Vamos lá então começar tudo de novo…
Muito antes do espectáculo, organizado pela Casa do Benfica de Sesimbra, a coisa começou grotescamente com a abertura de uma cratera terceiro-mundista no muro da Vila Amália. A Câmara Municipal, sempre atenta às necessidades do movimento associativo, associou os seus préstimos ao brilharete. Foi a grua.
Durante o espectáculo, caiu um projector. Mal se ouvia cantar o homem. Foi o vento.
No fim do espectáculo, houve uma porção respeitável de mesdames que desatou mutuamente à lambada, para geral edificação do pagode. Derivado aos autógrafos.
Feitas as contas, apurou-se um saldo negativo, vulgo buraco, na ordem dos 25.000 euros. Podia ser pior. O Tony, esse, é que não terá ficado a arder.
Quando pensávamos que o lamentável episódio estava já encerrado ou, pelo menos, esquecido, eis que nos aparece, no NOVA MORADA de hoje, um senhor que, segundo se depreende, ainda está à frente da Casa do Benfica (e é correligionário do Presidente da Câmara), a ser entrevistado pela jornalista Vanda Pinto, mais ou menos ex-assessora do dito Presidente da Câmara.
Entre outros preciosos informes, o dito senhor, muito embora nos confesse que fiava o sucesso de bilheteira da circunstância do espectáculo se realizar no pico do Verão, acrescenta, contraditoriamente, que um dos objectivos do concerto do Tony Carreira era o de promover Sesimbra turisticamente, “apostando numa promoção que trouxesse nomes sonantes até nós”. Em que é que ficamos? Quem vai à boleia de quem?
Está visto: ficámos todos a dever-lhe um favor. Claro que, numa visão muito pessoal, tenho algumas dúvidas sérias sobre a eficácia promocional que o ídolo do sindicato das sopeiras possa ter na celebrização desta santa terra plantada à beira-mar. Acresce que na Torre da Marinha, que fica mais perto de Lisboa e até tem o comboio à porta, o espectáculo do Tony foi cancelado por falta de quórum.
Comovente era o propósito de dádiva, agora confirmado, de parte dos lucros a outras associações do concelho. Outras que eram apenas duas, acrescentarei eu. O Desportivo de Sesimbra, por razões óbvias e legítimas. E o CECAS Raio de Luz, sem que ninguém perceba muito bem porquê. Claro que a Casa do Benfica, se tiver dinheiro para mandar cantar um cego, pode escolher o artista que bem entender. E, em terra de cegos, quem tem olho é rei. Mal da Câmara se os outros abrem os olhos…
Para nosso sossego, o redito senhor garante que, nestes moldes, não irá continuar a promover espectáculos. Mas sempre vai lembrando que, há três anos, quando a Casa do Benfica iniciou o seu trabalho, havia, em Sesimbra, uma lacuna nesta área que tem vindo a melhorar. Lembro-me, ao acaso, de a dita Casa ter já promovido uma assada em plena rua, de onde dimanavam os melhores eflúvios. Houve também uma noite, tonitruante, de fados e guitarradas. Agora, com o Tony actuante, foi o que se viu. Sobretudo o que se viu. Por que não deixam a lacuna sossegadinha? Por que não se dedicam a outra coisa? Parece que a época de caça vai reabrir. E anda por aí muito gambozino ao laréu…
Muito antes do espectáculo, organizado pela Casa do Benfica de Sesimbra, a coisa começou grotescamente com a abertura de uma cratera terceiro-mundista no muro da Vila Amália. A Câmara Municipal, sempre atenta às necessidades do movimento associativo, associou os seus préstimos ao brilharete. Foi a grua.
Durante o espectáculo, caiu um projector. Mal se ouvia cantar o homem. Foi o vento.
No fim do espectáculo, houve uma porção respeitável de mesdames que desatou mutuamente à lambada, para geral edificação do pagode. Derivado aos autógrafos.
Feitas as contas, apurou-se um saldo negativo, vulgo buraco, na ordem dos 25.000 euros. Podia ser pior. O Tony, esse, é que não terá ficado a arder.
Quando pensávamos que o lamentável episódio estava já encerrado ou, pelo menos, esquecido, eis que nos aparece, no NOVA MORADA de hoje, um senhor que, segundo se depreende, ainda está à frente da Casa do Benfica (e é correligionário do Presidente da Câmara), a ser entrevistado pela jornalista Vanda Pinto, mais ou menos ex-assessora do dito Presidente da Câmara.
Entre outros preciosos informes, o dito senhor, muito embora nos confesse que fiava o sucesso de bilheteira da circunstância do espectáculo se realizar no pico do Verão, acrescenta, contraditoriamente, que um dos objectivos do concerto do Tony Carreira era o de promover Sesimbra turisticamente, “apostando numa promoção que trouxesse nomes sonantes até nós”. Em que é que ficamos? Quem vai à boleia de quem?
Está visto: ficámos todos a dever-lhe um favor. Claro que, numa visão muito pessoal, tenho algumas dúvidas sérias sobre a eficácia promocional que o ídolo do sindicato das sopeiras possa ter na celebrização desta santa terra plantada à beira-mar. Acresce que na Torre da Marinha, que fica mais perto de Lisboa e até tem o comboio à porta, o espectáculo do Tony foi cancelado por falta de quórum.
Comovente era o propósito de dádiva, agora confirmado, de parte dos lucros a outras associações do concelho. Outras que eram apenas duas, acrescentarei eu. O Desportivo de Sesimbra, por razões óbvias e legítimas. E o CECAS Raio de Luz, sem que ninguém perceba muito bem porquê. Claro que a Casa do Benfica, se tiver dinheiro para mandar cantar um cego, pode escolher o artista que bem entender. E, em terra de cegos, quem tem olho é rei. Mal da Câmara se os outros abrem os olhos…
Para nosso sossego, o redito senhor garante que, nestes moldes, não irá continuar a promover espectáculos. Mas sempre vai lembrando que, há três anos, quando a Casa do Benfica iniciou o seu trabalho, havia, em Sesimbra, uma lacuna nesta área que tem vindo a melhorar. Lembro-me, ao acaso, de a dita Casa ter já promovido uma assada em plena rua, de onde dimanavam os melhores eflúvios. Houve também uma noite, tonitruante, de fados e guitarradas. Agora, com o Tony actuante, foi o que se viu. Sobretudo o que se viu. Por que não deixam a lacuna sossegadinha? Por que não se dedicam a outra coisa? Parece que a época de caça vai reabrir. E anda por aí muito gambozino ao laréu…