quarta-feira, 30 de abril de 2008

Nem o MESSIas chegou...

Até o "Diário de Notícias" reconhece que Ronaldo perdeu o duelo com Messi.
A verdade é que são dois grandes jogadores, mas, em talento puro, Messi consegue ser melhor.

O argentino faz lembrar aqueles miúdos reguilas, pequenino, calças muito largas e compridas de mais, desengonçados, boné de pala virada para trás, mas que ganham uma vibração mágica quando começam a mexer.

Messi joga com a bola pegada ao pé esquerdo que funciona como uma colher e um stick, esconde, rodopia, improvisa, irrompe, entontece, mas sempre em contacto e em controlo, sinuoso, serpenteante, pequeno duende capaz de gestos fantásticos.

Ronaldo é o calmeirão, brinco na orelha, músculos a estalar sob a t-shirt justa ao tronco, saltitante, fogoso, explosivo, demolidor, mas sem cola na ponta da bota, sem o íman nem a capacidade de surpreender que fazem de Messi um talento superior.

Mas quem sou eu para julgar?

Levem-no...

Consta por aí que Sven Goran Eriksson vai deixar o comando do Manchester City e que Scolari seria o nome desejado pelo clube inglês para substituir o treinador sueco.

Pela minha parte, concordo em absoluto, levem o homem. Já, se for possível.

E que venha Eriksson para orientar a nossa selecção.

Não é por nada, mas gostaria de ver naquele lugar um verdadeiro cavalheiro...

Já chega

Ano após ano, as comemorações do 25 de Abril cheiram mais a naftalina e revelam tiques de catacumbas.
Começa a saturar este patético culto de Abril, com as cansativas referências ao que falta cumprir, o saudosismo, o passadismo, a romagem ao cemitério do cravo.
É tempo de pormos as contas em dia.
O 25 de Abril foi um momento maravilhoso, uma grande alegria, um sonho concretizado.
É verdade.

Mas Abril não inventou nem criou a democracia, a liberdade, os direitos cívicos. Abril não escreveu as Tábuas da Lei, nem a Bíblia, nem o Corão, nem a Cabala.
A liberdade, a igualdade e a fraternidade não esperaram por Abril de 74, e o Mundo não ficou especado a olhar para Portugal, para o Copcon, para o Grupo dos Nove, para os SUV, para o povo unido e a reforma agrária.
O Mundo seguiu o seu caminho e Portugal também, virando as costas a um passado doloroso em África e abraçando a Europa.

Abril deve ser recordado e celebrado, mas, por favor, não tentem convencer-nos que os grandes valores da Humanidade desabrocharam, em Abril de 74, no cano de uma G3 posta nas mãos de uma criança cujo pai era fotógrafo e que fabricou aquela farsa de inocência.

Mais Otelo, pá, não, por favor, pá...

Quem se mete com o PS leva?

Um tal “Autarca Reformado” veio aqui à Magra Carta, num comentário à entrada anterior, dar-me ordens com intolerável pesporrência. Pelo seguinte jaez:

Caro Estafeta,
Mas quem é que lhe disse, que o secretariado do PS não admira e não aprova, todo o trabalho desenvolvido pela grande Socialista Guilhermina Ruivo.Trate lá da sua motoreta a cair aos bocados e deixe o PS tratar dos seus assuntos sossegado.Estafeta entrega encomendas, não abre a boca...

Autarca Reformado

Noutras circunstâncias, a prosápia do cavalheiro tinha ido parar inteirinha ao balde do lixo. Nas actuais, resolvi expô-la à execração pública. E sempre acrescento: o que a Comissão Política do PS admira e aprova é lá com ela, e os seus membros bem podem limpar as mãos ao trabalho da Dr.ª Guilhermina (mas atenção ao balde!).

A vida interna do PS, no que tem de exclusivamente interna, por certo não me diz respeito, e até me ultrapassa, se bem que, como saco de gatos, deva ser muito excitante. Mas já pode e deve interessar-me enquanto cidadão atento às suas implicações públicas, para mais quando está em causa o dever de agir perante um gravíssimo acto censório, cuja relevância transcende seguramente os estreitos muros partidários, e que, pelos vistos, merece a concordância do cavalheiro. Velhos hábitos…

Escusado será dizer que o cavalheiro não me volta a mandar a calar. Se tivesse bebido chá em pequeno, saberia que não é de bom-tom, para mais em casa alheia. Mas nunca é tarde. Um pouco de tília sob a forma de tisana, neste momento, só lhe pode fazer bem.

E fica ainda a saber que não me amedronta. Nem me silencia.

Mera formalidade

Um amigo da onça perguntava-me ontem que raio podem o Dr. Cristóvão e a Comissão Política a que este preside fazer para desautorizarem a Dr.ª Guilhermina, demarcando-se sem equívocos do lamentável acto censório que a senhora perpetrou. Respondi-lhe que, fazendo a senhora parte da dita Comissão Política, bem podem os seus pares fazer-lhe sentir que, dadas as circunstâncias, ela passou, sem sombra de dúvida, a estar está ali a mais, e que não se sentem confortáveis sentando-se à mesa com alguém que fez o que ela fez. Podem, assim, convidá-la a demitir-se daquele órgão, o que já seria (a demissão, e não apenas o convite) um gesto satisfatoriamente apreciável. Podem convidá-la, e não obrigá-la, é certo, e eu sei disso. Mas, em última instância, perante a recusa da senhora, sempre poderão retirar-lhe a confiança política. O que, convenhamos, seria mera formalidade...

Foi chão que deu fruta

A revista "Visão" publica uma extensa entrevista com Pinto da Costa onde o homem, obviamente, repete as banalidades que já cansam, tão grande é a teia em que se envolve em cada dia que passa.

Não é estranho o atabalhoado rosário de frases feitas e requentadas do senhor Jorge Nuno que tem a ilusão de que lhe basta negar tudo para ser considerado inocente.
Tal como Valentim, que queria ser julgado na televisão, Pinto da Costa esbraceja e vocifera por todo o lado, buscando o apoio de uma opinião pública que, de há muito, tem a sua opinião privada solidamente formada.

O que é estranho é a "Visão" estar turva ao ponto de se colocar no plano do "24 Horas" e do "Correio da Manhã". Pior ainda, mais baixo ainda, porque estes jornais não fazem entrevistas de fundo ao senhor, limitam-se a pôr umas gordas na primeira página como quem expõe fruta no mercado do Bolhão...

Tem a terminação...

Num dos muitos comentários a esta saga-Guilhermina alguém coloca apropriadamente a questão do binómio Cultura-Biblioteca.
De facto, a haver alguma lógica no sistema, a responsabilidade da Biblioteca Municipal deveria caber, sem sombra de dúvida, à vereadora da Cultura em cuja dependência directa estaria uma Directora, nunca outra vereadora.

A não ser que se entenda que a acção da Biblioteca não é de natureza cultural.
Ou que o cargo de vereadora da Biblioteca tenha sido um artifício para oferecer um tacho a alguém.

Penso que as duas explicações serão válidas, ou seja, quiseram arranjar um poleiro (dourado) para a senhora Guilhermina e esta ainda não entendeu bem o que é essa coisa da Cultura.
Com ela, é mais soltura...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ainda a procissão...

Acaba de me chegar às mãos uma missiva de António Cagica Rapaz para me dar conta do seu desagrado pela contundência com que a Magra Carta tem abordado esta questão da recusa da dra. Guilhermina.
No fundo, salienta o autor do livro, a senhora tem o direito de acolher quem muito bem entende na sua Biblioteca.

Mais afirma que não devemos tirar conclusões precipitadas pois as coisas nem sempre são o que parecem. A prova é que nos diz ter recebido um convite da Câmara para assistir à apresentação da exposição de fotografia Chagas. Quem é amigo, quem é? Na Biblioteca Municipal. Nem mais.

Ingénuo como é, o meu amigo António ainda acaba por acreditar que pode ser o início de uma bela amizade...

Na brasa

Se olharem para as imagens aqui ao lado esquerdo, verão que o Estafeta vai lançado, rompendo os ares a toda a brida.
Que levará ele de tão urgente e tão valioso na sacola?

Querem ver que vai a caminho da Editora com a resposta da doutora Guilhermina?

Em linha e inspirado

Muita gente ficou admirada com a confissão de Jardel que admite ter consumido cocaína durante largos anos.
A curiosidade é que o jogador afirma só o ter feito durante as férias, nunca enquanto competia.

É provável que seja verdade, mas todos quantos viram Jardel jogar sabem que ele marcava muitos golos graças a um sentido de baliza muito apurado, a uma colocação primorosa e oportuna.

Pode dizer-se que Jardel foi um grande goleador por estar sempre à coca...

Cambalhota?

O mais engraçado é que o repórter da Magra Carta esteve, ao fim da manhã, em contacto com a editora e apurou que a senhora vereadora Guilhermina ainda não enviou (nem alguém por ela) a resposta oficial da Biblioteca.

Só faltaria ver agora a doutora Guilhermina vir a terreiro afirmar que nunca deu qualquer resposta negativa e que ficaria muito feliz se o autor aceitasse fazer a apresentação do livro na Sala Polivalente.
Essa é que seria uma malha bem jogada, ó senhora doutora!

Mau cheiro

Carolina Salgado denunciou os negócios estranhos para que servia a imobiliária de Pinto da Costa em Cedofeita.

Ao que parece, para além de permitir branqueamento de dinheiros avulsos e de paternidade duvidosa, a imobiliária comprava prédios onde eram alojadas prostitutas.
Naturalmente, o senhor Pinto e seus sócios, Teles e outros, são considerados inocentes até prova do contrário.
Mas a verdade é que, perante tantas e tão graves denúncias, é preciso ter muito pouca vergonha na cara para esta gente aparecer em público e exibir poses de cidadãos honrados e prestigiados.
Como se as vitórias do Porto pudessem constituir álibis para tanta sujeira.

Já agora, observe-se que o senhor Jorge Nuno preferiu pagar o que devia a Carolina, evitando ir a julgamento em mais um processo.
A queixosa Carolina recebeu salários e subsídios de Natal e férias relativos ao tempo em que foi empregada na imobiliária.
Tudo em família...

Pontapés

Os futebolistas andam a fazer tristes figuras.
Segundo o SOL, o ex-jogador Stoitchkov, actual seleccionador da Bulgária, "agrediu um casal de repórteres cuja mulher está grávida de cinco meses" (sic).

Ao menos Scolari nem chegou (tentou, mas não conseguiu) a agredir um calmeirão sérvio.
É quase um modelo de cavalheiro.

Má figura faz igualmente o jornalista do SOL ao escrever "um casal cuja mulher". Será português?

Um ex-futebolista a agredir com as mãos e um jornalista a escrever com os pés.

É o que se pode designar por bulgaridade...

A importância de se chamar Ronaldo

Começa a ser timing (vulgo tempo) de Cristiano Ronaldo trocar de nome de guerra.
Com efeito, Ronaldo não augura coisa boa. O primeiro, andou anos a coleccionar gordura com lesões, até acabar envolvido num incidente esquisito com travestis, num motel, na passada segunda-feira, no Rio de Janeiro.
O segundo, o Ronaldinho Gaúcho, foi, por um tempo curto, o melhor jogador do Mundo, mágico, um regalo para a vista, uma alegria e um talento dificilmente superáveis.
Até se tornar uma estrela cadente que o Barcelona deseja despachar, a bom preço, claro.

Dizem que não há bruxas, mas eu sugiro ao Ronaldo que se fique pelo Cristiano, quanto mais não seja para evitar confusões.

Não é agradável para um jovem famoso, depois de uma história de alegada (ou alugada) violação, ver o seu nome (igual ao do gordo) envolvido numa cena canalha com travestis.

Ao menos, Cristianos célebres só há mais dois, um que foi vedeta no hóquei-em-patins e o outro, filho do velho papeleiro, que costuma rondar a Fortaleza, em Sesimbra...

Malgré Guilhermina

A suprema trapalhada da Dr.ª Guilhermina não nos deve lançar em confusões. O seu acto censório em nada belisca o trabalho notável que tem vindo a ser desenvolvido pela equipa da Biblioteca Municipal, superiormente dirigida pela Dr.ª Maria José Albuquerque. Aliás, para quem, estando de fora, tenha dois dedos de testa, o que agora se passou torna enfim evidente o que já antes se suspeitava: esse trabalho notável não é feito pela Dr.ª Guilhermina, nem tão pouco com ela, mas apesar dela.

Um silêncio ensurdecedor?

O acto censório da Dr.ª Guilhermina gerou um caso insólito, inédito e inaudito, que, pela sua clamorosa novidade, veio subitamente criar responsabilidades aos principais actores sócio-políticos do concelho. É suposto que, por razões análogas, o Presidente da Câmara, o líder da oposição e os representantes das restantes forças partidárias digam ou façam qualquer coisa. Mas será também de esperar que os órgãos de comunicação social cumpram exemplarmente o seu dever de informar, dando eco ao sinistro acontecimento. Já sabemos, à partida, que uns quantos o não farão seguramente. Mas há ainda os outros, de quem se aguarda uma atenção isenta ao problema. Caso contrário, o silêncio pode tornar-se ensurdecedor.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Guilherminagate

1.
Este caso absolutamente vergonhoso do comportamento censório da Dr.ª Guilhermina veio abrir um precedente gravíssimo, prenhe de consequências. Ficou posto no papel, preto no branco, que, doravante, qualquer escritor que queira promover uma obra sua na Biblioteca Municipal de Sesimbra se tem de auto-censurar, no acto da criação literária, evitando quaisquer críticas aos membros da vereação. Entre a bravata da Dr.ª Guilhermina e o consulado de Salazar só persiste uma diferença: o segundo não era hipócrita, dizia ao que vinha e, por isso, não se dava ares de democrata de pacotilha.

2.
Sei de ciência certa que os todo-poderosos Augusto e Felícia estão entre os visados pelos textos de António Cagica Rapaz, mas calculo que não tenham passado procuração à Dr.ª Guilhermina conferindo-lhe plenos poderes para usar o lápis azul a seu bel-prazer. Por isso, mesmo supondo (e como eu adoraria ser desmentido!) que não desgostem por aí além da solução encontrada, até admito que os dois “manda-chuva” estejam incomodados com o zelo, que se diria abusador, da senhora vereadora. Não sei se esta, à antiga maneira das criadas de servir, quis agradar aos patrões mostrando-lhes serviço, e também desconheço se ponderou os riscos ameaçadores que lhe pudessem afectar a solidez da cadeira onde, por enquanto, se senta. Porém, quem tem boa memória há-de se lembrar da lamentável deserção da autarca, durante o colóquio sobre Rafael Monteiro, de que era a anfitriã, abandonando os oradores, os convidados e os seus próprios funcionários, para se poder mostrar na reconstituição da antiga lota. Noutros tempos, na justiça militar, casos como este último davam quase sempre pelotão de fuzilamento.

3.
No elenco da actual Comissão Política Concelhia do PS há, decerto, pessoas que, noutras oportunidades, já mostraram publicamente o seu apreço pela arte da escrita de António Cagica Rapaz e que são leitores deste blogue. E a verdade é que, no panorama cultural do concelho, raríssimos nomes se lhe podem comparar. Sesimbra e a sua memória devem-lhe muito: larguíssimas dezenas de crónicas memoráveis, uma mão-cheia de livros valiosos, colaborações generosas em diversos projectos culturais. Como é seu timbre, Cagica Rapaz e o seu editor abordaram lealmente uma instituição cultural do concelho, propondo-lhe a realização de um evento que se inscreve entre os fins a que uma biblioteca pública municipal está vinculada. O escritor só não foi enxovalhado porque não o enxovalha quem quer, apenas quem pode, e não é a Dr.ª Guilhermina, destinada como está a nem sequer figurar numa nota de pé de página dos anais desta terra, que o pode beliscar. Não obstante, a senhora criou um momento muito difícil para os seus camaradas. E é nos momentos difíceis que se torna fácil distinguir os rapazolas dos homenzinhos. Calculo o mal-estar do Dr. Cristóvão e antevejo o incómodo dos seus pares, tanto mais que incluíram a Dr.ª Guilhermina na sua lista de unidade. Mas, agora ou nunca, de uma vez por todas, terão de dar sinal de si, rapidamente e em força. Basta um gesto ou uma palavra que não deixem dúvidas no modo de cortar as vazas. Não me refiro, claro está, a palmadinhas nas costas de Cagica Rapaz; tão pouco a lágrimas de crocodilo que alguns resolvam chorar na sua frente. O lápis azul da Dr.ª Guilhermina pede uma linha fortemente traçada a vermelho que defina a fronteira entre o partido da Fonte Luminosa e o do caso Charrua. Na verdade, gostaríamos de poder continuar a olhar-lhes para a cara.

Piratas modernos

Nas últimas semanas, o Mundo assistiu ao reaparecimento de figuras lendárias que todos julgávamos arrumadas para sempre nas prateleiras da História mais ou menos ficcionada.
Trata-se dos piratas dos mares, espécie de corsários modernos que atacam barcos de recreio em paragens longínquas enquanto em Portugal os assaltantes escolhem como alvo carros de alta cilindrada, presas fáceis em ataques fulminantes.

Na Somália, vários piratas acabam de ser condenados a prisão perpétua.

Por cá não se pede tanto, mas a Justiça tem de poder castigar severamente estes bandidos que constituem uma ameaça permanente tanto em centros urbanos como em zonas isoladas.
Eles constituem uma espécie de salteadores montados nos muitos cavalos de carros potentes perseguindo os modernos comboios e diligências que são outros carros de alta cilindrada.

O procedimento é tão velho como o Oeste das pradarias, a mariquice é chamarem-lhe carjacking, como se assalto fosse termo desprezível.

Que esperam para ajustar a Lei à gravidade de tais crimes?

Uma questão de nível

Esta atitude da doutora Guilhermina só pode surpreender quem não a conhece.
No fundo, apenas estamos perante um clamoroso erro de escolha, a senhora não serve, não tem competência técnica nem sabe estar, bebeu pouco chá na infância, o seu nível é outro.

Há dois anos, no Dia do Pescador, realizou-se
na Sala Polivalente um colóquio animado pela senhora doutora e que contou com a participação activa de vários pescadores convidados a narrar episódios interessantes ligados à faina do mar.
As pessoas que assistiam talvez esperassem ouvir falar de pescarias memoráveis, captura de peixes excepcionais, momentos trágicos em dias de vendaval, cânticos de sereias ou outros fenómenos poéticos envolvendo o mar, o sol, o céu, mistérios e encantamentos da Natureza, não sei.

Afinal, para grande e desconfortável surpresa da assistência, na maioria dos relatos a palavra mais ouvida foi merda. Literalmente, merda, excrementos, peripécias escabrosas, de mau gosto, uma vergonha.

Foi uma noite lamentável, boçalidade estendida até à náusea, como se os participantes estivessem apostados em provocar ou fragilizar uma doutora Guilhermina completamente à deriva, incapaz de controlar a incontinência de quem não sabe distinguir uma sala da Biblioteca de uma loja de companha.

Foi uma triste figura a que fez a doutora Guilhermina, sorrindo desajeitadamente e deixando ficar a ideia de que, por mais que faça, aquele é o seu nível.

Não é, por isso, estranha a hostilidade que manifesta por pessoas que falam de outras coisas um pouco acima do balde de merda...

domingo, 27 de abril de 2008

Abaixo de cão

O implacável "Espelho" mostra-nos muitas vezes e sempre com argúcia feroz o "outro lado", a face vergonhosa de Sesimbra.
Hoje, lá encontramos uma fotografia de um cão rafeiro contemplando uma esplanada.
Por baixo, e com total propriedade, dá-nos conta da operação-reboque levada a cabo pela GNR na avenida marginal.

Durante vários dias, em jeito de tolerância por causa das obras, o estacionamento fez-se à esquerda, no sentido nascente-poente. Sem problemas nem sobressaltos.
De repente, os heróicos guardas realizaram um verdadeiro golpe-de-mão, rebocando dezenas de automóveis cujos proprietários estariam, provavelmente, a gozar as delícias da praia e do mar de Sesimbra.
É assim mesmo! Para impedir os assaltos não contem com eles, coitados, não podem estar em todo o lado.
Mas para multar e rebocar, isso sim, a nossa GNR tem mão ligeira e sentido de oportunidade.

Que pensará deste zelo o senhor presidente de uma terra que aspira a ser um paraíso turístico?

Avé, Albertus!

Se alguém tinha dúvidas, agora tem de reconhecer que Alberto João é um verdadeiro democrata, amigo do ambiente transparente e puro da política à jardineira.

A última tirada do génio madeirense é dispor-se a avançar para a liderança do PSD se todos os outros candidatos o apoiarem contra Ferreira Leite.

A ideia em si é admirável, mas penso que não será única, ou seja, uma vez obtido o apoio dos outros, Jardim pediria a Manuela Ferreira Leite para, por sua vez, se retirar da corrida, tornando a campanha de Alberto João um passeio magistral que culminaria numa consagração monumental ao som da música sublime de Quim Barreiros.

Este Jardim não é de confrontos, basta-lhe que o levem ao colo...

O azar de Guilhermina

Era uma vez uma senhora doutora chamada Guilhermina Ruivo a quem o PS achou por bem atribuir o pelouro da Biblioteca.
E a senhora acreditou que tinha competência.
A certa altura, porém, sentiu-se um tanto ultrapassada pelos acontecimentos e teve um acesso de raiva, disparando contra o que, a seus olhos, simbolizava a inteligência, a erudição e a intelectualidade.
E, dessa sorte, decretou a morte dos colóquios sobre Filosofia Portuguesa.

Naturalmente, como nada tivesse apresentado em alternativa, a sua birra foi muito criticada. Obviamente.

Sucede que, há dias, uma editora de Lisboa solicitou à senhora Vereadora a possibilidade de ser feita na Biblioteca a apresentação de um livro de um autor sesimbrense e que tem Sesimbra como tema central e dominante.
Acontece que esse livro inclui dois ou três pequenos textos extraídos da blogosfera e que encerram críticas a atitudes de
governantes autárquicos. Um deles, é a doutora Guilhermina, facto esse que lhe foi, prévia e abertamente, exposto.

Foi quanto bastou para que a senhora doutora, do alto da sua autoridade imperial, virasse o polegar para baixo e recusasse acolher no espaço da Biblioteca Municipal o lançamento do livro "Conversas, Com Versos e Com Ventos", de António Cagica Rapaz.

Por simples coincidência, este vergonhoso episódio ocorreu na véspera do 25 de Abril, talvez como reminiscência dos tempos da censura, do lápis azul, da perseguição a quem tinha pensamento próprio e lutava pela liberdade de expressão.

Não acredito que a dra. Felícia, menos ainda o próprio Arquitecto Pólvora, aprovem este tipo de atitudes prepotentes, salazarentas e, sobretudo, estúpidas de gente menor que julga deter algo parecido com poder.

O azar das Guilherminas mais ou menos louras ou ruivas é que não basta fechar as portas aos colóquios para estrangular a Filosofia.
Nem adianta recusar a sala, porque os livros existem, as ideias circulam, as pessoas aparecem, num café, numa sociedade de recreio, numa esplanada, em qualquer lado, menos onde deviam reunir-se, no lugar adequado, na Biblioteca Municipal que pertence a todos os munícipes e não apenas a uma ditadorazita de ópera bufa...


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Contra a exploração do homem pelo homem

Quanto à massa dos verdadeiros trabalhadores, nada podemos recear. Nós não temos responsabilidades nem compromissos nos abusos do capitalismo ou da propriedade; nada queremos ter com os excessos a que tenha sido sujeito o trabalho em quantidade, em remuneração, em condições de higiene ou de moral, nem reputamos que a organização económica actual tenha conseguido dar inteira segurança ao trabalhador, satisfação suficiente às suas necessidades, respeito à sua pessoa, estabilidade e paz à sua família. Não estamos hipotecados a qualquer atitude que não seja de tão enérgica reprovação como a do mais avançado sistema contra a exploração do homem pelo homem, com a sanção do direito.

António de Oliveira Salazar

(27 de Abril de 1935)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nostalgias

Estava eu a arrumar o saco, feliz com a ideia de um dia de repouso amanhã, quando o chefe me disse que tenho de ir desfilar de braço dado com o tio Jerónimo, o compadre Rosas, o primo Bernardino, o amigo Xico Louçã, o camarada Carvalhas, o ícone Otelo, talvez o Saramago, quem sabe?

Com esta coisa da flexigurança a espreitar, achei mais prudente meter a viola no saco e amanhã lá estarei, de cravo na mão e sorriso amarelo.

José Sócrates não se mistura com a populaça, passa a tarde a reler, embevecido, o Tratado de Lisboa.

F
ica em S. Bento onde ainda paira a sombra do tio António...

Tudo boa gente

A Polícia Judiciária do Porto deteve um homem que é suspeito de ter adquirido três dezenas de carros provenientes de assaltos à mão armada de faca, pistola ou outro instrumento assustador.

Como em português não há palavras para descrever este acto de pirataria (assalto não chega para se perceber), adoptou-se a forma carjacking, mais fina e moderna.

O certo é que o receptador é reincidente, circunstância que não bastou para que o tribunal o mandasse guardar à sombra.
O cavalheiro saiu pelo seu pé e fica sujeito a três apresentações semanais no intervalo das quais poderá continuar a prestar uns servicinhos aos amigos do carjacking.
Porreiro, pá!

Vigilantes

Manuel Alegre assinala, à sua maneira, o 25 de Abril com uma visita à Argélia onde esteve exilado durante dez anos.
Durante esses (e muitos outros) dez anos, inúmeros homens e mulheres ficaram em Portugal, lutando aqui contra o regime de Salazar, enfrentando a PIDE, a prisão e a morte.

As senhoras queques do Movimento Nacional Feminino, enquanto entregavam maços de cigarros à carne para canhão que seguia para África, garantiam (sem rir) que "ficavam vigilantes na retaguarda".

Muitos dos que se afirmam resistentes e lutadores anti-fascistas também ficaram vigilantes, mas lá longe, no estrangeiro, onde não havia emboscadas, golpes-de-mão, flagelações nem minas. Nem a PIDE.

Quem são, afinal, os heróis?

Outra vez?

Se Santana Lopes sempre avançar para a eleição à presidência do PSD vai acentuar a fragmentação do partido porque não haverá um consenso mínimo e a vitória, seja ela de quem for, será amarga e fracturante.

Pior ainda se for Santana a vencer, porque voltaria a defrontar José Sócrates. E a perder.

Manuela Ferreira Leite pode não ser perfeita, mas tem uma imagem de competência, firmeza e seriedade, tudo o contrário de Santana que é um bom tribuno mas um fraco governante.

Uma candidatura de Santana viria dar razão a quem via no PSD uma liderança bicéfala e confirmar que não terá sido por acaso que o líder parlamentar percorreu o país em jornadas visivelmente promocionais.

Como diria o adiposo Malato, Santana já foi muito feliz na presidência do Partido e como Primeiro-Ministro. Feliz por ter chegado lá, sendo esta razão mais do que suficiente para não voltar a pisar os caminhos de uma felicidade que não costuma bater à porta duas vezes.

Duas vezes, só o carteiro...

Levantar a cabeça

Nesta hora dramática que o melhor do Mundo está a viver, ficaria mal com a minha consciência se não lhe deixasse aqui a palavra de incentivo que ele espera com sofrida ansiedade.
Nem o nosso Cristiano compreenderia o meu silêncio.

Por isso te digo, meu Ronaldo, que falhar um penálti é coisa que acontece aos melhores.
Agora, e usando essa bela expressão futeboleira, há que levantar a cabeça.
Não deves desanimar, porque todos os grandes falharam, Pelé, Eusébio, Zico, Maradona.
Até Polga falhou, imagina!

Põe os olhos em Polga, Cristiano. Falhou, mas não desistiu. Pelo contrário, com o apoio do seu angélico Bento, persistiu, teimou.

E continua a falhar...

Mais uma...

Uma dessas almas penadas que, de quando em vez, saem a terreiro em defesa da actual gestão camarária deixou um comentário na entrada “Preocupações sociais”, no qual alega que a ausência de obra feita, no actual mandato, em matéria de habitação social se deveria ao facto de a Câmara ainda estar à espera do financiamento (estatal, bem entendido) que tardava em chegar. Claro que isto foi dito de forma tímida, pouco confiada, e quase ambígua, pela simples razão de que é uma mentira pegada. Mais uma, entre tantas outras, que são o pasto onde certas flores vicejam.

Na verdade, o financiamento estatal – que, aliás, consiste apenas numa comparticipação – fica previamente condicionado à elaboração e à apresentação dos projectos de infraestruturas e de construção, processos que estavam já em curso no anterior mandato, quando, inclusivamente, se procedeu ao realojamento de inquilinos do Bairro Infante Dom Henrique, para se poder levar a cabo a necessária demolição de algumas casas. De lá para cá, tudo parou. E eu julgo saber porquê. A habitação social planeada está sobretudo reservada à freguesia de Santiago, terreno eleitoral que não é prioritário para o Partido Comunista. Ora isto tem a sua lógica, inconfessável, é certo, mas com algum sentido. Não façam é dos outros parvos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Baixeza

Vá lá saber-se porquê, um repórter inspirado lembrou-se de entrevistar, de fugida, o senhor engenheiro Mira Amaral que, presunçosamente e no seu jeito boca-de-favas e toma-lá-perdigotos, achou correcto e justo passar um atestado de incompetência a Manuela Ferreira Leite em questões de natureza económica.

De facto, há no PSD gente desta que não merece que uma mulher de carácter e saber comprovado faça o sacrifício de tentar salvar o partido.

Decididamente, este PSD não é para gente séria...

Dar-se ao respeito

Com a habitual desvergonha, o Raio submisso do senhor Xavier não resiste a rematar com um comentário a notícia que, na sua edição mais recente, resolve dar da tomada de posse da nova Comissão Política Concelhia do PS. No final da peça, sob a capa insólita de uma mal disfarçada ironia, lá vem o remoque de fazer cair o dentinho: "Vamos ver o que se segue, já que se orientam “por mão de um governo, felizmente reformador”". Assim, tal e qual. Traindo a falta de serenidade da folha católica (ai, senhor Bispo, que não tem mão neles!), a bílis está lá toda: o espantoso sublinhado a negrito; o acintoso eles, aliás meramente pressuposto com desdém; e, por fim, a concessão magnânime do benefício da dúvida. No ponto lastimável a que se chegou, a primeira batalha do Dr. Cristóvão terá de ser a de se dar ao respeito perante esta gente. E nisso não pode levar seis meses. Nem sequer seis dias.

Avé, cubanos!

Há uma canção de Chico Buarque que faz pontes entre o Brasil e Portugal. E recordo-me que, a certa altura, o admirável Chico fala de cumprir um ideal e de um imenso Portugal.

Ocorreu-me isto quando li e ouvi que Alberto João Jardim está pensar seriamente em se candidatar à liderança do PSD.
Tudo é possível, até que Jardim seja capaz de pensar seriamente.
Quem sabe até se não terá sido ele a sugerir a Menezes a ideia da demissão porque, depois de trinta anos de grandes vitórias numa arena pequena, o tribuno Jardim precisa agora de um palco à dimensão da sua loucura e da sua megalomania.

Talvez ele ache que é chegado o momento de cumprir um ideal e fazer de Portugal uma imensa Madeira...

Querem ver...?

Muita gente atribui aos jogadores de futebol um coeficiente de inteligência a roçar a relva, e alguns deles tudo fazem para dar razão a quem assim os achincalha.

Há dias, o baixinho Romário mostrou que se pode ter sido bom jogador e continuar alarve, quando se gabou de ter feito sexo num avião e de ser melhor que Pelé.
Com uma afirmação destas, o bobo define-se.

O sportinguista Derlei mostrou igualmente que a inteligência não pesa muito quando sobe para a balança. É difícil qualificar o que o homem fez em Leiria.

O Sporting, a um minuto do fim do encontro, está a perder por 4-1, e o senhor Derlei achou necessário insultar o árbitro e encostar-lhe a testa, copiando o também jeitoso Petit.

No mesmo plano de grande elevação intelectual estão os dirigentes do clube que saltam em defesa de Derlei quando deveriam era castigá-lo severamente pela estupidez do gesto e pelo prejuízo que acarreta para o clube.

Ao contrário do outro, eu sei quem é o burro...

Exemplar

Um jogador do Sparta de Roterdão, Rachid Bouaouzan, teve uma entrada verdadeiramente criminosa e fracturou, em dois sítios, a perna de Niels Kokmeijer cuja carreira acabou ali.

O tribunal condenou o agressor a seis meses de prisão, com pena suspensa.

É um primeiro e importante passo para responsabilizar indivíduos que nada têm de desportistas e que merecem ser condenados pelos atentados que cometem.

À atenção dos nossos dirigentes e para reflexão dos jogadores que actuam em Portugal.
Muitos há que devem meditar demoradamente...

Preocupações sociais

Agora que a festa abrilina vai recomeçar, e, com ela, a derrama monocórdica dos campeões da democracia, com os cravos, sempre inevitáveis, na lapela, e a reivindicação dos direitos sociais e económicos na ponta da língua, não será impertinente perguntar por que carga de água a Câmara de Augusto Pólvora ainda não fez peva em matéria de habitação social. Já lá vão quase três anos, há terrenos escolhidos, é capaz de haver projectos (ou nem isso?), e, desde 2003, têm à disposição um protocolo firmado com o Estado, visando o financiamento da construção de 200 fogos. Estão à espera de quê?

terça-feira, 22 de abril de 2008

O tamanho conta?

Na Austrália está a correr uma campanha de prevenção rodoviária cuja mensagem principal é dirigida aos jovens e que tenta, de certa forma, envergonhá-los, sugerindo que o excesso de velocidade é apenas a expressão de falta de virilidade.
Por outras palavras, algo como "prego a fundo igual a pila curta".

Não sei se o efeito procurado será atingido ou se, pelo contrário, não vão exasperar ainda mais os imbecis que não respeitam regras nem pessoas.

O drama é que ninguém sabe como impedir que gente inconsciente e irresponsável espalhe a morte pelas estradas.
E os dementes não são apenas jovens desenraizados provenientes de bairros problemáticos, há-os em todos os estratos sociais, idades e perfis psicológicos.

Mais ainda duvido que tenha a ver com o tamanho do...volante.

Com a devida vénia, 1

Há dias, voz amiga repreendeu-me benevolamente o haver eu considerado neste blogue que qualquer coisa era preferível à actual gestão camarária. Redargui-lhe então com as anteriormente invocadas razões civilizacionais. Há, no Ocidente, uma estranha complacência com a barbárie bolchevique e terrores afins que não cessa de me intrigar. Do mesmo passo que o PCP volta a incensar o monstruoso Estaline no altar da revolução, deparamos com velhos zelotas toldados por amnésias súbitas, outrora impensáveis. Ora, isto cria permanentemente responsabilidades aos verdadeiros defensores da liberdade, que é, creio eu, a questão civilizacional básica. Sucede, para mais, que, há momentos, me deparei com este texto notável de Fernando Pessoa, que passo a exarar com a devida vénia:

“Ao contrário do catolicismo, o comunismo não tem uma doutrina. Enganam-se os que supõem que ele a tem. O catolicismo é um sistema dogmático perfeitamente definido e compreensível, quer teologicamente, quer sociologicamente. O comunismo não é um sistema: é um dogmatismo sem sistema – o dogmatismo informe da brutalidade e da dissolução. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós.

“O comunismo não é uma doutrina porque é uma antidoutrina, ou uma contradoutrina. Tudo quanto o homem tem conquistado até hoje, de espiritualidade moral e mental – isto é, de civilização e de cultura – tudo isso ele inverte para formar a doutrina que não tem.”

BINto de Sousa

Há alguns anos, Marques Mendes foi muito criticado por afastar das listas do PSD nomes como Valentim Loureiro e Isaltino Morais por considerar que não mereciam a confiança do partido.

Quem o atacou fê-lo usando o argumento de que Valentim e Isaltino eram candidatos ganhadores, como se o mais importante fosse a vitória e esta conferisse mérito e pureza a quem a alcança.

O mesmo sucede com Pinto da Costa que usa as vitórias do Porto como argumento de defesa para acusações de natureza bem diversa.

Depois, à falta de melhor retórica, o velho dirigente limita-se a negar tudo e a buscar no sarcasmo o seu último refúgio, mas a ninguém faz rir quando, pateticamente, fala de Bin Laden a propósito de Pinto de Sousa.

Até a pantomina tem limites e regras próprias...

Quarteto

Por um daqueles desígnios insondáveis que normalmente melhor atribuímos à excelência dos deuses, Augusto Pólvora e Felícia Costa mantêm, para seu governo, não um – como outrora, e até ao final do anterior mandato, era habitual – mas quatro jornalistas em laboração no gabinete informativo da edilidade. Esperamos ansiosamente que o “Sesimbra Município” se torne uma publicação diária. Até lá, é tão legítimo quão inútil dar voltas ao bestunto…

Ventos

Foi-me dito hoje que o dr. Paulo Pitorra está a exercer as funções de adjunto da vereadora da Cultura da Câmara de Sesimbra, dra. Felícia Costa.

É uma escolha que pode surpreender, mas que me parece acertada, uma vez que Paulo Pitorra possui qualidades que lhe permitem vir a ser de grande utilidade.

O facto de pertencer ou ter pertencido, ideologicamente, a outro quadrante político em nada o impede de bem desempenhar o seu papel, já que tal apenas exige rigor e profissionalismo.

São os ventos de Sesimbra e da vida...

Memorial

António Costa inaugura hoje, em Lisboa, o memorial às vítimas da intolerância, para recordar o massacre de dois mil judeus, em 1506.

Hitler e os nazis são (justamente) acusados de genocídio, crimes monstruosos contra a Humanidade, mancha que se estendeu (injustamente) a todo o povo alemão.
Foi há pouco mais de meio século.

Há cinco séculos, em Portugal ocorreu o que é recordado através do memorial.

A partir de que número de vítimas a barbárie é reconhecida e condenada?

E o tempo? De que forma dilui a gravidade dos actos?

Que povo éramos há quinhentos anos?

O criador e a criatura

Ontem, no "Prós e Contras", Ângelo Correia fez a demonstração da sua sapiência de homem que não se limita a ler umas coisas, a armazenar informação e a alinhavar umas quantas frases feitas.
O engenheiro (químico) Ângelo Correia pensa, observa, induz e tem uma visão prospectiva e abrangente.
É uma espécie de farol que ilumina à sua volta mas que, ao mesmo tempo, rasga a noite à distância. Seria, a meu ver, o líder ideal para o PSD, por tudo isto e porque tem garra, gosta da competição, é atrevido e optimista, virtudes que sabe transmitir.

Mas Ângelo Correia está bem na vida e não quer voltar à política activa. Talvez porque o bichinho estivesse a espicaçá-lo, prestou-se a apoiar Menezes, deu-lhe a caução sem a qual o homem de Gaia não teria sido eleito.
Mas a criatura não tem as qualidades do criador e o desastre era inevitável. E Ângelo Correia retirou-lhe a confiança, antes que fosse demasiado tarde. Menezes percebeu e saiu de cena.

Ontem, o engenheiro indicou o caminho da reflexão que o PSD terá de percorrer e expôs a natureza dos desafios a enfrentar. E saiu, por sua vez, do palco.

Não contem com ele para dar a táctica e marcar os golos. A cada um a sua missão...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A norma de Laurentino

O Secretário de Estado Laurentino Dias considera como um acto normal o pagamento de 2 milhões de dólares a Tiago Monteiro cuja visibilidade na Fórmula 1 é igual à de Zé Cabra no universo da música sinfónica europeia.

Não sei quanto pagam a Vanessa Fernandes, mas seria interessante saber porque essa sim traz Portugal no peito e na bandeira em que se envolve depois das inúmeras vitórias.
Sem falar no Hino Nacional e na bandeira que sobe no mastro junto do pódio.

Esta "acto normal" é comparável ao desígnio nacional que foi a construção dos 10 estádios neste país onde fecham escolas, maternidades e centros de atendimento em nome da modernidade e da máquina de calcular.
Responsabilizar esta gente, isso seria um acto normal...

Coincidência

José Sócrates esteve de visita aos Açores.

A partir de amanhã, os preços da gasolina e do gás vão subir.

Honni soit...

Luz apagada, leão murcho...

O presidente do Paris Saint-Germain, Alain Cayzac, acaba de se demitir.

E por cá? Tudo sereno?

domingo, 20 de abril de 2008

Surpresa? Talvez não...

A derrota do Sporting em Leiria deixa muita gente a pensar como é possível uma equipa jogar como os leões fizeram na segunda parte contra o Benfica e hoje serem humilhados pelo último classificado.
Por esta e por outras, o futebol está mergulhado em suspeitas que não começam nem acabam na arbitragem.

Igualmente estranha foi a capacidade demonstrada pela equipa de Leiria, praticamente condenada à descida. Mesmo jogando contra "mortos", o Leiria transcendeu-se.
No meio disto tudo, qual é a verdade? E qual é a mentira?

De lamber os beiços

Entre 5 e 13 deste mês decorreu em Lisboa o Festival do Peixe no qual participou o chefe Helder Chagas, pai da Sopa Rica de Peixe e filho de mestre António Chagas, o inesquecível fundador do "Ribamar" e figura de proa da animação turística em Sesimbra.

Acontece que a revista "Única" do "Expresso" traz hoje uma fotografia alusiva ao Festival e nela se vê o chefe Chagas. Lamentavelmente o seu nome não figura entre os que são citados na notícia de acompanhamento.
Foi pena, o Helder merecia...

Na mesma revista, ficamos a saber de outra iniciativa que colocou três figuras públicas na cozinha para mostrarem o que valem.
Uma dessas individualidades é a jornalista Clara de Sousa que escolheu fazer um bife Wellington.

Eu não sou especialista como o Helder, mas sou capaz de pressentir o que é apetitoso.
O bife Wellington não sei se ficou bom ou não, mas a cozinheira...enfim... o melhor é ser o Helder a pronunciar-se porque aquilo tem todo o ar de ser mais do que um naco, provavelmente uma sopa rica de peixão...

Assim não vale

Eu não sei ao certo o que se está a passar em Cuba, mas é surpreendente esta aparente abertura que Raul Castro está a operar.
Depois do acesso livre a telemóveis e hotéis, parece que os cubanos podem agora sair do país sem necessidade de autorização oficial.

Ó camarada Raul, afinal, o que vem a ser isto? Não achas que estás a ser pouco fiel a Fidel?
O mano sabe?

Seja como for, não me agrada. Cuba só tem graça enquanto mentira, fachada, hipocrisia, falso paraíso.
Agora, se continuam a dar vista aos portugueses e vistos de saída livre aos cubanos, que me resta? Que vou eu poder criticar?

Felizmente, o jornal SOL traz hoje na capa que Saramago está de volta. Valha-me, D. José!

Sem ele, o meu veneno morreria solteiro...

Quem tem medo de ir ao Jardim?

Alberto João Jardim é um verdadeiro camaleão e uma personagem misteriosa, capaz de enormidades que logo se esfumam como se nunca tivessem existido.

Recentemente, três episódios mostram até que ponto este homem goza de uma protecção e de um estatuto surpreendentes.
Primeiro, foi o líder do PS-Madeira a acusar Jardim do desaparecimento físico de várias pessoas. Não houve metáforas, foi tudo claro, milhões de pessoas ouviram, no Rádio Clube.
O que aconteceu? Nada, silêncio geral.
Da Procuradoria Geral da República aos partidos políticos, passando pela Comunicação Social, parece que ninguém ouviu, ninguém deu por isso. Estranho.

Logo a seguir, Jaime Gama pôs Jardim nos cornos da lua, com elogios retumbantes. Estranho.

Agora, foi esta farsa que rodeou a visita de Cavaco Silva, com o Presidente a assobiar para o lado e a receber políticos num hotel porque Jardim resolveu fechar a Assembleia. Estranho.

Não há dúvida, o homem está protegido por um escudo bem visível...

sábado, 19 de abril de 2008

Até breve!

A nossa Sininho resolveu deixar de produzir os deliciosos "Ecos da Falésia".
É pena, faz-nos muita falta.

Resta-nos esperar que volte com ou sem Ecos, mas com a admirável qualidade da sua escrita, a clarividência e o espírito delicioso que põe em cada texto.

O Sino não toca a finados, o Eco não se perde nos recortes da Falésia, acredito que seja apenas uma pausa.

Há mais marés...

(Des) Norte

Menezes andou, durante meses, a flagelar Marques Mendes, mas agora ficou muito magoado por quem lhe fez apenas o mesmo.
Quando Ângelo Correia disse, publicamente, que a acção de Menezes era totalmente insatisfatória, os dados estavam lançados, a saída era por ali.

A dimensão de um Homem, a grandeza e a dignidade de um líder, tudo isso pode ser apreciado quando ele sai de cena. E essa imagem é implacável porque nos mostra o indivíduo na sua nudez, na sua autenticidade, quando deixou de fingir.

Menezes começou por fazer uma retirada teatral e, ontem, na SIC Notícias, mostrou a sua pequenez e o azedume que o corrói, quando usou de termos grosseiros, sarcásticos e provocantes ao caracterizar os potenciais candidatos à liderança que deixou vaga.

Teve, pela mão do solícito Mário Crespo, uma grande oportunidade de sair com classe, como um senhor.
Mas não, foi mais forte que ele, fugiu-lhe o pé para a chinela igual à de Pinto da Costa que, acossado e comprometido, se refugia na insinuação soez e no sarcasmo barato...

Fazer o bem...

Em 2006, o Governo deu 2 milhões de euros ao piloto Tiago Monteiro para o safar de uma embrulhada contratual.
Laurentino Dias vem agora desculpar-se, argumentando que o assunto tinha começado a ser tratado no consulado de Santana Lopes.
Pelo que se percebe, nada o obrigava a tal generosidade, tanto mais que o piloto nem assumiu o compromisso de promover a marca Portugal.

O combate ao défice, os sacrifícios, a justiça social, um país mais solidário, palavras que os pensionistas e os desempregados deste país tão bem conhecem, pouco valem comparadas com o garbo de um piloto de Fórmula 1 que nunca saiu da cauda do pelotão a não ser para sprintar até ao cheque de 2 milhões.

Há quem tenha por pai um patrão do BCP.
E há quem tenha por amigo um Laurentino. Há horas e Dias de sorte...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Agarrado

O Boavista teve, nos anos 70, um excelente jogador brasileiro chamado Salvador.

Mais tarde, outros "salvadores" passaram pelo Bessa e tão bem o salvaram que o saldaram, ao ponto de o clube estar na iminência de acabar.

A família Loureiro ergueu o clube e cavou-lhe a sepultura, até aparecer um novo "salvador" chamado Sérgio Silva que se propunha deitar a mão ao Boavista.

Afinal, foi a Polícia Judiciária que lhe deitou a mão, há minutos.

Assim vai o futebol português. Vale e Azevedo não está sozinho...

1 bigo

Ouvi há pouco, na Rádio, que Menezes, na sua declaração de retirada, terá dito imbigo em vez do correcto umbigo.

Pode ter-se tratado de um desculpável lapso, só com o azar de corresponder a um erro muito corrente.

Não sei qual foi a frase que inclui o importuno imbigo, mas seria compreensível que Menezes dissesse "Eu imbico com o Marques Mendes". Todos sabemos que é verdade.

Mais triste deve estar o fiel Ribau que tinha em Luís Filipe mais que um chefe.
Era um amigo, umbigo brother...

Cartomância?

Ontem, pelas 12.55, escrevi aqui um texto ("Deixa-os pousar") no qual adiantei a possibilidade de eleições directas no PSD e do afastamento de Menezes.

Para não criar problemas ao gracioso Ribau Esteves, quero deixar bem claro que não houve qualquer fuga de informação nem a Magra Carta (apesar do seu enorme prestígio e magistral capacidade de influência) beneficiou da menor indicação privilegiada.

Assim sendo, pensarão os leitores (e muito bem) que o Carteiro é bruxo, vidente, adivinho, xamã ou pastor da IURD.
Nada disso, apresso-me a tranquilizar-vos e a esclarecer tudo, antes que desatem a marcar consultas para vos ler as linhas da palma da mão ou deitar cartas.
As únicas cartas que deito, com pontaria e prontidão, são as que enfio nas vossas caixas do correio.

O resto, estes arremedos premonitórios, acontecem apenas porque há coisas mais do que previsíveis, não têm a ver com vidência, são simples e comezinha evidência...

Quem tem medo de Federer?

No "Open" do Estoril, Frederico Gil venceu João Sousa e vai defrontar esta tarde Roger Federer.

O repórter da Magra Carta que, a convite de João Lagos, tem acompanhado a prova por dentro, sabe que os dois jogadores portugueses tudo fizeram para perder, pois nenhum queria enfrentar o colosso suíço.
A triste sorte acabou por calhar a Frederico Gil que ainda tentou obter o acordo de Federer para jogar contra Gil e Sousa, juntos.

Frio e implacável, o supercampeão recusou e já está a esticar as cordas da raquete para a degola do inocente Frederico.

Resta ao jovem português rezar a S.Pedro, e, se a sua prece for atendida, não se espantem se virem, em pleno Jamor, um Frederico feliz da vida "singing in the rain"...

Pudor, por favor.

Otelo Saraiva de Carvalho esteve em Fafe para dar o pontapé de saída nas comemorações do 25 de Abril, tendo dissertado, pá, sobre economia, pá, com elogios ao Governo de Sócrates, porreiro, pá, além doutras e doutas questões, como a descolonização.

É fatal, nesta quadra, o homem salta do baú, pá, e lá vem botar discurso.
Sem vergonha nem decoro.

Quem fez o que fez (com as FP25) e só pior não fez porque Jaime Neves e outros não deixaram, noutro 25, o de Novembro, devia observar a fórmula que antecede o momento decisivo do casamento:calar-se para todo o sempre.

Conformismo

Eu bem sei que qualquer coisa é preferível ao infortúnio horripilante de um concelho entregue aos desmandos estalinistas de Augusto e Felícia. Há, pelo menos, algumas razões civilizacionais básicas que nem a bandeira, comum à esquerda, das “questões fracturantes” consegue obnubilar. Mas isto não é o que o eleitorado pensa, é apenas o que eu penso e o Dr. Cristóvão não deve, portanto, contar muito com isso. Não apresente ele, no devido tempo, um candidato, uma equipa e um projecto credíveis e de nada lhe valerá a apregoada lista de unidade que, até ver, mais prefigura um saco de gatos. Ao dizer, como disse, que daqui a seis meses dirá qualquer coisa ao pagode, não parece que o Dr. Cristóvão demonstre apenas desnorte e desorientação. Demonstra também o evidente conformismo de quem vai fazendo cálculos para minorar os danos e optimizar os proveitos, num futuro mais ou menos próximo. Ou remoto.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Última hora

A Magra Carta está em condições de avançar que Humberto Coelho continua disponível para treinar o Benfica.

E não exclui a hipótese de vir a liderar o PSD, mas sem directas.

Os Filipes, Vieira e Menezes, já sabem o que lhes resta fazer...

Quem com ferro mata...

Durante longos e arrastados meses, Luís Filipe Menezes armadilhou, flagelou, sabotou a governação de Marques Mendes, até conseguir arrastá-lo para as directas.

Que Menezes ganhou, é verdade, mas a sua vitória não branqueia nem legitima a forma como chegou ao confronto decisivo. Não foi bonito o que fez, não foi um triunfo glorioso.

Ironicamente, como se uma praga o perseguisse, ao longo destes seis meses de reinado, Menezes foi atacado do interior e do exterior do PSD, não por obra de alguma conspiração azeda ditada por desejo de vingança, mas apenas porque o líder falhou, porque não correspondeu às expectativas, menos ainda ao sinal de esperança que deixou no ar.

Menezes percebeu que
, a curto prazo, seria empurrado para directas, e decide jogar em antecipação, propondo novo acto eleitoral em Maio.
Se não quiser borrar a pintura, tem de voltar a candidatar-se, o que pode parecer um acto de coragem e de coerência, mas não estou certo dessa sinceridade.
Porque Menezes só tomou esta decisão
quando viu que a contestação começa a ter nomes e rostos, Aguiar Branco, António Borges ou Passos Coelho, para já.
A coisa promete...

Deixa-os pousar

José Sócrates é um homem de sorte. Para ganhar as próximas legislativas nem precisa de voltar a fazer promessas que já sabe que não vai cumprir. Porque o povo já aceita a mentira como coisa normal em política, tão normal como uma rasteira no futebol, são meras contingências, no big deal, como dizem os nossos entendidos.

Para ganhar, Sócrates só precisa de se sentar a ver os telejornais na televisão e assistir ao naufrágio dos partidos que moram na margem Direita
da Oposição.

Ninguém acredita já que Menezes chegue ao fim do combate, só não se sabe quantos assaltos aguentará. Curioso seria vê-lo cair em directas iguais às que usou para afastar Marques Mendes.

Intocável continuará Sócrates se for Aguiar Branco o senhor que se segue, porque Branco mais cinzento não há, o homem não entusiasma ninguém, está longe de provocar o sobressalto assombroso de que o PSD precisa.

Por mim, só vejo um homem capaz de operar a reviravolta.

Não, não, nem Rui Rio, nem Marcelo, só ele, Paulo Bento, o dos milagres no intervalo...

Doping psicológico

A recuperação mais memorável da história do futebol português foi, provavelmente, a que aconteceu no Mundial de 1966, em Inglaterra, no jogo contra a Coreia.
Ao intervalo, Portugal perdia por 3-0 e acabou vencendo por 5-3.

Não tem faltado, ao longo dos anos, quem insinue cobras e lagartos sobre o que se passou no balneário, na pausa intermédia, sugerindo que houve administração de doping.
Ora, talvez porque um Carteiro seja como um padre ou um médico, confidente seguro, posso garantir que um dos Magriços me revelou o que sucedeu.

Não houve recurso a qualquer substância proibida.
Houve, sim, uma violenta reprimenda de Otto Glória que entrou no balneário, tirou casaco e gravata e invectivou asperamente os nossos craques, espicaçou-lhes o brio, deixando-os entregues a si próprios e à sua vergonha, sem tácticas nem conselhos.
Conta esse Magriço que eles se sentiram envergonhados e juraram entre si operar a reviravolta, com dignidade e carácter. E foi o que se viu, inesquecível.

Talvez Paulo Bento não seja ainda Otto Glória, mas o homem da tranquilidade pode bem ter sido capaz de tocar no sítio certo da alma de jogadores que são profissionais, é verdade, mas que também são homens que não gostam de perder, sobretudo quando a humilhação ronda.

Não imagino Chalana capaz de tais arrebatamentos, de tais píncaros de exaltação.

O futebol nem sempre é simples...

Carlos Farinha

Nos anos 60, Sesimbra via passar um carrinho verde, descapotável, espécie de mini-jipe, raridade naquele tempo.
Ao volante, um homem simpático, elegante, discreto, que morava na rua Amália e negociava em apetrechos de pesca.

O seu nome é Carlos Farinha e vai hoje efectuar a sua última viagem.

Acabei de saber e vou estar presente no momento e no local do adeus final, em nome da amizade que nos une e da admiração que lhe voto.

Entre nós nunca foram precisas muitas palavras, o seu sorriso terno e cúmplice dizia tudo...

Palhaçadas

Há muitos anos, um jogador do Desportivo de Sesimbra, Olímpio, despiu a camisola, descontente por razões que ignoro.
Em Assembleia Geral, foi punido com suspensão de actividade por 12 meses, pena que um associado achou leve, achando que um ano seria mais adequado.

De outra vez, o benfiquista Ricardo Rocha, agastado por ser substituído, tirou a camisola e atirou-a ao chão.

Mas o mais frequente é vermos jogadores executarem tal gesto precisamente em estados de espírito opostos, ou seja, em explosões de alegria, em regra após a obtenção de um golo.

Confesso que, embora não aprove, compreendo melhor quem despe a camisola num reflexo de raiva. E não entendo o motivo que leva um atleta feliz a arrancar do corpo o símbolo do clube que representa. E nem o cartão amarelo os impede desse estranho ritual.

Alguns acharão, porventura, que têm belos peitorais, e sabem que as câmaras de televisão estão apontadas para eles.
Não sei se é por isso, admito a minha ignorância, mas acho que há mil outras formas de exprimir a alegria sem ser o enrolar do trapo que, para muitos, é sagrado...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Nado-morto

Recém-empossado, o Dr. Cristóvão anunciou para daqui a seis meses – uma ninharia, convenhamos – a divulgação das suas propostas concretas de acção. Se eu fosse o Dr. Cristóvão, não me apressava tanto, e levava as coisas com um certo vagar. É que, por este andar, de tão enérgico e pressuroso, ainda alguém pode confundir o líder da oposição com esse operário fulminante que dá pelo nome de Augusto Pólvora. Nove meses, isso sim, seria a conta certa, ainda que viesse por aí um nado-morto.

Garrafa meia vazia

José Miguel Júdice foi o nome proposto por José Sócrates para presidir à empresa que vai proceder à requalificação da frente ribeirinha de Lisboa.
Como é natural, trata-se de um vasto programa a que a Câmara Municipal tem de estar mais ou menos directamente associada, razão pela qual Júdice desejava ter o apoio explícito da autarquia.

Ora, acontece que, na reunião de hoje, o assunto nem sequer foi abordado pelo executivo camarário.
António Costa (que receava ter oposição) diz que a empresa não é da Câmara, por isso não acha útil pronunciar-se.
Por seu lado, Júdice toma este silêncio como um sinal de aprovação, do estilo "quem cala consente".

Ou seja, tal como acontece com resultados eleitorais ou com sondagens, cada um faz a leitura que lhe convém, mas fica uma leve suspeita de algum constrangimento entre Sócrates e Costa.
E não é menos curioso o contentamento de Júdice perante uma aprovação tão pífia.

Sim, porque ver naquele silêncio um sinal positivo é judicioso...

EUREKA

Não me perguntem como foi, mas consegui recuperar a minha Font, o meu Bold, o Itálico e a paleta de cores que tanta falta me fazem.

Bem, já que insistem, eu conto: fui lá acima àquela seta azul recurvada (para actualizar) e...pronto, deu-se o milagre, tenho a panóplia de volta.

Fiquem bem, eu estou melhor...

SOS

Como sou muito pouco entendido nestas técnicas, deixo aqui um apelo aos colegas bloguistas que me lerem.

O meu problema é o seguinte:
Ao escrever um novo texto, deixaram de aparecer (como sempre acontecia) a caixa com a Fonte (tipo de letra), o Bold (Negrito), o Itálico e a paleta das cores.
Nas Definições (Settings), tenho lá um YES na parte correspondente ao Compose Mode. E sempre funcionou.
Alguém, poderá explicar e, sobretudo, receitar a medida correctiva?

Fico grato à alma caridosa que aqui puder deixar um comentário reparador...

Com a boca na botija...

Um empresário de Nova York (cuja identidade não é revelada) comprou por um milhão e meio de dólares um filme de quinze minutos no qual se vê Marilyn Monroe a fazer sexo oral a um homem cuja rosto nunca é mostrado.

O filme foi realizado por um FBI desejoso de entalar John Kennedy, mas que não conseguiu provar que fosse ele o contemplado com o "fellatio" de Norma Jean.

Quem não deve andar muito tranquilo (com a mulher em campanha eleitoral), é o nosso Bill Clinton, o homem do saxofone, que pergunta a si mesmo se o FBI, a CIA ou outra cândida instituição não terá colocado câmaras de vigilância na Sala Oval.
Não é por nada, é só porque agora há Internet...

Alterem lá isso

Vi, há pouco, distraidamente, imagens de uma competição desportiva (?) entre mulheres e pergunto a mim mesmo (e aos pacientes leitores) em que mundo e em que século vivemos.

A primeira impressão é estarmos numa qualquer feira manhosa do século 19, vendo mulheres atarracadas, disformes, a quem só falta a bigodaça, espremendo-se para levantar uma barra de ferro carregada de pesos nas extremidades. Era um concurso de levantamento de halteres.
É grotesco, patético, deprimente, indigno da condição feminina.

Se nos homens já é absurdo, nas mulheres é intolerável. Será aquilo Desporto? Que nos mostra a halterofilia?
A força bruta, apenas isso.

Deixem as mulheres correr, saltar, patinar, dançar, com a graciosidade que lhes é natural, mas, por favor, peso, martelo e halteres, não.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Um trinta e um

O Dr. Cristóvão, que tomou posse no sábado, já fez saber à imprensa que quer levar por diante uma política de proximidade e comunicação com a população. É sempre assim. Estamos a um ano e picos das eleições e jamais será de bom tom esquecer as inevitáveis “massas”. Como adorno, o povinho fica sempre bem na lapela de qualquer candidato e não deve tardar muito que, num “esforço de aproximação” e de “abertura à sociedade civil”, estoirem por aí os debates temáticos com especialistas convidados e senadores encartados. No caso do Dr. Cristóvão, e da sua lista de unidade, há porém o óbice inexplicável da Dr.ª Guilhermina, que, sem qualquer motivo idóneo, consabidamente fechou a porta da Biblioteca à dita sociedade civil. Alguém terá de explicar ao Dr. Cristóvão que a unidade da sua lista ainda lhe há-de valer um enorme e sonoro trinta e um…

É só fazer as contas...

José Sá Fernandes informa que, se a nova ponte não incluir a rodovia, poupamos 700 milhões de euros.

Já agora, se não se construir a ponte, quanto é que o Estado poupa?

Ciao, Claudia!

O jornal SOL informa-nos que Claudia Cardinale vai ser homenageada no decorrer do Festival de Cannes ao completar 70 anos de vida e 50 de carreira.
Quem diria que a bela Cláudia já tem 120 anos?

Talvez por isso tenham escolhido aquela cidade para a homenagem, pois a palavra Cannes significa Bengalas, adereço que a admirável actriz dispensa, sacudindo a linda cabeça e rindo com aquele tom meio rouco (sem os irmãos) que lhe conhecemos do inesquecível "Leopardo".

Nascida na Tunísia, foi violada na adolescência e ficou grávida. Teve um filho que apresentou ao mundo, durante anos, como sendo um irmão e fez uma carreira sublime no cinema.

Resta dizer que o SOL garante, naquela fórmula excelsa, que Claudia Cardinale será homenageada com pompa e circunstância. Sobretudo com circunstância, diria eu...

Câmara de Loucos

Num curto espaço de tempo, Alberto João Jardim recebeu inesperados elogios de Jaime Gama e impôs a sua vontade a Cavaco Silva.
Ou seja, teve a seus pés (passe o exagero) as duas mais altas figuras da Nação.

No que a Gama toca, só o próprio saberá por que fez o que fez, por que disse o que disse.
Já no que se refere a Cavaco, parece ficar no ar a ideia de que Alberto João voltou a recitar (noutra encenação) o monólogo do sr. Silva.

Se em Jardim já nada nos pode surpreender, o mesmo não se pode dizer do Presidente da República que nos habituou a outra firmeza e a outro sentido da dignidade da função que exerce.

Os lamentáveis comentários de Jardim acerca dos deputados madeirenses são apenas eructações inconsequentes.
Porém, não se compreende a docilidade de Cavaco perante a arrogância de Jardim que ousou proibir ao Chefe de Estado a entrada na Assembleia Legislativa.
Julgo ter havido uma clara inversão de prerrogativas e um atrevimento que o Presidente não deveria ter consentido.

Os avisos e os recados deixados por Cavaco no discurso feito durante o jantar soaram a falso, souberam a pouco e a fraqueza, foram apenas indirectas beatíficas dirigidas a quem só conhece a linguagem tabernal.

Há pouco tempo, Cavaco invocou razões de agenda para não ir à abertura dos Jogos Olímpicos na China.

Talvez a mesma oportuna agenda lhe tivesse fornecido uma boa desculpa para ter ficado em Belém, sabendo a triste figura que se arriscava a fazer.

Que diabo, senhor Silva, o senhor é o Presidente da República deste País que se chama Portugal.

E que inclui a Madeira...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Humortal

O país parece viver obcecado pelo humor, não propriamente porque se sinta feliz e disposto à galhofa, mas porque é isso que lhe enfiam pelos olhos e pelos ouvidos constantemente.

É talvez um mau sinal dos tempos esta febre da graçola que invade todos os campos, a começar pela publicidade. Ninguém sublinha as qualidades de um produto sem antes lançar uma patetice qualquer.
Rádios e televisões estão cheias de parodiantes,começa a ser cansativo.
Herman voltou com "O Tal País", na Antena 1, e causa certa tristeza vê-lo tentar apanhar o comboio da "modernidade" que alguns julgam ser o humor absurdo, o desconversar repetitivo, a treta esticada aos limites.

José Pedro Gomes e António Feio lançaram o género e estão ultrapassados por gente que copia e faz variações.
Herman José é um excelente intérprete, mas este país não está para quadros de honra.
Ninguém quer avaliações nem concursos sérios. O popularucho, o boçal, o trivial da esquina é que é bom, e agora temos Herman a tentar acertar o passo por quem nele se inspirou.

Os Gato Fedorento criaram, na linha da conversa da treta, algo diferente, mas estão rendidos e vendidos à publicidade e repetem-se ingloriamente, embora haja quem goste.
Hoje, toda a gente quer fazer humor, mesmo nos blogues.

O objectivo de muitos de nós não é endireitar o mundo, dar lições de ética e de moral nem ostentar o monopólio da razão.
A coisa é bem mais simples, trata-se apenas de semear palavras cruzadas com ideias, num singelo exercício de tiro ao tempo e de oxigenação do bestunto.

De vez em quando, lá vem um tema mais sério, e é curioso observar que, mesmo nesse caso, há sempre um comentário jocoso.

Como se tal fosse a obrigação...

Peça que não maça

Há pouco, a jornalista Inês Serra Lopes dizia que o CDS-PP não tem "massa crítica", deliciosa tradução directa do inglês que, na nossa língua, procura ser sinónimo de base de apoio, volume, consistência, peso, arcaboiço,etc.

Eventualmente, o que falta por aí é massa cinzenta, ideias, criatividade que leve os políticos a surpreender positivamente os portugueses.

Andamos a esgrimir argumentos a favor e contra o acordo ortográfico em vez de começarmos por arrumar a um canto as expressões importadas que nenhuma falta fazem e as calinadas mais frequentes.

Bem sei que são questões menores e que a única massa que interessa e conta é a que cai na conta de quem mete a mão na massa das empresas que usam massa feita de areia e cimento, base de sustentação das grandes obras, pontes e aeroportos.

Sobre essa gente ligada a esta massa alguma crítica se faz ouvir, mas tudo passa, por mais que faça já nem faz mossa nem sequer maça...

A táctica

Há alguns anos, o dr. Gomes da Silva, ao serviço do Governo de Santana Lopes, atirou-se a Marcelo Rebelo de Sousa cujos comentários na TVI muito incomodavam o partido.
Mudou-se Marcelo para a RTP mas não mudaram o sentido nem o tom das críticas ao PSD.

Agora, o alvo da sanha persecutória de Gomes da Silva é a jornalista Fernanda Câncio, a propósito de um programa na RTP e a pretexto de uma relação com José Sócrates.

Doutor Menezes, ponha ordem na casa, deixe-se de manobras ridículas e rasteiras.
Enfrente José Sócrates com ideias novas, com projectos consistentes, mostre que tens argumentos.

E depois, mas só depois, vá à luta, enfrente o primeiro-ministro, ataque-o, desgaste-o, canse-o, homem, canse-o...

domingo, 13 de abril de 2008

Bem visto

Parece que Luís Filipe Menezes, finalmente, encontrou a chave da salvação de Portugal, ao erguer a bandeira da regionalização e ao escolher como grande desígnio "Mudar Portugal".
Ou seja, tornar o país no seu todo uma região e mudar Portugal...para Espanha.

sábado, 12 de abril de 2008

Pequenez

Esta madrugada trouxe, finalmente, um entendimento entre sindicatos e Ministério da Educação, após sete longas horas de negociações que traduzem a dificuldade da convergência possível de posições.
O que se esperaria era ver os sindicalistas registarem e aplaudirem o acordo obtido, no pressuposto de que o mesmo concilia, apazigua e proporciona melhores bases de trabalho conjunto.

Mas não. O que vimos foi gritos de vitória e a afirmação/ameaça de que a luta na rua acaba por pagar.
Ou seja, apertaram as mãos e saíram de costas voltadas, com a mesma sanha, a mesma vontade de prosseguir a guerra para além das tréguas.
A mediocridade e a irresponsabilidade destes sindicalistas ficou bem patente.

A Oposição fez o mesmo, falou de recuo, manteve aceso o clima de confrontação.
Estão bem uns para os outros.
Importante é avançar, com optimismo e com dignidade, mas para isso é preciso estatura, lucidez, seriedade.
E uma grandeza que esta gente, manifestamente,não tem...

Atrás do prejuízo...

Um daqueles anónimos simpáticos que bem conhecemos deixou aqui um comentário extenso a defender as obras da Câmara, as infra-estruturas básicas por que a população anseia "à" muitos anos.
Não teria visto o menor inconveniente em publicar o texto, mas quem usa termos insultuosos para um outro comentador aqui não entra.

Por outro lado, aquele "à" muitos anos é uma marca distintiva, espécie de selo de garantia e faz-me lembrar uma outra expressão muito na moda.
Dizia ontem Sócrates (também ele): foi algo que sucedeu há alguns anos atrás.

Pergunto eu: porquê aquele atrás? Se há alguns anos, não pode ser à frente.
Enfim, está na moda o pleonasmo...

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A custo zero

O Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda organizou um curso de Jogadores de Futebol para jovens que, dessa forma, puderam obter equivalência do 9º ano de escolaridade.
O início do curso teve lugar em Dezembro de 2007 e não se trata de brincadeira.

Depois do plano tecnológico, o nosso genial Sócrates prosseguiu a sua revolução cultural de forma moderna, inovadora, plena de imaginação e sentido de oportunidade.

Mais palavras para quê? Gramática? Matemática? Não, táctica, finta, remate, transições defesa-ataque, faltas cirúrgicas, pressão alta e nível baixo, instrução feita com os pés.

É o Portugal moderno de Sócrates.

Será que o engenheiro também jogou futebol?

Vermelho directo

O Estado vai passar a poder recorrer à figura do despedimento colectivo quando se tratar da extinção de serviços públicos que envolvam mais de cinco funcionários.
É uma das consequências do regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas (CTFP).

Não surpreenderá que haja oposição do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista.

Mais interessante será verificar o aplauso proveniente da bancada do PSD.

Com efeito, a lógica do partido laranja é a seguinte: ser Governo é, antes de tudo, serviço público. E, sendo o elenco governativo composto por mais de cinco elementos, a única hipótese de o PSD ver o PS
apeado é a aplicação desta disposição inscrita no diploma que aí vem.

O Ribaubau é bem capaz de acreditar...

Transparência

José Eduardo Simões é o presidente da Académica de Coimbra e director municipal da Administração do Território da Câmara de Coimbra, função que o terá levado (segundo rezam os autos de acusação) a trocar favores no sector urbanístico por donativos à equipa dos estudantes.

Da lista constam 10 crimes de corrupção activa e um de abuso de poder. Só.

Claro, ninguém é condenado antes de ser julgado, mas as suspeitas são de tal monta que é preciso ou uma grande lata ou uma extrema determinação para que o senhor se perfile novamente como candidato a outro mandato na presidência da Académica.

Este é apenas mais um caso de promiscuidade explícita entre futebol e autarquias.

Não é, aliás, o único caso de um presidente de clube que é, ao mesmo tempo, funcionário da Câmara.

O que conduz, fatalmente, à evocação da atitude da mulher de César e do omnipresente "Honni soit qui mal y pense"...

Entre mortos e moribundos...

Há pouco, vi os presidentes do FMI e do Banco Mundial evocarem a inevitabilidade da subida do preço dos alimentos e dos efeitos devastadores que vai ter na economia de países onde o rendimento médio diário não chega para o pão e o arroz.

Seria utopia e débil ingenuidade pensar que cabe à Câmara de Lisboa acabar com a fome no Iemen, mas não deixa de ser chocante vermos uma instituição com centenas de milhões de dívidas preparar-se para gastar cinco milhões em foguetes.

Se nos lembrarmos dos gastos supérfluos que por este pobre país fora são feitos com carnavais, cançonetas e arraiais, imagine-se o que se poderia fazer com um décimo dessas verbas na ajuda a países onde a miséria, a doença e a morte constituem a festa diária.

Estamos fartos da velha cantiga que diz que de nada serve darmos pão, que temos é de os ensinar a cultivar a terra e a pescar.
O pior é que não lhes enviamos pão nem mandamos anzóis, distraídos que andamos com os desfiles de moda, a Liga dos Campeões, o Rock-in-Rio, as semanas gastronómicas e o espanto com os lucros da banca.

Eu bem sei que escrever sobre isto ou sobre a derrota do Sporting, o resultado é o mesmo, espadeirada na água, lirismo na maré vazia.

Mas fico melhor assim...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Homessa

A doutora Fátima Felgueiras, bem conhecida no Brasil, vai responder por 23 crimes.

O que não impede o senhor Armando Vara de afirmar que deposita total confiança na autarca.

Alguém ousa discordar?

Há horas de sorte

Avelino Ferreira Torres é acusado de corrupção, extorsão, peculato e uso e abuso de poder.
Ora acontece que a principal testemunha de acusação fugiu para o Brasil e não tenciona voltar para o julgamento.

Não sabemos qual foi a agência de viagens que tratou de tudo, mas talvez seja a mesma que organizou as férias da família Calheiros...

Afinal havia outro

Já conhecíamos Valentim e João. Agora ficamos conhecer Jorge Loureiro que foi um dos intervenientes num negócio fabuloso que permitiu a um grupo de sócios comprar um terreno por 1 milhão de euros e, seis dias depois, vendê-lo por 4 milhões de euros.

Os negócios envolvem a Câmara de Gondomar, os Serviços de Transportes Colectivos do Porto, várias figuras conhecidas e faz lembrar a multiplicação dos "pões".

Há quem se atreva pensar que as operações (alegadamente, claro) podem (remotamente) configurar corrupção, coisa em que não acredito...

Por acaso

Por mero acaso, um senhor chamado Luís Filipe Vieira encontrou-se com outro senhor cujo nome é Hermínio Loureiro, num hotel de Lisboa.
Como, por acaso, se conhecem, fizeram o que é normal, puseram a escrita em dia, comentaram as fortes chuvadas, o tornado, o entornado, o caldo e o caldinho, enfim, temas de circunstância.

O pior é que uns jornalistas que (por acaso) conhecem os dois senhores desataram a filmar, e a coisa azedou porque o senhor Vieira não gostou, alegando não estar ali em representação do Benfica, clube de que (por acaso) é presidente.

Tem o senhor Luís Filipe Vieira toda a razão, ao invocar o seu direito à privacidade, mesmo quando se avista com o senhor Loureiro que não é Valentim nem João mas, simplesmente, Hermínio como os montes de embrulhadas que enchem os corredores da Liga de Clubes de que o dito senhor
(por acaso) é presidente.

O repórter da Magra Carta, que ia de bicicleta pasteleira, já não chegou a tempo de pedir ao senhor presidente do Benfica que seja compreensivo, pois os jornalistas não podem adivinhar se ele está ou não no activo.
O melhor seria que o senhor Vieira fizesse como o super-homem e mudasse de indumentária quando entra em função.

Não se sugere um fato cor-de-rosa e emblema da águia ao peito. Talvez um tinoni com a voz do Luís Pissarra fosse boa ideia...

Conversas Com Versos e Com Ventos

A profissão de estafeta tem destas coisas e hoje, há pouco, calhou-me ir buscar uma encomenda volumosa, endereçada a uma casa editorial. Uma das caixas estava aberta e, curioso como sou, resolvi deitar-lhe uma espreitadela. Eram os primeiros exemplares do novo livro de António Cagica Rapaz.

A obra, que se intitula Conversas Com Versos e Com Ventos, é uma verdadeira rapsódia, que convoca ou evoca as diversas etapas da produção literária deste autor sesimbrense: crónicas publicadas na saudosa agenda Sesimbra Eventos; entradas que fizeram história nesse blogue homófono que foi o meteórico Sesimbra e Ventos; fragmentos dos clássicos Noventa e Tal Contos; sinopses dos três livros notáveis que se lhe seguiram (Líbero e Directo, As Bonecas Russas e Janela Com Escritos); a inevitável marotice de alguns devaneios e trocadilhos; muitas quadras à volta da fogueira; e uma recolha da sua produção poética, livro dentro do livro, que o autor intitulou Talvez em Setembro… Talvez Poesia…

Compreende-se que Cagica Rapaz tenha agora pedido a Pedro Martins para lhe escrever um posfácio, em jeito de introdução breve à sua obra, para rematar o seu novo livro. Quem não se lembra desta dupla e da razia que fizeram no dito blogue Sesimbra e Ventos? Ainda hoje não me conformo com o facto de terem abandonado a blogosfera…

Há, porém, uma coisa que me faz espécie!… A que propósito foi António Cagica Rapaz pedir emprestadas ao Carteiro umas dezenas de cartas que este tem vindo a publicar aqui, neste blogue? Não percebo…

Entretanto, consta que o lançamento está para breve, numa qualquer sala da vila de Sesimbra. Pode ser que o Carteiro, um dia destes, comece a distribuir os convites...

De cabo alto...

Há dias (ou melhor, há noites), na SIC Notícias, Mário Crespo entrevistava um dos inúmeros técnicos superiores que estudam as pontes possíveis sobre o Tejo.

E, a certa altura, o pachorrento Mário quis saber a razão, o fundamento, o porquê de uma escolha. Vai daí, perguntou qual tinha sido o racional.
O seu interlocutor respondeu que havia dois racionais. E lá deu as explicações.

Pelo meu lado, talvez por nada perceber de pontes, acredito que aqueles dois seres que debatiam o assunto
sejam racionais.

Irracionais, se calhar, são aqueles que teimam em nos impor um acordo ortográfico totalmente dispensável.

Uma vassoura bastava...

Circo ribeirinho

José Miguel Júdice apresentou aos vereadores da Câmara de Lisboa o plano de requalificação da frente ribeirinha que inclui, entre outras ideias, um espectáculo de fogo-de-artifício e som a realizar em frente ao mosteiro dos Jerónimos para comemorar o centenário da República.

O custo deste belo fogo seria de 5 milhões de euros.

Há Câmaras assim, endividadas mas gastadoras, sobretudo com fogos fátuos, pirotecnias efémeras, cançonetas ao luar, tudo supérfluo, perecível, faustoso, espécie de areia de um deserto indisfarçável de eficácia e de competência.

Honni soit...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

E agora?

Gente que sabe é de opinião que a vitória obtida por Menezes nas directas do PSD se deve, em larga fatia, à caução de Ângelo Correia.

Gente que conhece o engenheiro sabe que ele há muito pôs de lado a luta política e descartou a possibilidade de exercer cargos partidários e governativos.

Por isso, o apoio que tão útil foi a Menezes só pode ser entendido como um gesto de amizade ou (remotamente) a retribuição de algum antigo e secreto favor.

Ao distanciar-se do líder laranja, Ângelo Correia está a dizer duas coisas simples:
- Já fiz o que tinha a fazer. Chega.
- Ponham lá outro, Menezes não serve.

Este PSD não é para velhos amigos...

O circo volta à cidade

Os pais da pequena Maddie aceitam voltar a Portugal para a reconstituição da ocorrência desde que haja transmissão televisiva para todo o Mundo.

Parece que Manuel Luís Goucha, Júlia Pinheiro e José Carlos Malato estão na corrida para animar o espectáculo.

Cada pausa publicitária seria antecedida de um trecho de ópera interpretado pelo barítono Zé Cabra...

Por que não rosa?

Todo o país está, neste momento, em alerta Laranja, devido ao mau estado do tempo.

Pela voz cristalina de Ribaubau, o PSD considera infeliz e discriminatória a escolha da cor...

terça-feira, 8 de abril de 2008

A multiplicação dos pões

Segundo se lê por aí, Isaltino Morais, entre 1993 e 2002, depositou em contas bancárias no estrangeiro quatro vezes mais do que o seu rendimento líquido declarado.
E não consta que tivesse tido outra actividade remunerada, além das de ministro e presidente da Câmara de Oeiras.

Ao que parece, Isaltino é um homem de muita fé e tem como milagre preferido o da multiplicação dos pães, ao ponto de ter interiorizado plenamente o mecanismo espiritual conducente à proeza.

Assim, quando lhe pediram para explicar a origem de tantos e tais proventos, Isaltino terá (julgo eu) respondido que, de noite, uma voz lhe dizia:" Tino, meu Tino, faz o que te digo, agarras no que tens e pões na Suíça. Sim, meu Tino, pões na Suíça. E vais ver que multiplicas por quatro o teu pecúlio".

E foi o que fez o Tino, realizando dessa forma o moderno milagre da multiplicação dos pões...

Mãos à obra

Há dias, um comerciante de Alfarim queixava-se de já irem na quarta abertura de valas na estrada.
E pensa que não vai ficar por aqui.
Em termos de planeamento, é um primor, mas que importa? O que é preciso é ter buracos abertos e gente a fingir que trabalha, é sinal de vitalidade e obra (quase, quase, quase) pronta.

A estrada entre Alfarim e Caixas é um caos, meia desfeita.
Em vez de irem tapando e alcatroando metodicamente, vão avançando e deixando buracos, altos e poeira para trás.
Será que vão abrir outra vez?

Imagino os estaleiros que vão fazer nos meses que precedem as eleições. Vai ser a valsa das gruas, dos camiões, dos cilindros, o fungágá das pás e das picaretas, Sesimbra no vértice da modernidade.

É o progresso a rasgar os caminhos do futuro, a Piscosa em polvorosa...

Galo

Consta que Augusto Pólvora chegou e viu, mas não se pôde sentar. Transbordante, a sala polivalente da Biblioteca estava à cunha, suspensa das palavras de Jorge Serafim, um exímio contador de histórias. À mesma hora, ali ao lado, no Cine-Teatro, uma representação de Tchekov despertava a curiosidade de uma dúzia bem contada de espectadores. Tudo isto na mesma semana em que a Dr.ª Felícia assegurava ao “Notícias da Zona” haver crescido o número de espectadores no João Mota...

Um fartote

Vai para dois anos, Augusto Pólvora prometeu para daí a três o Museu do Mar numa Fortaleza desocupada. Por esses dias, o Dr. Sequerra, tecendo loas a Augusto, fazia a coisa por menos e, por sua conta e risco, augurava “boas perspectivas de resolução final do arrastado “caso Fortaleza”, em 2007”. Mas… Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Hoje, passados dois anos sobre os três prometidos, nós continuamos à espera e o Dr. Sequerra desespera. É lê-lo no último número de “O Sesimbrense”. Entre outras mágoas, que endereça ao edil (a rotunda “escura” da Vila Alegre, que Patrício repetidamente inaugura; o aleijão urbanístico no espaço Rumina, à aguardar um hotel que nunca mais chega; o silêncio que persiste sobre as Villas de Sesimbra), avulta a da Fortaleza. Passo a citar o Dr. Sequerra:

“Da Fortaleza, “nicles”. O belíssimo editorial da Dr.ª Isabel Peneque, na penúltima edição de “O Sesimbrense”, não teve eco condigno. Nem desocupação plena, nem obras de restauro, nem quadro “surripiado”, nada. Bom seria que estivéssemos a falar (escrever) antes de tempo mas, ao que parece, não é o caso. A Fortaleza continua sendo a “fraqueza” das nossas expectativas.”

De entre os vários senadores que, nos últimos tempos, abandonaram Augusto, o caso do Dr. Sequerra não será sequer o da perda mais influente. Mas é, por certo, o da mais significativa. Como sintoma, é preocupante. Trata-se de uma brecha que fende de alto a baixo o muro de silêncio prudentemente urdido naquelas páginas por quem realmente manda n’ “O Sesimbrense”. No mais, tem a sua piada. Muita, mesmo. É um fartote.

Para o boneco

Na sua aparição de Março, o boletim propagandístico de Augusto e Felícia ilustra a sua capa, alusiva à segunda fase do saneamento do Zambujal, com brinquedos de plástico dispostos sobre um mapa do concelho: operários sob a forma de bonecos acompanham miniaturas de máquinas em plena laboração. Desde a hora suprema da “plantaforma” que nenhuma outra metáfora camarária havia resumido tão bem a geral desorientação que preside aos destinos do município: obras que não passam do papel e uma reinação pegada com o pagode. Está bem de ver que será tudo para o boneco.

Vícios caseiros

O presidente do Benfica afirmou que há jogos viciados, coisa que todos sabem ser tão certa como a chuva que caiu ontem e vai continuar a cair hoje.
Por esse motivo, vai ser ouvido pelo Ministério Público.
Acho bem, acho até que deve contar o muito que sabe, embora não deva cair na tentação de dizer que o Benfica nunca foi beneficiado.

Agora, e curiosamente, surge o antigo árbitro Jorge Coroado a admitir que viciou jogos nas vezes em que errou.
O senhor Coroado, no seu tom pastoso e tristonho, faz comentários na Antena1 e aparece aqui a pretender jogar com as palavras, tentando,
com suspeita modéstia, desvalorizar o sentido do termo viciar.

Quando um árbitro erra involuntariamente não está a viciar o resultado. Quanto muito poderá ter uma influência negativa e indesejável, mas não vicia o resultado, pela boa razão de que não teve intenção, não agiu perfidamente.
Por isso, esta tirada um tanto teatral do senhor Coroado parece encomendada.

Eu sei que o acordo ortográfico está a criar grande confusão, mas o significado das palavras tem raízes tão sólidas que não é fácil um aprendiz de semântica ver o seu esforço pouco hábil ser coroado de êxito...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A parte e o todo

Eu tenho muita simpatia pelo senhor Dalai Lama e ficaria feliz se o Tibete se visse livre do jugo chinês.
Mas confesso que me incomoda esta febre mediática à volta dos pobres tibetanos que, durante muitos anos, mais não conseguiram mobilizar do que meia dúzia de gestos vagos de repúdio pela China.

Eu bem sei que os Jogos Olímpicos constituem uma oportunidade ideal para trazer à linha da frente a causa tibetana, mas fica-me a sensação de que se está a fazer uma fixação orquestrada (bem intencionada, claro) na árvore e a esquecer a floresta.
Sim, porque a floresta é formada pelos incontáveis milhões de chineses que são as primeiras e maiores vítimas dos senhores da China...

A morte de Moisés

Para muitos, Charlton Heston talvez simbolize apenas o americano violento e arrogante que defende o direito a ter armas à mão.
Para a grande maioria, é um herói inesquecível, daqueles que encheram os grandes cinemas dos anos 60, figuras míticas da estatura de John Wayne, Clark Gable, Gregory Peck, Kirk Douglas, Sidney Poitier, Rock Hudson, Marlon Brando, Anthony Quinn, gigantes imortais.

Lembro-me de ter visto "Os Dez Mandamentos", no imenso "Império", a saga dos Hebreus naquela sala que haveria de servir de palco à IURD.
Não há Rambo que afaste da nossa memória o perfil heróico de Ben-Hur ou o oficial americano apaixonado pela belíssima Ava Gardner nos " 55 Dias em Pequim".

Os efeitos especiais naquele tempo eram incipientes, o fascínio e o deslumbramento deviam-se aos actores de grande dimensão que enchiam a tela, uns com mais talento, outros com maior presença.

Não sei se eram melhores, sei que duraram, que nos marcaram, talvez apenas porque estão associados à nossa vida, à nossa juventude.

Charlton Heston é um deles...

Liberdade, não é?

A Câmara Municipal de Lisboa tem vastos planos para a zona ribeirinha da cidade, mas ignora um dos sítios mais famosos da capital, o Bairro da Liberdade, o antigo Casal Ventoso, que agora é designado por Beirute ou por Iraque, covil de toxicodependentes, um antro de desgraçados.

Os anos passam e a recuperação do Casal Ventoso continua a ser uma miragem.
Chamar "àquilo" o Bairro da Liberdade é o cúmulo da ironia. Liberdade de quê? De seringa? De miséria? De degradação? De morte a prazo?

Talvez uma reportagem crua da TVI desse algum resultado.

Talvez a SIC possa lá ir ao encontro dos "Perdidos e Achados".

O mais provável é só lá encontrar Perdidos...

Prioridades

Luís Filipe Menezes diz que Portugal precisa de uma nova Constituição.

Ao mesmo tempo, há quem pense que o PSD precisa de um novo presidente...

Será?

A Tocha Olímpica vai hoje ser transportada em Paris pelo futebolista português Pedro Pauleta.

À primeira vista, tal escolha parece encerrar uma honra para o jogador português, mas talvez não seja bem assim.

De facto, a França (como tantos outros países) está a ter uma atitude muito crítica para com a China, e Sarkosy continua a ameaçar com o boicote à cerimónia de abertura dos jogos.

Por isso, quem transportar a tocha pode não ser visto com bons olhos.

Pauleta pode estar a ser usado. Com subtileza, mas usado. Por tudo e porque não é francês...

Tropeção

Afinal, o Ministério da Justiça vai rever a Lei que regula as Custas Processuais, no tocante ao pagamento inicial de 576 euros para dar início a um processo de adopção.

É difícil perceber como é que alguém pode querer tornar ainda mais difícil o
processo de adopção que já constitui uma maratona espinhosa.
Esta ideia peregrina do pagamento inicial é daquelas que só pode provir da cabeça brilhante de alguma criatura que viva numa torre situada no alto do Everest e não conheça o mundo em que vivemos.

Até parece que consideram que quem adopta uma criança é rico e bem pode pagar mais uma taxa de entrada, uma espécie de jóia para entrar no clube dos pais afectivos.

Diz-se que o Governo agora recua. Talvez, mas não julgo ser saudável colocar as coisas nesse pé de provocação.
Devemos, sim, lamentar que façam leis desajustadas, desproporcionadas e injustas ao ponto de provocarem de imediato repulsa e revolta.
Quem é esta gente que legisla desta maneira?
Quem foi que pôs na Lei a excepção que protege os criminosos que praticam múltiplas violações?
Foi durante as férias, parece. Mas quem foi? Foi o contínuo? Foi a mulher da limpeza cujo filho seria violador? Foi o carteiro que passou por S. Bento a entregar o correio?

O país gostaria de saber quem é o benfeitor dos violadores em série para lhe agradecer condignamente.

Depois da Ota, das trapalhadas na Saúde e na Educação, este passo em falso na taxa de adopção vem confirmar que as reformas são úteis mas não podem ser feitas com os pés...

Honni soit...

Foi visto esta manhã a caminhar para Fátima um adepto do Glasgow Rangers.

Interrogado pelo repórter da Magra Carta, o simpático escocês declarou que ia rezar para que Polga recupere a tempo de jogar na próxima 5ª feira.

Estranhando a insólita atitude, o repórter insistiu e o senhor Mc Gyver, com um sorriso maroto, explicou que os Rangers de Glasgow acreditam que a eliminatória será resolvida com grandes penalidades....

O Coelho e a cartola

Não sei se a edição da próxima 4ª feira será a última de Jorge Coelho no programa "Quadratura do Círculo".

Não sei se Pacheco Pereira e Lobo Xavier vão trazer à colação a nomeação de Coelho para a presidência da Mota-Engil.

Mas sei que Jorge Coelho poderá ter ali uma oportunidade única de fazer um brilharete, bastando que consiga explicar por que artes a ida de um ex-ministro das Obras Públicas para uma grande empresa do ramo pode ser considerada um acto normal, legítimo e inocente.

Se de tal for capaz, então teremos de tirar o chapéu (ou a cartola) a Coelho que, dessa forma, terá conseguido a proeza notável que é demonstrar a quadratura do círculo...

domingo, 6 de abril de 2008

Sim, quem?

Em 30 anos de carreira, Jesualdo Ferreira foi campeão nacional duas vezes, ambas no Porto.

Fernando Santos esteve no Benfica e no Sporting, mas só no Porto foi campeão.

Quem não é campeão no Porto?