quarta-feira, 30 de julho de 2008

Da tragédia à farsa


Há muitos anos, um terrível desastre aéreo provocou a morte a meia equipa do Manchester United. Entre os sobreviventes estavam o treinador Matt Busby e o grande capitão Bobby Charlton.
Com homens desta têmpera, grandes dirigentes e jogadores com carácter, o United venceu a dor, ultrapassou a tragédia, renasceu e voltou a ser a equipa que encantou a Europa do futebol.

A verdadeira palhaçada que envolve Cristiano Ronaldo mostra como está diferente o Mundo.
E os homens.
O rapaz está transformado num boneco de feira, deslumbrado com namoradas, botando discursos patetas aproveitados por uma comunicação social de sopeiras.
Pior estão os dirigentes ingleses e espanhóis, ambos incapazes de arrumar um assunto que tem as regras definidas há séculos. O jogador tem contrato com o United, só sai se o Real pagar o estipulado, ponto final.

Olhando a triste figura que Ronaldo vem fazendo, não podemos deixar de recordar a imagem exemplar de Luís Figo, futebolista de eleição, raro talento, sobriedade e rendimento sem quebras. E cá fora, um homem distinto, um cavalheiro que nem parece deste tempo.
Mas o povo parece gostar de circo...

E a música a tocar...


O Verão dá conta da cabeça às pessoas e o SOL (o semanário) dá uma ajuda.
Na imensa romaria pirosa que é este país, ficamos hoje a saber que o sargento Luís Gomes, pai afectivo da menina Esmeralda, vai ser a vedeta de uma sessão de autógrafos, em Vila de Rei.
Com efeito, o senhor sargento é autor do livro "Amo-te, Filha - Caso Esmeralda" e a sessão decorre do pedido de populares, como tão delicadamente o SOL noticia.
Para completar a bucólica informação, resta acrescentar que a cerimónia terá lugar em sede de (a gentil expressão é minha) uma apetitosa Feira de Enchidos, Queijo e Mel. E pronto.

É Portugal, o SOL brilha e o nosso sargento, pensativamente, dará autógrafos ao som da música que certamente tocará no coreto.
Em tempos, houve, em Paris, na Notre Dame, outra Esmeralda a quem um homem não conseguiu dizer (muito menos escrever) "Amo-te".
Porque era analfabeto, mal falava, era quase mudo...

terça-feira, 29 de julho de 2008

A custo (quase) zero


A conhecida marca Adidas vai começar a retirar da China a sua produção por considerar que os salários estão a subir em demasia.
Mais anunciam que se vão virar para mercados mais favoráveis, como sejam a Índia, o Laos ou o Vietnam.
É assim a aldeia global, a maravilhosa globalização, o mundo sem fronteiras nem barreiras para a exploração, a escravatura de milhões de seres humanos, entre os quais crianças.
E são estas multinacionais (Adidas e outras) que aparecem a patrocinar as grandes competições internacionais, entoando hinos ao Desporto, louvando e coroando de louros os deuses dos estádios que usam equipamentos manchados de sangue, de ignomínia, de desumanidade pintada a cores de festa, de glória vergonhosa difundida pelo Mundo inteiro por mil canais de televisão que celebram ideais olímpicos e fraternidade.
Os grandes patrões e os inúmeros intermediários desta engrenagem de mentira acumulam fortunas graças à exploração praticada à vista de todos nos campos de concentração do terceiro mundo.
Guantânamo suscita indignação, mas o mundo ocidental, civilizado e moderno, vai festejar os Jogos Olímpicos de Pequim da mesma forma que vibrou com o Euro 2008 protagonizado por atletas milionários que calçam e vestem Adidas e outras marcas criminosas.
Depois, vem o presidente da FIFA falar de escravos no futebol. Há ainda muitos degraus a subir na escalada da hipocrisia e do despudor.
Segue-se um curto intervalo para publicidade, nos nossos plasmas, para a cerveja, os pneus, os computadores, os perfumes, os relógios, os bólides de alta cilindrada.
Este nosso mundo é perfeito...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Monsieur Tapie


O antigo presidente do Olympic de Marseille, Bernard Tapie, é uma personagem fora do comum, aventureiro, atrevido, provocador, tribuno imparável, homem de negócios rocambolescos, actor de teatro e cinema, ministro de Mitterrand, uma vida que daria dez filmes.
As suas manigâncias à frente do Marselha valeram-lhe vários títulos e oito meses de prisão efectiva.

Há países onde os batoteiros acabam mesmo atrás das grades e foi esse o destino de Tapie que ficou arruinado e queimado junto de uma opinião pública que, paradoxalmente, acaba por conceder certa margem de indulgência aos artistas ousados, aos equilibristas que dançam na corda frágil da legalidade, aos ilusionistas de sorriso insinuante.

A famosa empresa Adidas, de que foi proprietário, esteve na origem de um processo judiciário que durou largos anos e que acaba de chegar ao fim, com uma sentença que enche Tapie de felicidade e de dinheiro, nada menos de 400 milhões de euros.
Dada a enorme complexidade do caso, das dívidas que acumulou e dos avultados custos envolvidos, no final vão restar-lhe apenas 20 milhões de euros.
Nas fábulas de La Fontaine a cigarra acaba mal, mas Tapie é um misto de formiga e de passarão, um grande artista a quem é forçoso reconhecer um real talento e uma perseverança que acabou por lhe trazer a fortuna.
E talvez alguma paz.
Por quanto tempo não se sabe, porque o homem não é de ficar na penumbra. Bernard Tapie é um pouco Batman e Arsène Lupin, na exuberância do gesto, na eloquência, no panache.
Não é amante de fruta duvidosa, de casas de alterne nem de mariscadas rascas. Prefere o caviar e o bom champanhe francês.
Mesmo nos meandros bolorentos do futebol e de outros negócios, classe é classe.
E esta não está ao alcance de todos...

domingo, 27 de julho de 2008

Os Rambos do alfinete


Um dos sinais mais vincados do atraso civilizacional do nosso país é o sentimento generalizado de que as forças policiais não têm como principal preocupação a prevenção e a garantia da nossa segurança, mas sim o vergonhoso intuito da caça à multa.
Em Lisboa, a EMEL assume o papel da PSP e multa insaciavelmente não só em casos de desrespeito pelo estacionamento pago como por qualquer (duvidoso) atropelo ao Código da Estrada. É um verdadeiro cerco aos automobilistas em certos sítios da cidade, não em todos. Curiosamente, onde há parques de estacionamento privados.
Ou seja, um cidadão que deixe o automóvel em cima do passeio pode viver descansado em inúmeras ruas e praças de Lisboa, desde que não more da zona das Amoreiras, por exemplo.
Ou seja, a EMEL é selectiva e a lei não é igual para todos.

Da ASAE nem se fala, é pior que a lendária falange dos fiscais da licença de isqueiro do tempo do outro senhor.

Semelhante apetite revela a Polícia Marítima nas águas mansas de Sesimbra semeando o terror entre os pobres pescadores a bordo de aiolas e os mareantes dos pequenos barcos de recreio que, se não tiverem à mão um alfinete-de-ama são obrigados a pagar 300 euros de multa.
Em caso de ferimento que exija penso, a ligadura só fica segura com um sofisticado alfinete-de -ama. Admirável cérebro que pariu tão fundamental descoberta.
Acho mesmo que 300 euros é pouco para esse hediondo crime que é a ausência a bordo do precioso alfinete.
Curiosamente, as artes de chávega (ou redes da xixa) que servem de atracção turística usam uma malha apertada que mata, regular e estupidamente, milhares de pequenos peixes, facto que toda a gente sabe pode observar nas praias de Sesimbra e do Meco.
Porém, os destemidos vigilantes da valorosa Polícia Marítima ainda não deram por isso, tão concentrados estão na procura do alfinete-de-ama dos flibusteiros do Calhau da Mijona...

Até que a sorte vos separe...


Os jogadores de futebol têm formas diferentes de olhar para os contratos que fazem com os clubes. Só assinam quando acham que o contrato lhes agrada, e depois acontecem duas coisas. Se o jogador não corresponde às expectativas, o clube tenta ver-se livre dele. Então, o atleta recusa-se a sair, alegando (justamente) a existência de um vínculo contratual.
Foi o que, recentemente, sucedeu com Makukula.

No extremo oposto, temos os jogadores que assinaram bons contratos mas a quem a vida correu bem e, por isso, são objecto de cobiça e recebem melhores ofertas.
Nessa altura, vêm para a praça pública gritar que pretendem sair, fingindo ignorar a existência do compromisso assumido.
Ou seja, na cabecinha destes jovens, um contrato não é como um casamento, para o melhor e para o pior, mesmo quando todos sabemos que esse pior são milhões por ano.
Para as nossas vedetas, só o melhor (para eles) importa, os clubes que tenham paciência.
Eu não sei o que prevêem os regulamentos internos dos clubes, mas parece claro que um jogador que clama aos quatro ventos que quer sair não pode dar-se à luta da mesma maneira, com o mesmo empenho, se for obrigado a ficar.
Assim sendo, seria legítimo que o clube pudesse colocar num prato da balança o salário e no outro a atitude e o rendimento do jogador. Porque um contrato pressupõe direitos e implica obrigações. Além de ser para cumprir.
Mas o futebol é um mundo à parte...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Revés ou de vez?


Freitas do Amaral, do alto do seu prestígio de jurista e da sua cátedra de Professor, vem dizer-nos que considera válidas as penas aplicadas a Pinto da Costa e ao Boavista pelo Conselho de Justiça da Federação.
À primeira vista parece que estamos em presença de um requiem nortenho, um toque a defuntos com um esparso cheiro a loureiro pelo meio.

Ora a grande verdade é que se trata de um profundo equívoco, uma intromissão legalista no universo muito especial que é o futebol onde as regras são outras.
O Professor Amaral vem agora reiterar que Pinto da Costa é culpado de (tentativa de) corrupção. Mas quem é Freitas do Amaral? Acaso será mais sério e competente do que o juiz que (tão justamente) achou que, ao pagar férias ao douto Calheiros, o Porto não esperava benesses?
É tempo de separar as águas e deixar que os inofensivos incidentes do futebol (fruta, envelopes, estimulantes) sejam avaliados pelos homens do futebol, amigos de mariscadas, charutos, gajas e uísques velhos.
O futebol sempre viveu assim, há títulos europeus nas prateleiras, botas de ouro e de prata, tudo no melhor dos mundos, que importa um ou outro (aparente, hipotético e alegado) abuso?
Por isso, sugiro o afastamento imediato de todos os Professores de Direito, juízes honestos e
comentadores isentos que nenhuma falta fazem no reino da bola parada.
A verdade acabará por triunfar, talvez não a imaculada e utópica Verdade dos pergaminhos da biblioteca de Alexandria, mas aquela verdadoca, à maneira, manguelas, desde logo e a modos que.
O nosso Pintinho não vai ficar de braços cruzados e as contas ainda não estão Freitas...

Mansinhos


A convite da Filarmónica dos Carteiros andei uns dias por terras de Espanha e de França onde observei, entre outras coisas, que os nossos "zapateros" se estão borrifando para a proibição de fumar em tascas, bares, bodegas e outros locais de tapas e demais perdições.
Aliás, é interessante verificar que, enquanto portugueses e franceses garantem que FUMAR MATA, os espanhóis se limitam a lembrar que fumar pode matar.

Eu não sei se esta atitude serve de modelo ou se ilustra a têmpera dos nossos vizinhos ibéricos, mas ficou-me um vago sentimento de vergonha ao recordar a placidez e a mansidão com que os portugueses aceitaram a lei anti-tabaco.
Pior que isso, encontramos aqui e ali empregados de estabelecimentos que não escondem o prazer de nos avisar que ali nada feito, ninguém fuma.
Tal sádico prazer só terá sido exibido pelos adoráveis fiscais da licença de isqueiro ou pelos bufos da Pide.
Há alturas em que temos vergonha de ser portugueses e nos apetece mandar arriar todas as bandeiras tristonhas que ainda tremulam por aí...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Volta (a dar) a Portugal


Enquanto fazia as malas, dei por mim a pensar na vontade do nosso Primeiro em encher o país de carros eléctricos, num anúncio rasteirado por uma casca de banana escondida num imposto e que nos recorda como tudo é transitório nesta vida.
Ainda ontem Lisboa estava cheia de amarelos da Carris cujas calhas foram sendo arrancadas, ficando no activo uma ou outra linha apenas para consumo turístico.
E eis que vamos voltar a ter carros eléctricos, só que sem fios nem calhas, antes com autonomia infinita e virgens em CO2.
Não é bem (mais) uma promessa do nosso José, antes será um carro eléctrico chamado desejo...

Ora, antes de abalar (e sabendo que o bom José é leitor desta Carta) aqui faço questão de deixar uma sugestão. Meu Primeiro, olhe para o Oriente, ponha os olhos na China, sem ficar com os olhos em bicos iguais aos da Casa que o dr. Costa quer oferecer ao outro José. Se a China é hoje a potência que sabemos tal se deve a muito trabalho, muito pedalar. Não foi com amarelos (da Carris chinoca) que eles forjaram o progresso, nem com outros carros eléctricos.
A solução para a crise energética e, simultaneamente, para a obesidade, é a bicicleta.
Meu Primeiro, ponha o país a pedalar e vai ver como tudo anda sobre rodas. E os desempregados que pedalem ligados a geradores, sempre é alguma energia que se vai acumulando, além do exercício que a televisão todos os dias recomenda para destruir o colesterol, dizimar a diabetes e estrangular a bicha solitária.
Aproveite os meus sábios conselhos, venerável José, porque amanhã já vou por aí fora e não levo telemóvel...

14 de Julho


O dia começa de forma curiosa.

Acabo de ler que o DIAP arquivou a queixa de Paulo Pedroso contra os jovens da Casa Pia que o teriam difamado e caluniado, os malandros.
Parece que os rapazes, afinal, não serão assim tão mentirosos...

Manuel Alegre escreve umas coisas sobre a Esquerda numa revista intitulada OPS.
De vez em quando, o poeta entra em pista, faz um número de acrobacia verbal e retira-se para votar com os camaradas, fazendo lembrar aquelas meninas do circo que no final de cada actuação exclamavam "Oli Ops"...

O Benfica e o Guimarães recorreram para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla original), protestando contra a inclusão do Porto na Liga dos Campeões. TAS bem...

Em França é a festa nacional, a evocação da tomada da Bastilha.
Pelo andar da carruagem, mais dia menos ano, haverá nova Revolução aos gritos de Globalidade, Especulidade e Marginalidade, três dos males maiores deste Mundo que corre para a sua destruição enquanto os donos do planeta fazem o favor de fixar metas ambientais para daqui a 50 anos.
Se então ainda houver planeta.

Olhem, eu vou outra vez de férias, mais quinze dias, porque daqui a 50 anos desconfio que já terei entregado o correio ao Criador...

sábado, 12 de julho de 2008

Pobres escravos


O pateta do presidente da FIFA falou de escravatura a propósito dos vínculos que ligam jogadores e clubes.
Ora, nos tempos que correm, os jogadores são livres de fazer contratos por um ou por vinte anos. Se querem estar em posição de força devem assinar por um só ano, mal tal raramente sucede porque eles preferem garantir os chorudos ordenados por várias temporadas.

O pior (ou o melhor) é quando a meio do percurso surge melhor proposta, o que leva o jogador a gritar que quer sair. Nada impede que saia, desde que o clube que lhe paga esteja de acordo.
Por isso, o senhor Cristiano só sai se o Manchester deixar. Claro.

Para se perceber bem a hipocrisia destes novos "escravos", veja-se o caso do infeliz Jorge Andrade que tem vivido um calvário de lesões sem que a Juventus deixe de lhe pagar o vencimento, apesar de o jogador estar há meses sem actuar.
No fundo, trata-se simplesmente do cumprimento das cláusulas contratuais, tanto pelo clube como pelo jogador.
Nestas coisas, os espertalhões mal aconselhados às vezes tramam-se, ao quererem a manteiga e o dinheiro da manteiga...

Ora toma


Segundo li, António Costa tenciona colocar à disposição do Nobel Saramago a lendária Casa dos Bicos para que que D. José lá possa instalar a sua Fundação.
Naturalmente, discordo em absoluto, ele que se afunde em Lazarote e já é um pau.
Mas se a desgraça tiver de acontecer, apenas nos resta lembrar que D.José é um transgressor descarado de todos os acordos sobre pontuação, escrevendo linguados intermináveis que nos tiram o fôlego e minam a compreensão.
Sendo sabido que D. José tem estado doente, não é difícil adivinhar de que sofre um homem que escreve pelos cotovelos, a quem ninguém consegue refrear o discurso e que se movimenta com alguma dificuldade.
Juntando as peças desta charada, só podemos chegar à conclusão de que, se o dr. Costa fizer a asneira que dizem, o velho prédio bem poderá passar a ser conhecido pela Casa dos Bicos de papagaio...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ora vivam!


Como tinha prevenido, tenho andado afastado destas lides, distante de epístolas, recados, bilhetinhos, mensagens e pregões.

Hoje, por acaso, passei cá pela estação e piquei o ponto, mais por instinto do que por voluptuosidade.
Confesso que estou cansado de contar os aumentos do preço da gasolina, das farpas que o delicioso Bernardino recusou espetar nas FARC, dos arrufos do Cristiano, da barba rala e das tolices do Madaíl, tudo me deixa extenuado, numa letargia desesperante.
E só aqui vim deixar estas módicas linhas para dizer a alguns amigos que, sim senhor, estou vivo.
E mais não digo porque nada me foi perguntado nem sermão encomendado.

Quanto ao Escriba, ao que julgo saber, hibernou.
Não, não acabámos o namoro. Nem eu lhe devolvia as cartas...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Podridão


Eu não sou jurista e percebo que a Lei deve contemplar tanto a punição dos culpados como a defesa dos inocentes.
Mas há coisas de difícil compreensão.
Diz o juiz que Catarina Salgado não estava junto de Pinto da Costa quando este fez o famoso telefonema da fruta. Conclusão: o senhor Jorge Nuno NUNCA fez qualquer telefonema comprometedor.
Ora, a questão não é se Carolina estava ou não presente, mas se Pinto da Costa fez ou não esse e outros telefonemas.

Herman José provou estar no Brasil no dia em que um rapaz diz ter sido por ele abusado. Aceitemos que é verdade. E nos outros dias? O artista acabou por confessar ter tido relações sexuais com jovens. Que não eram menores.

A verdade das escutas está no seu conteúdo, no que lá ficou registado, e a sua eventual ilegalidade (por virtude da Lei) não apaga a veracidade dos factos.
E a verdade é que houve fruta. E houve batota. E o povo sabe. E não há acórdão nem arquivamento que limpem a nódoa da mentira.
E da fruta podre...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Vai um barril?


O Governo iraquiano coloca os seus poços de petróleo à disposição de companhias estrangeiras interessadas na sua exploração.
Na linha da frente, de olhos postos no negócio, estão empresas americanas e inglesas.
Confesso a minha surpresa.
Sempre pensei que a dupla USA-UK estivesse em terras do tio Sadam por razões humanitárias...

Admirável Simenon


Há dez anos que Didier Gallot, magistrado e grande admirador de Georges Simenon, organiza um festival em honra do pai do comissário Maigret.
O palco é o Palácio de Justiça de Sables d'Olonne, de cujas janelas se vê a praia e o oceano.

A edição 2008 terminou no passado domingo e constou de exposições, debates e filmes realizados a partir da obra de Simenon.
Assistem e participam magistrados, advogados, polícias, jornalistas e escritores.
São as chamadas "Conversas do Palácio". Com o mar à vista.
E talvez com ventos...

Porcalhota


Segundo alguns jornais, a Polícia Judiciária decidiu arquivar o caso Maddie, por falta de provas, o que, depois de tudo quanto é do domínio público, constitui uma amarga derrota para os investigadores portugueses e para o sistema judicial.

Num outro plano,
dizem certos espíritos puros que "só por conjectura ou imaginação" se poderia acusar Pinto da Costa. Pelos vistos, a farsa continua e só falta que alguém venha propor a sua canonização.
O mais provável é que o senhor Jorge Nuno tenha pedido a Carlos Cruz para lhe emprestar a famosa bola-álibi.
Apesar de o Ministério Público decerto vir a recorrer da sentença, esperamos todos que a SIC não tarde em fazer nova grande entrevista ao senhor dos Dragões para que o país possa entrar em feérica jubilação parecida com a que ainda ocorre na pobre Espanha que não tem o melhor jogador do Mundo e surgiu comandada por um obscuro Luís qualquer coisa.
Razão tem o tal Jacinto que comeu fruta descascada, nós todos gostamos muito deste Zimbabwé em segunda mão...