sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Dolce farniente


Na África do Sul, mais um português foi executado a sangue frio por assaltantes, no estabelecimento de que era proprietário.
Em Setúbal, aqui mais perto, um ourives foi igualmente assassinado por um ladrão.
É a rotina, assaltos, homicídios, e uma coisa parece clara: ninguém receia a mão da Justiça que todos encaram como lenta, leve e incerta.
Enquanto isso, o senhor Procurador Geral da República anuncia que, daqui por uns dias, vai falar ao país.
Está bem, não há pressa, estamos todos de férias. Todos menos os criminosos.
Qualquer dia vem o senhor ministro do Interior com uns papéis na mão, falar de estatísticas, comparando os números deste ano com os do período homólogo, ou com o ano do ciclone, ou o Verão quente de 75, pourquoi pas?
Entretanto, o esfíngico senhor Cavaco lá está, atento e vigilante, em Boliqueime, não vá algum ultraleve ou bimotor sobrevoar o seu ninho remansoso.
Acho bem, nada de pânico histérico, os Jogos Olímpicos estão quase a acabar, o povo é sereno, os larápios nem por isso, mas as estatísticas, as abençoadas estatísticas, garantem que Portugal é um país seguro.
Quem duvida?

Ah, grande António!


António Pereira trabalha na construção civil e treina no (modernamente designado) período pós-laboral.
Ninguém sabe quem é este homem, se tem namoradas, se vai para as Maldivas, se quer mudar de clube, se usa brinco, se está muito focado (é a moda pateta) ou se possui um Ferrari.
António Pereira, com este nome simples, é um português médio, um popular (como dizem os jornalistas inteligentes) que tem uma aberrante paixão pelo atletismo, um gosto que o leva a fazer esforços escondidos atrás do biombo da modéstia, sofrendo por amor à marcha, ainda por cima uma modalidade coxa, de passada miudinha, nádegas apertadas, cotovelos a cirandar, bem longe do espectáculo empolgante dos saltos ou da mariposa avassaladora em águas de euforia.
António Pereira ficou em 11º lugar na prova de marcha nos Jogos Olímpicos de Pequim e bateu o máximo nacional.
É um homem feliz, realizado, que teve hoje o ponto mais alto da sua vida, Depois de amanhã ninguém se lembrará dele, voltará a ser um qualquer António Pereira.
As televisões e o povo só têm olhos para as vedetas sobranceiras, os famosos de circunstância, enquanto este Pereira e tantos outros praticantes de modalidades pobres são verdadeiros heróis que se entregam de corpo e alma, na penumbra, quase envergonhados, treinando solitariamente por um ideal que só eles entendem e sentem.
Este 11º lugar vale por mil medalhas ou Botas de Ouro, é o triunfo do sacrifício, da entrega absoluta, da perseguição de um Graal de ferro forjado no suor, na paixão e na fé que leva os pobres de joelhos a Fátima.
Parabéns, António. Não virás a fazer anúncios para o BES nem para a Caixa, mas és um grande campeão.
Um grande marchador, como disse um senhor na telefonia que a tua família ouve lá na terra...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A salto


Neste país catita onde o assalto violento a carros é designado por car jacking, à falta de chaimites e outros carros de assalto (não confundir com assalto a carros nem com carros em saldo), a tristeza mais deprimente chegou-nos de Pequim caída do regaço de Naide Gomes que se espalhou ao comprimento.
E só não foi um salto mortal porque o ágil Évora triplicou o dito, alcançando o ouro, depois da Vanessa (filha do Drácula de Perosinho) ter chegado à prata com outro tri, o atlo.

E, tal como sucede no futebol, de bestas passámos logo a bestiais, ficando esta edição de Pequim como a mais gloriosa das nossas campanhas olímpicas.
A tal ponto que o chefe Moura já voltou atrás na decisão de deixar o tacho, perdão, o cargo directivo.

Tudo está bem quando acaba bem, até as ilhas Faroé deram uma ajuda com a mão cheia de golos com que coroaram de êxito a estreia de Queirós que deixou a "relíquia" Ricardo na prateleira. Uff, era tempo!
Em Pequim, a coisa estava a dar para o torto, mas tudo vai acabar em Beijin...

Sem Mós nem menos...


Embora não pareça, os jovens que habitam bairros chamados problemáticos não só conhecem a Bíblia como seguem à risca as práticas aconselhadas.
Só desta forma se explica o que aconteceu esta manhã na Quinta das Mós, concelho de Loures, no decorrer da inauguração de um bairro social.
Sabe-se que um polícia foi ferido por uma pedra que o atingiu na cabeça e que dois jovens foram detidos. É o que conta a SIC Notícias.
O que não é do conhecimento público é o teor do discurso de um psicólogo que elogiou o alcance e o significado da entrega de sessenta chaves a outras tantas famílias, tudo num ambiente que deveria ser de festa e confraternização.
O pior é que o psicólogo alargou os horizontes da sua alocução e apelou à tolerância e à compreensão mútua, visando principalmente os jovens que causam frequentes distúrbios.
No calor da sua intervenção, quis desdramatizar os excessos, recordando a irreverência que, a seus olhos, é própria da mocidade e citou a célebre frase da Bíblia que nos lembra que todos cometemos alguns pecados.
O pior foi ter proferido, com voz bem sonora, o fatal convite a que alguém de coração puro atirasse a primeira pedra.
O jovem não hesitou e o polícia ainda não percebeu a mensagem bíblica...

Saudades


Passei hoje, por acaso, aqui pela estação dos Correios, mas volto logo para férias.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Tempos modernos


Há quem considere que a vaga de assaltos a bancos, ourivesarias, automóveis, caixas multibanco, estações de serviço e outros, se devem ao desespero de quem não consegue emprego decente.

Há quem perceba isso mas não desculpe a violência, a facilidade com que os assaltantes disparam sobre civis ou forças da ordem.

Há ainda quem admita que os criminosos contam, antecipadamente, com a lentidão e a brandura da Justiça, dando como garantida (em caso de detenção) uma pena leve e saída rápida por bom comportamento. Ou seja, que reina a ideia de que o crime compensa.

Noutro tempo, no tempo da ditadura, a fome levava os portugueses a emigrar, quase sempre a salto.
Hoje, a solução parece ser o assalto...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Já agora...


O esquartejamento praticado no continente africano não levou em conta factores essenciais identitários como sejam as etnias e as religiões, pelo que não espanta que a guerra perdure por razões endógenas a que outras (riquezas naturais) vieram juntar-se.

Vimos os horrores cometidos com o desmembramento da Jugoslávia e sabemos quantas Tetchénias continuam asfixiadas pela eterna Rússia que não descansará enquanto não reconstituir o seu perdido império. Não no papel timbrado das chancelarias, mas através do seu poderio económico resultante do domínio das maiores fontes de energia, gás e petróleo, com que mantêm a Europa em respeito e temor.
Hoje mesmo, 50 tanques russos estavam em Gori, violando o acordo de paz. Alguém terá ordenado "Já a Gori", alguém tão respeitador da autodeterminação dos povos como o outro que gritou "Para Angola, já e em força".

Por esta ordem de ideias, qualquer dia, a Espanha empurra-nos
borda fora para o Atlântico, em nome de antigos direitos. Já a Gori, já agora, o Mundo é dos fortes...

Kanimambo


A nossa Justiça é o que se sabe, mas a RTP África ajuda-nos a acreditar que há pior.
Ontem fiquei a saber que a senhora primeira-ministra de Moçambique é casada com um cidadão português, condição que levou 3 jornalistas do "Zambeze" a fazerem, na primeira página do jornal, uma simples pergunta: será que a senhora ainda é moçambicana?

Costuma dizer-se que perguntar não ofende, mas isso talvez seja provérbio colonialista retrógrado porque, na jovem democracia de Moçambique, a pergunta foi considerada difamatória e atentatória da segurança do Estado. Assim mesmo!
Crimes terríveis esses que levaram o Ministério Público a acusar os três jornalistas e a reclamar uma indemnização de 280.000 euros.

Poderiam o Ministério Público, ou o do Interior, ou o dos Negócios Estrangeiros, ou o contínuo dos Registos Centrais, responder simplesmente se, sim ou não, a senhora ainda é moçambicana. Mas não. O diligente Ministério Público limitou-se a revelar ao Mundo o preço do bom nome e da segurança daquele belo país.

Como se vê, não é preciso ir à China ou ao Zimbabwé para assistir a violações autoritárias dos direitos do Homem. Neste caso não se tratou de acusação nem de afirmação, mas de uma límpida pergunta. Tão límpida como já foram as águas do Zambeze.
Uma pergunta a que nenhuma instância do alto poder parece querer responder. Naturalmente, se o fizessem, os três jornalistas só poderiam agradecer, balbuciando, comovidos, o delicioso kanimambo que o João Maria Tudela nos deu a conhecer no início da década de 60...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A velha e a vela


Uma senhora de 76 anos teve a triste ideia de acender velas na igreja da Encarnação, no Chiado, enquanto decorria a missa.
Logo um segurança a informou de que tal é proibido.
A senhora não concordou e continuou a acender as suas velas, até que o senhor prior interrompeu o santo ofício e se dirigiu à transgressora, pelo microfone, intimando-a a suspender a sua nefasta acção e a abandonar a igreja.
Alguns pretenderão que estamos perante um acto de violência escusada e lamentável.
Outros dirão que o gesto corajoso deste padre mostra que a Igreja está viva e actuante.
Tal como Cristo expulsava os vendilhões do templo, este padre afasta, com firmeza e aparato, as pirómanas veladas.
Resta-nos ainda o reconforto de saber que, ao menos ali, naquele santuário do Chiado, há segurança, coisa que o BES não pode garantir...

domingo, 10 de agosto de 2008

Contra quê?


Quem passa os olhos pela RTP África não pode deixar de sorrir (sem maldade colonialista) ao ver e ouvir o que nos mostram e dão a provar aos nossos pavilhões auditivos.
De facto, as nossas antigas províncias ultramarinas são hoje estados soberanos cujo funcionamento constitui uma mescla de modernidade e de puerilidade, uma espécie de ostentação de carros de alta cilindrada guiados por motoristas sem carta.
Os desfiles de moda, os concursos de beleza, os acontecimentos políticos, os debates, as entrevistas, tudo aquilo revela um amadorismo flagrante e, ao mesmo tempo, uma intenção nítida de mostrar ao mundo uma face que pouco ou nada tem a ver com o quotidiano naqueles países.
Fica-nos a sensação de uma realidade construída em estúdio, com toda aquela gente a representar um papel, com esforço, utilizando palavras caras, abusando de fórmulas arcaicas e de neologismos pirosos.
Em suma, tudo aquilo soa a falso e primário, embora por trás haja uma organização férrea que nada deixa ao acaso, como sucede neste momento em Angola onde o MPLA vende cerveja por metade do preço, numa metódica caça ao voto em que o medo é o motor maior.
O facto é que temos grande dificuldade em acreditar na seriedade dos políticos, na competência dos governantes e dos profissionais em geral e na verdade do que vemos e ouvimos.
É como se estivéssemos perante uma gigantesca encenação, a exemplo do que acaba de suceder na Guiné-Bissau.
Por que carga de água, naquele país de miséria, o presidente Nino Vieira teria de ir assistir à abertura dos Jogos Olímpicos?
E só não foi porque o contra-almirante Bubo Na Tchuto ia fazendo um golpe de Estado, mais um.
Nós olhamos para isto e não acreditamos que seja real, que não se trate de mais uma aventura de Tintin no país do general Tapioca.
Ninguém acredita que a pobre Guiné justifique a existência de um Chefe de Estado-Maior da Marinha.
Um contra-almirante!? Não estaremos na guerra do Solnado?
Nós vemos, lemos, e é isso que parece, uma imensa telenovela com personagens saídas do "Equador" do Miguel Sousa Tavares, encenadas pelo La Féria e pagas com diamantes ou petróleo, quando não é com notas sujas do narcotráfico.
Esta nossa irmandade que fala português por essa África a que dissemos adeus, talvez não passe disso mesmo, de um enorme Tchuto na cabeça...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Importa-se de repetir?


Talvez sejam efeitos do acordo ortográfico, é possível. Talvez seja eu que não acompanho a evolução desta língua portuguesa que é tão velha que já chateia e precisa de sangue novo, fantasia, imaginação. É igualmente possível.
Vem isto a propósito de algumas pérolas que encontrei numa revista editada por uma Câmara Municipal (cujo nome não recordo) das quais destaco a genial lembrança de designar por bebedouros os esguichos de água colocados na praia.
O meu velho dicionário segreda-me que bebedouros são os locais onde os animais vão beber. Mas, independentemente do significado da palavra, há uma questão de natureza estética. Bebedouro é uma palavra feia, soa mal, não lembra ao diabo tal escolha.
Por esta ordem de ideias, será que os turistas vão comer a manjedouras?

Maldita nicotina


Em Inglaterra, uma mulher censurou dois homens por estarem a fumar. Resultado: os fumadores empurraram a senhora para a linha do comboio, queda de que resultaram alguns ferimentos.
Mas não a morte.
Conclusão: razão têm os nossos amigos espanhóis quando escrevem nos maços que o tabaco pode matar. E sorte teve a lady em não ser madame ou senhora porque em França ou Portugal o tabaco mata mesmo.
O lado irónico da coisa reside no facto de o incidente ter ocorrido em Kent, cidade cujo nome (salvo erro) é o mesmo de uma marca de cigarros...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Quem cala...


O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, disse em voz bem alta que há corrupção no Estado.
O Procurador Geral da República logo mandou abrir um inquérito.
Que o Ministério Público acaba de arquivar.
A bom inquiridor meio inquérito basta...

Que bom!


Os homossexuais presos vão passar a ter direito ao que, pudicamente, se designa por visitas íntimas.
Parece-me uma excelente medida porque ou há há moralidade ou visitam todos.
Além disso, como os visitantes são identificados à entrada, fácil se torna saber quem é quem e quem visita quem, sobretudo quando a visita é íntima, ou seja, quando um senhor bem posto penetra na intimidade de outro momentaneamente passivo por estar na condição amorfa de recluso.
Supõe-se que sejam distribuídos preservativos antes dos preliminares cumprimentos próprios de um encontro entre amigos.
Além de um mais que razoável ficheiro, esta medida introduz (salvo seja) alguma justiça no universo amoroso das cadeias, permitindo a todos, sem discriminação, o direito à intimidade.
Mesmos os mais tímidos podem agora pôr o dedinho no ar e reclamar companhia.
Assim, ninguém terá razões de gayxa...

domingo, 3 de agosto de 2008

Areia para os olhos...


Eu confesso que não acho graça ao futebol de praia tal como é praticado para servir os interesses da televisão. Jogar na areia seca, com buracos e altos, os pés enterrados e a necessidade de levantar a bola constantemente é caricato, cansativo e idiota.
Jogar na areia, sim, mas quando ela é lisa, o que só é possível junto à água, coisa que a zelosa Polícia Marítima não permitiria.
Mesmo que os jogadores usassem alfinete-de ama nos calções.
Mas enfim, modas são modas e Portugal lá venceu o Mundialito, em Portimão, batendo o Brasil na final.
Depois da envergonhada campanha do Europeu, esta vitória fornece um pretexto para os patriotas ferrenhos da bandeira nas varandas e nos encostos de cabeça das viaturas.
E é um magro prémio de consolação para um grupo cujo seleccionador não vai agora arranjar um tacho no Chelsea e que tem um jogador chamado Bilro que não faz rendas na areia e foi vergonhosamente tramado no seu clube de sempre, o Leiria.
Este triunfo é um sonho de noite de Verão, para felicidade da TVI e vago contentamento do pessoal em férias.
É apenas isso, futebol minorca, Mundialito, Portugal dos pequeninos...

sábado, 2 de agosto de 2008

Parece que é legal...


Um terrorista da ETA foi condenado a 3 mil anos de prisão pela morte de 25 pessoas. Ontem, após ter cumprido apenas 21 anos de detenção, foi libertado.
Terá ele beneficiado de indulto a troco de colaboração com as autoridades? É possível, mas isso nunca será admitido.

A democracia é uma ideia bonita, simpática, mas muita gente discorda desta gentil prática que consiste em proporcionar a monstros as mesmas regras que as aplicadas a pessoas de bem.
Claro, os espíritos superiores dirão que a sociedade tem de se reger por princípios que se situam acima dos casos pontuais e tem de mostrar a sua superioridade através da clemência, da tolerância e da igualdade de direitos.

Difícil será explicar isso àquela gente simples e teimosa que constitui as famílias das 25 vítimas. Que por sinal moram perto da casa para onde voltou o criminoso agora libertado.
Curioso é ver que os jornais portugueses designam o indivíduo por membro da ETA ou por etarra.
Os espanhóis chamam-lhe assassino. Somos diferentes, não haja dúvida.
E não é só quando uns recusam e outros se vergam à proibição de fumar...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Drama em dois actos


Não sei se Diogo Infante tinha os olhos postos no Teatro D. Maria quando se demitiu do outro Maria, o Matos.
O certo é que tal ideia fica no ar, tão rápido foi o aparecimento na comunicação social da notícia segundo a qual o seu nome estaria na primeira linha de acesso à Direcção do mais prestigioso Teatro de Portugal.
Talvez Infante tenha sido nomeado, mas o vencedor foi Mark Deputter, um nome que nada diz à maioria dos portugueses.
Há pouco tempo, Diogo Infante teve a desagradável missão de ir eliminando as candidatas ao papel da protagonista de "Cabaret". Agora coube-lhe ser preterido.
Era natural e, porventura, legítimo o actor e encenador sonhar com essa espécie de consagração que é dirigir o D. Maria.
Mais estranho lhe deve parecer o velho Teatro assim transformado numa casa Deputter...

Branca é...


A Guiné-Bissau é apontada como sendo a placa giratória para a entrada da cocaína na Europa, mas esse estatuto pouco dignificante não impede que, no próximo dia 7, lá venha a ter lugar uma cimeira que reúne os ministros do Turismo da CPLP.
É assim este nosso maravilhoso mundo onde a hipocrisia e a ganância se sobrepõem aos valores da honra e da dignidade.
Toda a gente finge, os estados proclamam o desarmamento ao mesmo tempo que fabricam e vendem armas. O Afeganistão continua a ser o berço do ópio e a Colômbia a pátria da cocaína.
Na nossa velha Guiné, ao que se lê e ouve, o tráfico é descarado, embora ninguém duvide da
seriedade do senhor presidente Nino Vieira.
O ministro guineense do Turismo chama-se, garridamente, Herry Mané, e a cimeira só pode ser um êxito, uma gloriosa jornada de fortificação dos laços já bem apertados entre todos quantos fazem da língua portuguesa a sua bandeira.
Aliás, há quem diga que o pó branco nunca anda longe da ponta da língua...