisboa são um chão que já deu uvas. Estamos alegremente reduzidos a isto. Mas também não merecemos mais. Nem melhor.

Penélope

Se eu não soubesse que Bombaldes, antes de ser nome de largo, é nome de mar, diria que a montanha pariu um rato, tal é o retrato pífio que hoje, depois de investimentos chorudos, se pode tirar à obra que ali se oferece ao olhar, isto sem falar do espaço roubado aos transeuntes, para benefício exclusivo de duas ou três esplanadas, dos ressaltos que prejudicam a mobilidade, e do resultante tom incaracterístico, puramente almejado para inglês ver. Sabendo, porém, que, no meio de todas estas desgraças, houve ainda tempo para fazer, desfazer e voltar a fazer, por mais de uma vez, o que já estava feito (mas sua sumidade urbanística sabe, por certo, aquilo que faz!), não posso deixar de me lembrar da homérica Odisseia e da sua fiel Penélope, que de dia tecia a colcha que à noite logo desfazia, sempre na esperança do regresso do seu esposo. Eis a prova provada de que Ulisses esteve por cá e deu nome a Lisboa: na sua rota para Olissipo fundeou largos dias em Bombaldes.

Cuidado com as imitações

Um actor italiano fez-se passar pelo "colega" americano Niicolas Cage e foi recebido com todas as honras no estádio de Chamartin, com direito a camarote presidencial, camisola autografa por Robinho, fotografias, etc.
Um regalo para quem gosta de "apanhados".

Quem o desmascarou foi o jogador Totti, da Roma, que já conhecia as malandrices do seu compatriota.
O vídeo está a correr na Internet para gáudio de todos os "inimigos "do Real Madrid.

Por cá, as más línguas já andam a dizer que um ex-jogador do Benfica anda para aí a mostrar a sua solidariedade para com Chalana ao mesmo tempo que lembra que o rapaz não tem experiência para o lugar.
É de gente assim, leal, franca e competente que o Benfica precisa.
O pior é que o presidente Vieira já conhece este artista de há muito e, se ele lhe aparecer na Luz, não parece que haja passadeira vermelha...

Honra lhe seja feita

A modernidade, com a tecnologia a ajudar, tem trazido consigo o espectro (e a triste realidade) da supressão de postos de trabalho na generalidade das actividades.
Mas o futebol é uma excepção.

Com efeito, a expansão deste comércio e indústria que é o jogo da bola deu origem à criação de incontáveis novos empregos, directos e indirectos (como os livres), por todos os cantos do mundo, na pequena área dos gabinetes, das lojas, das redacções de jornais e revistas, nos estúdios de televisão ou nos escritórios de advogados e empresários.
Tal como na grande área dos complexos desportivos, nos estádios e sua envolvência.

Um dos casos mais curiosos é o da multiplicação dos técnicos.
Antigamente, o técnico (o mister ou senhor mister) orientava a equipa, dava preparação física e ainda treinava os guarda-redes. Sozinho, sem adjuntos.

Hoje o staff técnico do plantel (ou grupo de trabalho) é composto por meia dúzia, no mínimo, de elementos.
O velho massagista há muito que passou à história, substituído por uma mão cheia de fisioterapeutas.
Até os árbitros passaram de trio a quarteto. É tudo a aumentar.

Por isso, eu compreendo que um país miserável construa dez estádios, disponibilize centenas de polícias para escoltar claques ou ofereça batedores para abrirem caminho aos autocarros dos clubes.
No fundo, neste país, só o futebol cria emprego.
Não chegará aos 150.000 tão badalados, mas para lá caminhamos...

Má letra para boa música

O jornal SOl diz-nos hoje que o Hot Club anda há 60 anos a jazzar.
Não me choca a tentativa, mas acho-a infeliz. Por várias razões.

Primeiro, obriga a pronunciar à portuguesa, o que mata aquele som delicioso que é djeze.

Depois, jazzar faz pensar em jazer, chàzada ou (al) jazira.

Para quê complicar? Não é bonito dizer tocar jazz, música de jazz?

Tanta falta de gosto já é azar...

Colado com cuspo

Como é do conhecimento geral, os trabalhadores dos Correios estão em greve hoje e amanhã.
Depois é feriado e, a seguir, sábado, dia após o qual costuma ser domingo.

Nesta coisa das greves, há escolhas que raramente falham, ou seja, andam sempre de mãos dadas com feriados ou fins de semana.

Daí a suspeita que as envolve. De facto, as datas escolhidas pelos meus colegas dos CTT cheiram a malandrice, vêm mesmo a calhar.

Por isso, mais que parecê-lo, é melhor selo...

terça-feira, 18 de março de 2008

O abismo é já ali

A criminalidade, no mundo inteiro, está estreitamente ligada à pobreza e às desigualdades.
Em Portugal também, é obscena a ostentação dos ricos e é visível o fosso que separa os que mais têm dos que desesperam de possuir o mínimo que lhes permita viver com dignidade.

O aquecimento social global está a atingir milhões de pessoas e ninguém deverá ficar surpreendido se uma nova revolução acontecer, talvez em França, para começar.
Os ricos fazem gala em se exibir, e a Comunicação Social é o veículo dessa mostra insolente de tudo quanto o dinheiro permite, barcos, casas, carros, aviões, festas, jóias, tudo a cair sob a alçada dos pecados mortais que já não são apenas sete.

O que (sobretudo) a televisão mostra é uma provocação para quem se sente marginalizado, frustrado e revoltado.
Daí à violência aparentemente gratuita é um passo que as estatísticas dos políticos se recusam a valorizar.

A Venezuela é um país rico governado por um comunista que se esquece de partilhar.
Por essa, e por outras razões, em 10 anos de Chavez, o número de assassínios anuais passou de 4.550 para 13.200.

O problema, em Portugal e noutros países, não é haver por aí armas de fácil aquisição.
O mal é haver gente que não hesita em servir-se delas, uns para fugir à miséria, outros porque também querem ter o que os ricos têm, o que vêm na televisão....

Isto está bonito

O novo governador de Nova Iorque, David Paterson, já revelou que, em tempos, também deu as suas facadas no matrimónio, indelicadeza que a mulher, Michelle Paige, admite ter igualmente cometido.
Pronto, assim estamos conversados, já sabemos o que a casa gasta. Ou gastou.

É a América em todo o seu esplendor de hipocrisia, misturando alhos com bugalhos, julgando as pessoas por actos que só aos próprios deveriam dizer respeito.

Mil vezes pior é a infidelidade de Bush à VERDADE, perfídia que já custou, entre outros danos, a vida de 4.000 jovens americanos.
E o homem lá continua, talvez murmurando, de vez em quando: "É a vida".

E, se lhe perguntam quantos morreram, é bem capaz de começar por dizer "Ora, deixa ver, trezentos em Basora, novecentos em Tikrit, mais os de Bagdade, olhem, é fazer as contas..."


PS: A Guterres fui apenas buscar os ditos memoráveis, só isso. Honni soit...

Por que será?

Enquanto rádios e jornais do "contenente" divulgam as graves acusações do PS a Alberto João, a edição on line do "Jornal da Madeira" nem uma line traz sobre o assunto.

É caso para dizer que a notícia ainda não chegou à Madeira...


Adivinha

Há uma escola no concelho de Sesimbra em que o funcionário que for à casa de banho e se deparar com um rolo de papel higiénico prestes a acabar, tem previamente de devolver à procedência o cilindro de cartão remanescente, nele assinando o seu próprio nome, para obter um rolo novinho em folha. Alguém sabe qual é?

A propósito de rotundas…

Será que o automobilista Augusto Pólvora, avô do PDM, pai de todos os projectos e homem cheio de planos, já experimentou aceder à Av. João Paulo II, vindo do interior da Cotovia, por um qualquer entroncamento, logo pela manhã? Espero que sua sumidade urbanística faça a experiência, e que leve um cronómetro… Igualmente aliciante para sua sumidade será circular por aquelas bandas, na Rua Gil Vicente, junto à escola básica, num qualquer dia de semana, por volta das dezoito horas. Como prova de perícia não está nada mal…

Os Rambos do "desde logo"

Na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, está a decorrer um curso para jornalistas.
O Exército português, em colaboração com a RTP, dá alguma preparação aos profissionais da informação que possam vir a ser enviados para zonas de conflitos armados.

Eles é que sabem, mas a sensação que muitas vezes temos é que os jornalistas apenas ali andam a brincar aos Rambos, numa missão cuja finalidade é preencher muitos minutos de emissão, naquilo que não passa de mais um quadro do espectáculo que é o Telejornal.
À semelhança do que sucede nos cenários de incêndios, com jornalistas idiotas a perguntar o que sente, a uma mulher em lágrimas cuja casa ardeu.

Mais do que rastejar ou dar cambalhotas, seria melhor que oferecessem a cada jornalista uma boa gramática, um dicionário e um tratado de bom senso.
Depois deviam largá-los na Tapada e só os recolherem quando eles deixassem de dizer casuístico, vai de encontro a, desde logo, direccionar e outros verdadeiros atentados à língua portuguesa que nada fez para registar tantas baixas, levar tanto pontapé...

Reminiscências do almoço do cozido

Custa ver Augusto Pólvora afinar o diapasão do seu argumentário pela escala indigente de Fernando Patrício. Surpreender o edil a "inaugurar", pela enésima vez, a Rotunda do Marco do Grilo, que foi construída pela Administração Central, é testemunhar uma manifestação de fraqueza que mete dó. Querem ver que, a seguir, vem o parque de merendas na Mata do Desportivo?

A verdade e a Madeira...

O líder do PS local acusa, com todas as letras, Alberto João Jardim de estar por trás das mortes de pessoas que se disporiam a fazer revelações comprometedoras relativas aos atentados bombistas do Movimento de Libertação da Madeira.
Mais afirma que os elementos dessa organização são hoje todos empregados do Governo Regional.
Perante tais acusações, é de esperar que as investigações não demorem e que a Justiça faça o que lhe compete.
Porque a verdade, como a madeira, deve vir ao de cima.
A não ser que lhe aconteça como a uma das vítimas que, segundo o líder do PS, foi lançada ao mar com mãos e
pés amarrados.

Esperemos que ninguém amarre as mãos nem tape os olhos aos investigadores...

O maganão

Não creio que a derrota nas Municipais tenha provocado um tal abalo à Direita francesa, mas o que sei é que o antigo presidente da República Giscard d'Estaing pôs à venda o seu solar de Chanonat, enquanto o ex-primeiro ministro Dominique de Villepin vai vender a sua biblioteca sobre Napoleão, fruto de uma dedicação de três décadas.

São apenas coincidências e curiosidades, certamente, mas não deixam de ser sintomáticas.
Por cá, temos zonas protegidas como o Parque Natural da Arrábida onde o ex-ministro Nobre Guedes teve a felicidade de conseguir construir uma mansão.
Em toda a legalidade, tenho a certeza, e que constitui um bem valioso que, um dia, poderá vender por bom preço, se tiver necessidade.

Mas um bom negócio pode até vir ao encontro de pessoas que nem sequer sonhariam fazê-lo.
É o caso das moradias projectadas por José Sócrates que bem poderão vir a ser consideradas património da Humanidade, valorização inesperada mas justa e que encherá de orgulho e alegria os felizes contemplados.

Seria interessante apurar o património de antigos autarcas e políticos e comparar com o que possuíam quando iniciaram os seus mandatos...

O peso das palavras

O jornal SOL diz que Helena Roseta não está satisfeita com o silêncio à volta do veto com que o Presidente da República travou o projecto da zona ribeirinha de Lisboa que a Câmara gostaria de chamar à sua jurisdição.
Mais diz o SOL que Roseta exige explicações a Cavaco.

Eu não sei se é Helena que faz tal afirmação ou se é o SOL a deduzir.
O que sei é que esta é uma palavra incómoda, denota arrogância, envolve provocação, ameaça, ou outras coisas desagradáveis que qualificam mal quem a profere.

O mesmo se passa com os patetas dos jornalistas que só sabem fazer perguntas de café, do estilo "Mas disse ou não disse?", "Vai ou não vai?", "Mas admite que recua?".
Esta do recuo é das maiores cretinices que podemos ouvir.

Em momentos de negociação, de tentativas de entendimento, logo surgem os artistas do microfone a picar, a insinuar, a provocar.
E o que pode ser útil e oportuno, um reajustamento, uma correcção, um acerto, recebe logo a marca de cedência ou recuo, epítetos que, naturalmente, irritam os interlocutores.

Mas são os jornalistas que temos...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Se não se importarem...

Diz que no almoço do cozido esteve um camarada do Comité Central. Diz também que botou discurso, para se congratular com o êxito da “manif” dos 50 mil em Lisboa, convocada contra a lei dos pequenos partidos e a favor da liberdade e da democracia. Agora que a lei já não vai avante, camaradas, gostava de vos ver a desfilar nas ruas de Havana, pela democracia pluripartidária, ou no martirizado Tibete, contra a repressão e a favor da liberdade.

Escape aberto

Na blogosfera as coisas acontecem a uma velocidade vertiginosa, à imagem da motorizada deste Estafeta que me entrou pela estação adentro, porventura por ter lido o meu apelo desta tarde.

Pelas razões então expostas, esta ajuda é providencial e traz consigo a surpresa e o insólito associados numa figura que constitui uma espécie de desdobramento e complemento deste vosso servo cuja saliva mal chega para consolidar algum selo mais periclitante.

Saúdo o Estafeta, agradeço-lhe a disponibilidade e faço votos para que não me vire as costas como fez o Escriba.
Aproveito, aliás, a oportunidade para deixar claro que ponho as mãos no saco pelo Estafeta, mas não me responsabilizo por dislates que o Escriba possa cometer, por aí, nas ruas da blogosfera.

Não renego o caminho que percorri com o Escriba, mas estou em crer que, com o Estafeta, é que vamos ter
uma companha alegre.

Carteiro e Estafeta, uma dupla que está "fêta" e bem "fêta"...

A gestão e a digestão

Não há muito dias, perante os seus camaradas, algures no concelho de Sesimbra, e depois de um repasto onde foi servido um apetitoso cozido à portuguesa, Augusto Pólvora afirmou que a actual gestão camarária já tinha feito em dois anos o que a anterior não fizera em oito. Bem sei que o cozido pode explicar muita coisa, mas deviam ter tido mais cuidado ao pegarem na carta de vinhos...

Desalento

Aquele maroto do Escriba deixou-me aqui sozinho na estação com um montão de cartas, encomendas e vales de correio que me dão conta da cabeça.

Como ajuda, só tenho estas duas moçoilas que não ligam muito ao trabalho.
Uma passa horas a escrever e a outra mais não faz do que suspirar, olhando os campos através da janela.
Lânguida e pensativa, dir-se-ia que tem o seu bem-amado longe da vista.
Será que ela suspira pelo Escriba?
Será que o vamos ter de volta?

Eu por mim, dispenso, mas a donzela anda-me a definhar e eu mal me tenho nas pernas de tanto pedalar. E já me falta o fôlego para grandes conversas no solar de cada porta.

Tenho é de pensar na reforma...

Dobrada à moda de Gaia

Em França caiu o pano sobre as eleições municipais, com vantagem para a Esquerda, naquilo que muitos consideram uma sanção ao presidente Sarkosy.
Como se ele fosse candidato a todas as Câmaras do país.

Mas, se Sarkosy não era, o mesmo não se pode dizer de alguns dos seus ministros. Com efeito, muitos deles eram já presidentes de Câmara ou candidatos a sê-lo.
E, curiosamente, quatro foram derrotados.

O que interessa aqui realçar é a dupla actividade de políticos que são, ao mesmo tempo, ministros e presidentes de Câmara, coisa impensável entre nós.
Se calhar é um erro tal acumulação de funções, com uma a prejudicar a outra.
Mas, por outro lado, talvez seja vantajoso, pois o presidente da Câmara está mais perto da realidade quotidiana, experiência que pode ser útil ao ministro.
O facto é que este modus vivendi é antigo e nunca contestado em França.

Em Portugal, não estou a ver Mário Lino como presidente da Câmara da Ota ou de Alcochete.
Nem Manuel Pinho numa qualquer autarquia do Allgarve.
Coitados, eles mal dão conta do recado no único papel de ministros.

Aliás, há um caso concreto que mostra como é difícil tocar dois instrumentos. Sucede com Menezes, presidente do PSD e da Câmara de Gaia.

Num desses desempenhos é um desastre. Adivinhem qual...

Folclore

A actriz "portugaise" Maria de Medeiros vai ser hoje nomeada "Artista UNESCO para a Paz", uma daquelas designações que mais não são do que manifestações folclóricas de nulos efeitos práticos, a não ser proporcionar ao Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho Júnior, um pretexto para ir passear a Paris, supostamente a fim de representar Portugal neste dia inesquecível.

Com efeito, no Iraque, no Afeganistão e no Tibete já se sucedem as manifestações de regozijo, as mesquitas encheram-se em acções de graças e o Dalai Lama sente que já se pode reformar porque a nossa Mademoiselle Medeiros é uma garantia de Peace and Love no mundo inteiro.

A próxima, para a UNICEF, a Cruz Vermelha ou a Casa Chanel tanto pode ser a Ana Bola como a Vanessa Fernandes ou a Margarida Rebelo Pinto.

Por mim, acho que para alcançar a paz, é preciso que os homens deponham as armas e se rendam à beleza, ao encanto e à sedução.

Por isso, enviem em digressão descontraída e pouco vestida, a Soraia Chaves, a Charlize Theron, a Scarlett Johansson, a Jenifer Lopez, e vão ver que acabam os bombistas-suicidas.

Porque, mais vale uma boneca destas aqui na terra do que setenta hipotéticas virgens algures no céu dos patetas...

domingo, 16 de março de 2008

Nem depois do jogo...

O marido de Judite de Sousa é um desajeitado comentador de futebol da SIC Notícias e, nas horas vagas, preside à Câmara de Sintra.
Ora, este senhor Fernando acaba de meter a foice na Seara de Rui Rio, afirmando que este, embora competente, não é o único presidente de Câmara que é sério e que ganha eleições.

Vinda de onde vem e nos maus tempos que correm lá para as bandas do PSD, fica a ideia de que aquela alusão a eleições não é inocente.
Há quem pense (e eu subscrevo) que Rui Rio é, neste momento, o melhor (se não o único) militante com estatura para levar o PSD a disputar dignamente as legislativas.

Com esta ferroada, estará Seara a dar um passo em frente na linha dos que pensam em ceifar Menezes?

Melhor faria ele ficando calado.
Ou então, limitando-se às banalidades que tornam enfadonho o programa dos marretas da bola, na SIC.

Se, com Menezes, o PSD não chega lá, com Seara não haveria certamente "Dia Seguinte"...

Sem e com "cordância"...

Eu não exagerei quando escrevi que o erro cometido pela senhora professora de Faro é uma constante da nossa vida de leitores e ouvintes.
Agora mesmo, ao ver o SOL digital, descubro uma notícia sobre Alberto JJ que terá dito "Non, je ne regrette rien".
Até aqui, tudo correcto.

O pior é que o jornalista de serviço escreve que aquela é "uma das canções que imortalizou Edith Piaf".

Claro, aquele aluno ali ao fundo, sim, o do brinco na orelha, já está a sorrir porque sabe que o verbo e o sujeito não concordam.
Então, menino do brinco, qual é a forma correcta?
Como? Há duas possíveis, e ambas correctas? Ora venha aqui ao quadro.

E pronto, era simples.
Poderia ser "uma das canções que imortalizaram Edith Piaf", se assumirmos que foi a canção que tornou Edith imortal.

Ou então "uma das canções que Edith Piaf imortalizou", se acharmos que foi a cantora a tornar célebre a canção.

Ficou claro?

Obrigado, menino do brinco.

E veja lá se não põe brincos noutros sítios mais sensíveis...

Coincidências

Talvez porque o Carteiro goste de dar dois dedos de conversa;
talvez por estarmos às portas da Páscoa;
ou talvez apenas por circunstâncias misteriosas, o certo é que dei há pouco um dedo comprido de amistoso diálogo ao Isidro Cristo Fidalgo, no jardim, e outro, mais curto, ao Luís Paixão, no LIDL.

É o que faz um Carteiro nem ao domingo descansar...


sábado, 15 de março de 2008

É assim mesmo

Ainda a propósito da "Marcha da Indignação", o ex-ministro e Professor Daniel Bessa diz-nos por que não foi à manifestação.

Segundo ele, não há mudança sem dor, sem iniciativa e sem risco, sem vontade de romper com o statu quo (statu, muito bem, e não status, digo eu).

O sistema de ensino, acrescenta o Professor Bessa,
precisa de uma ordem nova, mais rigor, mais responsabilidade, mais avaliação.

E, se os professores não gostam do sistema de avaliação proposto, então que digam como querem ser avaliados.
Em vez de recusarem a avaliação. Porque dos professores se espera o exemplo.

Exemplar, Professor. Vinte valores.

Acontece...

Uma senhora de Lagos (que suponho ser professora) publica no "Expresso" uma cartinha contra a ministra da Educação. Está no seu pleno direito.

Sucede, porém, que, a certa altura, escreve "uma das razões que me levou a Lisboa foi ...".

Não vem daqui grande mal ao mundo, embora se espere que um professor (para mais tão contundente na sua prosa) não dê destes erros de palmatória.
Se fosse a falar, seria desculpável, mas a escrever, não.

Se trago este erro à colação, é para servir de exemplo, visto ser dos mais frequentes, daqueles que todos os dias ouvimos da boca de gente que tem a obrigação de falar correctamente.

Por isso,
se me é permitido, sugiro que se diga:

-uma razão que me levou a Lisboa foi...

ou

- uma das razões que me levaram a Lisboa foi...

Na minha avaliação, esta senhora professora não subiria de escalão.

Vida social

No quiosque onde compro o "Expresso" há revistas e jornais em permanência expostos à curiosidade dos passantes que logo se tornam parantes, especados, na consulta daquilo a que chamo a Internet dos pobres.

Há pouco, deitando um olho distraído, vi a capa de uma revista cor-de-rosa, não sei qual, onde nos dizem que uma certa Ana Ribeiro (não sei quem é) está grávida de um pintor.

De tudo isto, apenas retiro uma conclusão: o pintor molhou o pincel...

A queda

Paulo Teixeira é o presidente da Câmara de Castelo de Paiva e o rosto principal da revolta das famílias das vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios.

Durante anos, mostrou ao país a imagem de um autarca jovem, empenhado, solidário, impoluto, defensor da Justiça e da verdade, exigindo o apuramento das responsabilidades e o apoio aos familiares.

Sabe-se agora que Paulo Teixeira vai ser julgado por burla, acusado de ter vendido (como se fossem seus) terrenos que a Câmara comprara à sua família.

Independentemente de outras considerações, este caso é representativo da tentação premente a que estão sujeitos os autarcas deste país, em particular os que exercem em terras propícias à vertigem imobiliária.

E a carne (mesmo a de presidente) é fraca...


A frase

O "Público" revela que a reunião entre o Ministério da Educação e a Fenprof termina sem consenso.

Afinal, é com ou sem?


sexta-feira, 14 de março de 2008

A cem à hora

Por me parecer muito pertinente, decidi dar aqui destaque ao comentário a que ousei dar o título acima.

Aqui vai:

Ora, ora, Carteiro!… Tento na língua é o que eles mais precisam. Veja o director do “Nova Morada”, que é um destacado militante do Partido Socialista, no editorial da edição de hoje. Vem dizer-nos que a maioria dos militantes já não atribui o epíteto de “1200” ao Cristóvão Rodrigues, que, há dias, foi eleito Presidente da Comissão Política Concelhia dos socialistas. E isto no mesmo parágrafo em que felicita o novo timoneiro. Com amigos destes… Mas isto, a mim, faz-me uma certa espécie. A maioria dos militantes? Imagine o Carteiro que, em mais de 500 militantes, só 100 – exactamente 100 – é que votaram no Cristóvão. As contas são fáceis de fazer e vêm no próprio “Nova Morada”. Tendo em conta que só candidatos, entre efectivos e suplentes, na lista única – e de unidade - que foi a votos, eram 72, já se vê a representatividade e a capacidade de mobilização desta lista. Pela minha parte, eu diria que a representatividade é total. Contando com os familiares e alguns amigos, esta gente representa-se a si própria, numa experiência inigualável de democracia directa. Augusto Pólvora que se cuide! E, na volta, a maioria que recusa o epíteto de “1200” ao dito Cristóvão, foi aquela que não se dignou votar nesta plêiade de portentos. Compreende-se o motivo: doravante, ninguém pára o nosso Cristóvão Cem!

Leitor devidamente identificado

Pela boca...

O PS entregou hoje no Parlamento um projecto de lei para regulamentar o funcionamento dos estabelecimentos que fazem tatuagens e piercing.

Uma das consequência é a proibição de piercing na língua.

Eu percebo a vontade de tudo controlar e arregimentar, mas daí a mandar na língua de cada um vai uma certa distância.
É verdade que há por aí certas bocas nas quais muitos gostariam de ver não um piercing mas um cadeado.
Porém, esse tempo já lá vai.

A dúvida que me fica diz respeito à fiscalização da aplicação desta lei. Quem vai inspeccionar?
A pobre ASAE, já cansada de correr atrás de ratos e baratas em padarias?
E como? Pedindo aos passantes que deitem a língua de fora?

Por acaso, os fiscais até têm a tarefa facilitada porque grande número de portugueses já anda de língua de fora, pelo pouco que ganham e pelo muito que paga.

Com língua de palmo...

O maior

Alberto João Jardim vai completar 30 anos de poder absoluto na Madeira.

Quer queiram quer não, é obra!

Primeiro, demonstra como é possível alcançar a quadratura do círculo, ou seja, sobrepor a Monarquia à República.

Depois, Alberto João é o símbolo maior do principal requisito dos governantes: estabilidade.

Assim ou assado, ele conseguiu, e não me perguntem se o fez com aquela ou com esta habilidade...

Ingratos

Imaginem só.
Sete jogadores da selecção cubana de futebol (menos de 23 anos) aproveitaram uma deslocação aos Estados Unidos para defrontar a equipa americana e fugiram.
Placidamente, o seleccionador cubano diz que, de facto, está sem notícias dos jogadores cujo paradeiro ignora.

Mais bem informado está um jornal local que publica a fotografia dos rapazes que se dizem encantados por ficarem nos USA.

Naturalmente, só pode tratar-se de uma leviandade, um erro próprio de jovens ignorantes que, de forma precipitada e nada responsável, viram as costas ao paraíso dos manos Castro e optam pelo imperialismo yankee.

Há gente assim, imatura e mal agradecida, como aquela "Grande Orquestra Sinfónica da URSS" que visitou Paris e que, de regresso à mãe Rússia, passou a chamar-se "Quarteto Moscovita"...

Vai um tirinho?

Eu não entrevi, ontem à noite, José Sócrates nem Menezes.
Mas, deixando de lado estas entrevistas, e para lá de muitas outras particularidades, na maratona para as eleições legislativas, Sócrates leva um avanço gigantesco porque age e fala para o País enquanto o líder (?) do PSD vive atolado em guerras intestinas.

Os franceses dizem que "la belle cage ne fait pas le bel oiseau", ou seja, não é a bela gaiola que torna o pássaro bonito.

Por isso, antes de pintar o Partido de azul, Menezes devia afirmar-se, sim, mas sem usar a "pressão-de-ar" contra a passarada.

Assim, não vai longe...

Vamos a isso...

Duas perguntas inocentes nesta manhã serena:

1 - Se José Sócrates se considera um homem generoso, por que razão precisa de apresentar a caução da mãe?

2 - Se Jesualdo Ferreira está assim tão seguro de continuar no Porto, por que motivo repete todos os dias que fica, mas que ainda não assinou?

As melhores respostas serão recompensadas com um beijo na boca do Luisão.

Varrer à sua porta...

No frontispício da sua edição digital, no lado direito, o "Expresso" anuncia o Campeonato Nacional da Língua Portuguesa.
À esquerda, surge a notícia da prisão de um carjacker.

O "Expresso" parece ignorar que, em Portugal, já não há campeonato mas Liga, essa coisa que já foi (ridiculamente) designada por Super-Liga.

O "Expresso" não reparou que ninguém liga à Língua Portuguesa, a começar pelos seus jornalistas que já não sabem que existem palavras como ladrão, assaltante, meliante, larápio, assaltador, etc.

Esta saloiice do carjacking é apenas um exemplo entre muitos, e o "Expresso" não é o único, longe disso, a assassinar a nossa língua.

Por isso, melhor que organizar campeonatos seria montarem um observatório para vigiar, observar, acompanhar (monitorizar será mais fino?) o que por aí se diz e se escreve...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Abençoado progresso

Agora, todas as pessoas casadas ao abrigo da lei portuguesa podem divorciar-se através da Internet, processo que demora apenas entre 4 e 20 minutos e é de total fiabilidade.

Não ouvi ainda falar de casamentos através da Net, mas faria todo o sentido, a partir do momento em que há divórcios.

Por outro lado, todos sabemos que a Net proporciona encontros que levam as pessoas a praticar sexo virtual, sem sombra de dúvida o mais seguro, logo a seguir ao copo de água bebido não antes nem depois, mas em vez de.

Assim sendo, só falta que possamos escolher no catálogo e encomendar os filhos pela Internet.

De facto, para quê a maçada de sair, engatar, namorar, voltar para casa ou ir para casa do outro, quando a Internet nos serve tudo de bandeja?

É outra música...

O cantor espanhol Plácido Domingo foi eleito por um grupo de críticos britânicos o melhor tenor de todos os tempos. Acredito.
Mas amanhã também posso pedir ao António Cartaxo que constitua um grupo de críticos portugueses e designe Luciano Pavarotti.

Achei curiosa a diferença entre uma escolha deste tipo e o circo anual dos senhores da FIFA e da UEFA a apontarem os melhores do Mundo, da Europa, do nordeste transmontano, do ALLgarve ou da rua deles.

Esta escolha dos críticos ingleses vale o que vale, pode até não agradar a alguns de nós (a mim não agrada), mas ocorre num universo superior, o da arte, que imaginamos envolto numa espécie de perfume de eternidade.

Não é o melhor do ano, não é o que fez mais garganteados ou que vendeu mais discos.
É o melhor de sempre, é sagrado, é definitivo, é uma melodia celestial, é sublime e puro como a música.

Tudo aquilo que o sórdido mundo do futebol não é...

Eu, Escritora...

A edição "em linha", d'O SOL costuma ser uma fonte constante e oportuna de notícias, razão pela qual me surpreende que esteja neste momento a revelar que a dona Carolina Salgado se apresentou hoje no Tribunal de Gondomar como escritora.

Hombre, o país e o Mundo sabem que é ela a autora do livro "Eu, Carolina", título tão célebre como o verso que fala do mar salgado, aquele que é da autoria de... sim... de... pois, aquele poeta... que chatice, só consigo lembrar-me de grandes autores recentes.
E Carolina é Carolina, não é qualquer Pessoa.

Também não é notícia a pretensa revelação de que Carolina confirmou em tribunal que, no jogo da arbitragem, o senhor Jorge Nuno e o major cortavam, baralhavam e voltavam a dar as cartas que Pinto de Sousa mandava para o baralho.
Qual é a novidade?

Realmente, O SOL quando revela é para todos, mesmo para os que receiam o xadrez onde só o veriam aos quadradinhos...

Aleluia

Eu confesso que não gosto de Luís Filipe Menezes.
Imagino quão desgostoso ele vai ficar quando souber, mas as coisas graves dever ser ditas. Achei indecente a forma como foi sabotando, desgastando, minando a estrada de Marques Mendes, até o derrubar (democraticamente, é verdade) nas directas.

Mas agora, tenho de lhe tirar o chapéu, o homem é um génio.

Há dias, com a clareza e a suavidade que lhe conhecemos, teve a humildade democrática (como gosta de dizer João Soares) de admitir que o PSD ainda não estava em condições de ser Governo.

Agora, subitamente, milagre dos milagres, já diz que sim, quase está no papo. É extraordinário!

Tendo em conta o talento do homem, este Luís Filipe poderá ser o messias por que espera o outro Luís Filipe, o Vieira, ali no deserto da Luz.

Julgo que o PSD o deixaria sair a custo zero, para satisfação geral.

Em particular do Ribau...

Naufrágio

A reserva do Getafe chegou e sobrou para um grupo de (pouco e mau) trabalho que vestia a camisola do Benfica mas que não é uma equipa nem está à altura das tradições do clube.

Quem contratou Makukula para jogar no Benfica pode perceber de muita coisa, mas não de futebol.

Será que os benfiquistas estão condenados a viver na eterna saudade do grande Eusébio?

Fora de tempo

Segundo ouvi, a Fenprof vai ser recebida por Cavaco Silva em data a acertar.

Eu não sei, não sou especialista nesta nem noutras matérias, mas, da mesma maneira que distribuo cartas, deixo os meus palpites.

E, cá pelas minhas contas, se o Presidente da República recebe a Fenprof, esse gesto pode ser visto como uma caução e um sinal de apoio numa luta que não lhe diz respeito.
Pelo menos, por enquanto.

É estranho que, neste momento em que está a haver mais diálogo e abertura, tenha surgido a ideia desta ida a Belém que pode constituir um duplo equívoco, se não um duplo erro, da Fenprof e, em particular, de Cavaco Silva, talvez fruto de uma imperfeita avaliação...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Decadência

Claude Brasseur é francês e actor de cinema.
Já participou, com êxito, num Paris-Dakar, tem 71 anos e é filho de um monstro sagrado, Pierre Brasseur, dinastia que se estende ao jovem Alexandre que, neste momento, contracena com o pai, Claude, num teatro parisiense.

Claude Brasseur é, em França, tão popular como Belmondo ou Delon, e está de novo nas bocas do mundo por se encontrar envolvido num esquema de tráfico de cocaína.
Ele e um amigo realizador conhecido.

Por gozar da simpatia do público, surpreende e choca ver este homem metido num negócio sórdido que pode vir a conduzi-lo à prisão, num papel que ele preferiria nunca representar.
O certo é que vai ser julgado.

A ironia é que a peça que o coloca em palco diante do filho, tem por título "O meu pai tinha razão".
Provavelmente é o que diria Claude relativamente ao homenzarrão de voz poderosa que foi Pierre Brasseur.
Mas não é, pela certa, o que Alexandre dirá de seu pai...

É tudo a glosar...

Antes e durante o próximo Europeu de futebol, a UEFA vai realizar, em simultâneo, análises ao sangue e à urina, para lutar mais eficazmente contra o doping.
Eu acho bem, só não acredito é na sinceridade desta gente.

Estas acções de controlo fazem lembrar as capturas de droga que ocorrem, episodicamente, nas costas portuguesas.
As televisões fazem grande alarido, ficamos todos muito contentes e ninguém lembra que essas "esmolas" são como o boi que é sacrificado às piranhas que o devoram em segundos enquanto o resto da manada atravessa tranquilamente.

Melhor do que análise ao sangue e à urina seria um detector de mentiras, a usar em actuais e antigos jogadores.
O problema é que a máquina rebentaria num instante.
Por isso, vamos todos fazendo de conta, bebendo café com cheirinho, comendo fruta, usando fios e pulseiras, pacatamente.

Este país não é para análises...

Nome horribilis

Eu não sou dado à leitura de horóscopos nem acredito em pragas, mas que há coisas estranhas, lá isso há.
Daí que não aconselhe a futuros pais que, neste ano de 2008, ponham aos filhos o nome de Luís Filipe. Porquê?
Como se sabe, no regicídio cujo centenário foi recentemente celebrado, uma das vítimas foi o príncipe Luís Filipe.

Num Benfica que anda pelas ruas da amargura, os dois rostos mais em foco neste descalabro são o presidente Luís Filipe Vieira e o jogador Luís Filipe.

No PSD, o naufrágio é evidente e o timoneiro que não governa o barco (que mete água por todos os lados) é Luís Filipe Menezes.

Como alternativas, proponho Aníbal, Jerónimo, Paulo ou...Gato Fedorento.

Pois não...

A embrulhada em que se meteu o governador de Nova Iorque, Eliot Spitzer, continua a causar grande embaraço no campo democrata porque a América não perdoa adultérios desmascarados e exige confissões públicas.
Antes da retirada de cena dos pecadores.

Por isso, nada mais natural que Obama já tenha pedido à senhora Clinton para afastar o incómodo Spitzer.

Talvez até o maroto Barack lhe tenha dito:

- Tem paciência, Hillary, mas este país não é para vEliots.

terça-feira, 11 de março de 2008

Res non verba

Ando aqui a pensar em meter uma semana sabática para me inscrever num curso de bloguices, espécie de choque tecnológico, para aprender a ir ao Google ou a outras águas buscar fotografias para ilustrar os textos, ou seja, produzir postais ilustrados em vez de pálidos bilhetes-postais.

Por vezes, fico com inveja da Sininho, por exemplo, que, além de escrever bem, arranja umas imagens que, como se sabe, valem por muitas palavras.
Mas, ao mesmo tempo, custa-me desviar-me desta matriz que assenta por inteiro no verbo.

Não sei que fazer, o Escriba anda arredado destas lides e o senhor Neruda só me responde por metáforas que me baralham a já de si fraca cabeça...

A carne é fraca

O governador democrata de Nova Iorque, Eliot Spitzer, foi apanhado numa embrulhada de prostituição.
Resultado: achou melhor vir a público pedir desculpa à família e ao povo, esperando que o tempo lhe permita reconquistar a confiança de todos.
É um tiro no contratorpedeiro da senhora Clinton que, pelos vistos, tem azar com estes escândalos sexuais.

O marido, coitado, foi humilhado pela moderna Inquisição puritana americana por não ter sido capaz de assumir que tinha tido uma fraqueza momentânea na sala oval.
Corou, titubeou e acabou por mentir como um aluno apanhado a copiar. Que diabo! O homem era o Presidente dos Estados Unidos!

Não sei se Eliot Spizer quis jogar em antecipação, é possível. A diferença é que se trata apenas de Eliot e não de Bill Clinton.
Muito embora, na delicada situação eleitoral de Hillary, uma banal fisgada possa valer por um torpedo no porta-aviões da candidata...

segunda-feira, 10 de março de 2008

A Águia e o Coelho

A SIC Notícias dá conta da disponibilidade de Humberto Coelho para treinar o Benfica, notícia que só pode surpreender quem tenha fraca memória.

Humberto foi um bom jogador e é um nome marcante do clube da Luz cujos dirigentes o conhecem perfeitamente, razão que talvez explique o facto de nunca lhe terem proporcionado a honra de treinar a equipa da águia.

Ao longo dos anos, Humberto tem tentado ser treinador, director desportivo e até se perfilou como presidente. Sempre sem êxito.
De cada vez que há turbulência na Luz, é certo e sabido que Humberto se chega à frente.

Quando Scolari tentou agredir o jogador sérvio, chegou a estar no ar a remota hipótese de o técnico brasileiro ser afastado da selecção. E quem é que, de imediato, na mesma SIC, surgiu a manifestar disponibilidade? Claro, um certo Humberto.

Não sei se é justo ou não, mas nenhum dirigente benfiquista apostou em Humberto, pelo que esta notícia da SIC tem todo o ar de promoção orquestrada.

Será que todos os responsáveis benfiquista são burros?


Fitas

Como já aqui foi referido mais do que uma vez, os colóquios sobre Filosofia Portuguesa foram enxotados da Biblioteca Municipal porque a senhora Vereadora afirmou ter outros projectos.

Ora, ao olharmos a programação, verificamos que, em Março (tal como sucedera em Fevereiro), a sala polivalente, ao sábado, apenas apresenta cinema.
No fundo, o que a senhora Vereadora queria dizer não era projectos, mas sim projecções.
E, curiosamente, os títulos dos filmes de Março talvez ajudem a compreender o que se passa.

De facto, a "explicação" da senhora Vereadora mais não foi do que música (O Piano) que nos deu a todos.
E porque não suponho que a sua decisão envolva algum segredo (como o de Brokeback Mountain), isto só pode ser fruto de Uma Mente Brilhante, já que me recuso a acreditar que se trate d'O Jogo do Poder...

A toque de baixa...

Toda a gente sabe que nenhum governante resiste à tentação de distribuir lembranças pelo povo em tempo de eleições.
E a comédia tem vários actos.

O primeiro, longe ainda do período eleitoral, é afirmar com suposta coragem e fingida frontalidade, que nunca farão jeitos unicamente para ganhar votos.
É uma mentira simpática mas nem por isso menos falsa.

No segundo acto, aparece um ministro a dizer que há quem reclame, quem insista numa baixa de impostos, mas que não seria sério ceder à facilidade. Para ser mais exacto, o ministro teria dito facilitismo.

No terceiro acto, hoje mesmo, cá temos Sócrates (who else?) a esclarecer que ainda é demasiado cedo para se falar em baixa de impostos.

Descodificando: vamos mesmo ter ofertas eleitorais, só não sabemos quando terá lugar o anúncio oficial.

De uma coisa temos a certeza: estamos a ser governados por gente séria, que não cede a facilitismos e só pensa no nosso bem.

Tudo serve...

Uma vez mais, um engraçadinho fez um telefonema alertando para a existência de uma bomba. Desta vez foi em Felgueiras, e o alvo (falso) o hospital.

Como por encanto, e como é costume, a televisão acorreu ao local e o espectáculo do logro corre o país e o mundo.

Talvez o burro seja eu, mas fica-me a ideia de que dar relevo a este tipo de brincadeiras estúpidas e condenáveis, apenas enche de gozo quem as pratica e incita à imitação.

Será necessário um código de conduta?

Idoso em contra-ciclo

Não, não se trata do ciclo sobre o qual pedalava garbosamente o ancião Aurélio.
Neste caso, o veículo era diferente, automóvel de alta cilindrada que outro idoso queria à viva força estacionar no largo do Município num espaço reservado à presidência da Câmara.

Juntaram-se vários populares a quem o dito idoso (talvez ditoso) tentava convencer de que o lugar lhe pertencia por ser presidente da Câmara.
O idoso, de barba grisalha mas cuidada, óculos, cabelo bem acondicionado com laca, blaser azul escuro, tentou chamar alguns pescadores que conversavam, pacatamente sentados ali perto.
Mas apenas um se levantou para explicar ao idoso senhor que muitos anos passaram e que o camarada presidente é outro.
Inconformado, o ancião meteu-se no carro, lamentando que o tempo não seja como os automóveis. Nestes, quando nos apetece, podemos meter a marcha-atrás...